quinta-feira, 6 de julho de 2017

TECNOLOGIA QUE LEVA ÁGUA A REGIÕES DE EXTREMA POBREZA RECEBE PAINÉIS SOLARES BRASILEIROS.

Painéis solares orgânicos são integrados ao Warka Water, projeto tecnológico de captação de água e geração de energia para regiões desertas e de baixa renda pelo mundo.
O Warka Water, projeto desenvolvido pelos italianos Arturo Vittori e Andreas Vogler, foi criado para levar água potável para regiões desertas e carentes, como alguns lugares da África, em 2012. Trata-se de uma torre feita de bambu, ou algum material de fácil acesso na região, que capta o vapor d’água atmosférico e o torna próprio para consumo. Hoje, ele se se reinventa com uma inovação brasileira: os painéis solares orgânicos desenvolvidos pelo CSEM Brasil e fabricados pela empresa spin-off SUNEW. 

A ideia é transformar o Warka, além de uma fonte de água, em gerador de energia limpa para comunidades em que esses recursos não chegam. A partir de uma doação da empresa brasileira, a ONG organizou um workshop no último mês, convocando voluntários para ajudar na implantação dos painéis solares. A integração foi um sucesso e agora a organização se prepara para levar a inovação para o Haiti, enquanto lança uma campanha de crowdfunding para arcar com os custos da viagem.  

Como funciona
A torre é revestida por uma malha de plástico, que ajuda a captar as gotículas de água - geralmente de orvalho, chuva ou névoa - e possui um toldo sob o qual as pessoas podem se reunir. Daí vem o nome Warka, em homenagem a uma figueira nativa da Etiópia que, além de ser um símbolo de fertilidade e generosidade, oferece larga sombra e um local de interação social. É neste toldo em que os painéis solares orgânicos serão instalados, aproveitando a sua leveza e flexibilidade. Aplicação essa apenas possível com o OPV - Organic Photovoltaic, área na qual o Brasil lidera em resultados, avanços tecnológicos e estrutura de fabricação.

Energia solar de próxima geração

Os painéis solares orgânicos constituem uma tecnologia disruptiva com características de baixo peso e pegada de carbono, flexibilidade, transparência e alta absorção de luz difusa. A produção é feita por técnica de impressão rolo-a-rolo, um processo contínuo e altamente escalável, que utiliza baixas temperaturas e materiais orgânicos abundantes na natureza – reduzindo o impacto ambiental e conferindo um potencial de baixíssimo custo. 

“Estamos desenvolvendo algo que poderá mudar a forma como geramos e percebemos a energia num futuro muito próximo. Estamos falando de um novo conceito: energia limpa, com potencial de baixíssimo custo e que pode ser integrada a praticamente tudo. O potencial é imensurável”, explica Tiago Alves, CEO do CSEM Brasil.

Tudo isso chamou a atenção de Arturo Vittori, com quem a SUNEW entrou em contato para avançar no desenvolvimento do Warka. A SUNEW decidiu doar o material e, até agora, já foram enviados 30 painéis solares, que terão o potencial energético capaz de prover soluções de iluminação, wi-fi, energizar computadores, geladeiras para remédios ou até mesmo projetores usados para aulas, entre outras inúmeras possibilidades.

Potencial social, econômico e sustentável 

A produção do Warka Water é de baixo custo e fácil montagem. Um Warka pode ser feito com materiais da própria região em que será instalado, fomentando também a economia e manufaturas locais. Ele é montado em 10 dias, com ajuda da comunidade, que recebe treinamento de como usá-la e noções básicas de educação ambiental e compostagem. Seus materiais recicláveis são 100% biodegradáveis e seu futuro ainda reserva diversas surpresas. É prevista a instalação, além da usina solar, de um ponto de WiFi na torre, levando energia e inclusão digital para lugares em que isso ainda é um luxo.

"O Warka Water não só provê um recurso fundamental para a vida - água - mas, levando também energia, educação e um lugar de convívio social, nós acreditamos que ele possa ser um ponto de partida para empoderar comunidades e ajudá-las a construir maior independência", diz seu criador Arturo Vittori.

Tinno Comunicação. 

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