Esses profissionais, por meio de um diagnóstico assertivo e um plano de intervenção eficaz, podem ajudar o aluno a desenvolver suas habilidades da melhor forma e orientar pais e professores sobre técnicas que podem não estar adequadas àquela determinada fase ou não adaptadas aos estímulos recebidos.
A pedagoga Gleicimar Tomé e a psicóloga Liliane Davidson, do Espaço Didaqué, contam que, depois do diagnóstico fechado, a criança inicia o atendimento em consultório, geralmente uma vez por semana. Também faz parte do processo orientar os pais sobre o diagnóstico, porque a dinâmica familiar sofre um impacto direto.
“É sempre importante manter aberto um canal de comunicação com a família”, afirma Gleicimar.
“Quando a escola se dispõe a nos receber para compreender as dificuldades do aluno e se propõe a fazer parte dessa intervenção, a relação escola/aluno torna-se ainda mais positiva”, acrescenta Liliane.
As profissionais destacam que, devido à quarentena, algumas atividades estão paralisadas, pois necessitam do contato direto, como a estimulação cognitiva e os procedimentos para a avaliação e reabilitação neuropsicológica. Mas, elas também ressaltam que alguns serviços já migraram para o meio digital, assegurando a continuidade de uma intervenção de qualidade.
Espaço Didaqué
“Nos conhecemos a partir do atendimento a um paciente em comum. Por acreditarmos na eficiência de um acompanhamento multidisciplinar, resolvemos unir as áreas de pedagogia, psicologia e neuropsicologia para formar um espaço especializado e com serviços mais abrangentes”, explica Gleicimar sobre o Espaço Didaqué, que completou cinco anos de existência e está instalado na rua Jovita, 424, Santana, na Zona Norte da capital paulista.
O espaço oferece uma série de serviços, entre eles a avaliação e reabilitação neuropsicológica, para diagnósticos de autismo, dislexia, transtorno de atenção e hiperatividade (TDAH), distúrbios de aprendizagem, entre outros, além de triagem neuropsicológica, palestras informativas para pais e cuidadores e oficinas de estimulação cognitiva para crianças, jovens e idosos.
Após a avaliação, que dura em média dois meses, tem início o tratamento propriamente dito. O tempo de intervenção varia, pois depende de vários fatores internos e externos, como a resposta de cada avaliado, o estímulo do ambiente familiar e escolar, além do tempo necessário, sempre respeitando as limitações de cada um.
Lidar com seus sentimentos
Maria*, mãe de João*, de seis anos, conta que ele, desde pequeno, era uma criança agitada e que dormia pouco. Com o tempo, começou a apresentar crises de ausência relatadas pela professora do Jardim I. Encaminhado para um neurologista, o diagnóstico apontou epilepsia com TDAH. “Ele foi medicado e, logo, quando o João começou o atendimento de acompanhamento psicológico com a Liliane e o acompanhamento psicopedagógico com a Gleicimar, foi deixando de ser aquela criança frágil e está aprendendo a lidar com seus sentimentos”, compartilha a mãe, muito agradecida às profissionais.
*os nomes foram trocados para preservar a identidade dos pacientes.
Sobre as profissionais
Gleicimar Tomé – Pedagoga com formação em Psicomotricidade e com especialização em Neuropsicopedagogia e Psicopedagogia. Atua há 22 anos na área.
Liliane Davidson – Psicóloga com especialização em Neuropsicologia, Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo (ABA), Avaliação Psicológica, Psicologia Hospitalar e Psicologia Organizacional e do Trabalho. Atua há 12 anos na área.
Sara Comunicação
Raquel Budow