segunda-feira, 20 de julho de 2020

BAIXO DESENVOLVIMENTO ESCOLAR DEVE SER MOTIVO DE ATENÇÃO E PREOCUPAÇÃO DOS PAIS


Crianças e adolescentes que apresentam comprometimentos sérios no desenvolvimento escolar devem ser observadas, não só pelos pais e professores, mas também avaliadas por profissionais habilitados. Estudos apontam, por exemplo, que déficit de atenção e autismo podem ser algumas das razões do mau desempenho dos alunos. Em geral, os pais observam o resultado, nas notas e relatos dos professores. Assim, a instituição educacional tem um papel muito importante ao apontar a possibilidade de uma dificuldade aos pais ou responsáveis, que, por sua vez, devem consultar especialistas, como psicólogos e pedagogos.

Esses profissionais, por meio de um diagnóstico assertivo e um plano de intervenção eficaz, podem ajudar o aluno a desenvolver suas habilidades da melhor forma e orientar pais e professores sobre técnicas que podem não estar adequadas àquela determinada fase ou não adaptadas aos estímulos recebidos.

A pedagoga Gleicimar Tomé e a psicóloga Liliane Davidson, do Espaço Didaqué, contam que, depois do diagnóstico fechado, a criança inicia o atendimento em consultório, geralmente uma vez por semana. Também faz parte do processo orientar os pais sobre o diagnóstico, porque a dinâmica familiar sofre um impacto direto. 

“É sempre importante manter aberto um canal de comunicação com a família”, afirma Gleicimar. 

“Quando a escola se dispõe a nos receber para compreender as dificuldades do aluno e se propõe a fazer parte dessa intervenção, a relação escola/aluno torna-se ainda mais positiva”, acrescenta Liliane.

As profissionais destacam que, devido à quarentena, algumas atividades estão paralisadas, pois necessitam do contato direto, como a estimulação cognitiva e os procedimentos para a avaliação e reabilitação neuropsicológica. Mas, elas também ressaltam que alguns serviços já migraram para o meio digital, assegurando a continuidade de uma intervenção de qualidade.

Espaço Didaqué


“Nos conhecemos a partir do atendimento a um paciente em comum. Por acreditarmos na eficiência de um acompanhamento multidisciplinar, resolvemos unir as áreas de pedagogia, psicologia e neuropsicologia para formar um espaço especializado e com serviços mais abrangentes”, explica Gleicimar sobre o Espaço Didaqué, que completou cinco anos de existência e está instalado na rua Jovita, 424, Santana, na Zona Norte da capital paulista.

O espaço oferece uma série de serviços, entre eles a avaliação e reabilitação neuropsicológica, para diagnósticos de autismo, dislexia, transtorno de atenção e hiperatividade (TDAH), distúrbios de aprendizagem, entre outros, além de triagem neuropsicológica, palestras informativas para pais e cuidadores e oficinas de estimulação cognitiva para crianças, jovens e idosos.

Após a avaliação, que dura em média dois meses, tem início o tratamento propriamente dito. O tempo de intervenção varia, pois depende de vários fatores internos e externos, como a resposta de cada avaliado, o estímulo do ambiente familiar e escolar, além do tempo necessário, sempre respeitando as limitações de cada um.

Lidar com seus sentimentos


Maria*, mãe de João*, de seis anos, conta que ele, desde pequeno, era uma criança agitada e que dormia pouco. Com o tempo, começou a apresentar crises de ausência relatadas pela professora do Jardim I. Encaminhado para um neurologista, o diagnóstico apontou epilepsia com TDAH. “Ele foi medicado e, logo, quando o João começou o atendimento de acompanhamento psicológico com a Liliane e o acompanhamento psicopedagógico com a Gleicimar, foi deixando de ser aquela criança frágil e está aprendendo a lidar com seus sentimentos”, compartilha a mãe, muito agradecida às profissionais.

*os nomes foram trocados para preservar a identidade dos pacientes.

Sobre as profissionais 
Gleicimar Tomé – Pedagoga com formação em Psicomotricidade e com especialização em Neuropsicopedagogia e Psicopedagogia. Atua há 22 anos na área.

Liliane Davidson – Psicóloga com especialização em Neuropsicologia, Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo (ABA), Avaliação Psicológica, Psicologia Hospitalar e Psicologia Organizacional e do Trabalho. Atua há 12 anos na área.


Sara Comunicação
Raquel Budow
bdwcomunica@gmail.com

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