terça-feira, 11 de novembro de 2014

CARRO MOVIDO A BIOMETANO PASSA A INTEGRAR A FROTA DE ITAIPU.

A  frota de veículos da Itaipu Binacional ganhou, na última semana, o reforço  de  um carro  movido  a biometano – um gás natural, não poluente, derivado da transformação de dejetos da produção agropecuária.

Gás veicular é produzido na Granja Haacke, em Santa Helena. Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional.

Equipado  com  um  kit de fábrica para gás veicular, o carro, um Fiat Siena Tetrafuel, está em uso pela Superintendência de Energias Renováveis da usina.

O  superintendente  Cícero  Bley  Júnior  explica  que  o  metano  é produzido  em um biodigestor na Granja Haacke, em Santa Helena, parceira no projeto.  Depois  de filtrado e envasado, o gás é trazido em cilindros para Foz do Iguaçu. 

No   Parque   Tecnológico   Itaipu   (PTI)  foi  instalado  um  posto especialmente  para o abastecimento, projetado pelos técnicos e engenheiros da  Superintendência  de Energias  Renováveis e do Centro Internacional de Energias Renováveis Biogás (CIBiogás-ER). 

Cícero  Bley diz que a ideia, no futuro, é desenvolver no local uma planta  de produção  de  biometano, aproveitando o lixo do restaurante e a estação de esgoto do PTI, ambos localizados ao lado do posto. Assim, Itaipu poderia abastecer seus veículos a custo zero. 

“Já   rodei  uma  semana  inteira  com  esse  carro,  abastecido  com biometano,  e não  senti  nenhuma  diferença em  relação  a  um  veículo convencional”,  elogiou. “Se  dependesse de mim, faria com que este posto servisse  a  todos  os funcionários  com  crachá  de  Itaipu  e do PTI que quisessem transformar seus carros em biogás, para poder experimentar a nova tecnologia durante um ano, de graça”, defendeu. 

De  acordo  com  Cícero,  um  dos  objetivos  do programa é ajudar na diversificação da  matriz  de  energia  renovável  de  Itaipu, empresa que atualmente  tem  a maior frota de veículos elétricos do Brasil. Além disso, pretende  mostrar  que  o biometano é um combustível viável, seguro e com qualidade. 

“Quanto  mais diversificada for uma matriz de energia renovável, mais rica  ela  é. Essa  coisa  de  querer  transformar  a  matriz trocando uma predominância por outra é história. As matrizes tendem a se diversificar. E rico  é  aquele  território  que  pode ter  várias  matrizes,  com  várias aplicações”, defendeu. 

Em  relação  aos  aspectos  ambientais, Cícero lembrou que cada metro cúbico de biogás utilizado reduz em até 21 vezes a quantidade de dióxido de carbono  lançado  na  atmosfera.  Ou  seja,  menos gás que provoca o efeito estufa. “Aqui, o foco é a sustentabilidade de Itaipu”, enfatizou. 

Outro  objetivo  é  contribuir  com  uma consulta pública aberta pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para regulamentar o uso do biometano em todo  o  Brasil. “Nós estamos monitorando vários dados para a ANP fazer um projeto melhor. Esse projeto vai servir de referência para a agência.” 

Cícero  Bley destacou também os benefícios para o produtor rural, que poderá incorporar  uma  nova  fonte  de  renda  à propriedade – tanto para produção  de energia, como no caso do Condomínio de Agroenergia Ajuricaba, em Marechal Cândido Rondon, como para uso veicular. 

“O  biometano  entrando  na  matriz  energética  regional equivale ao Proálcool,  no tempo que o etanol entrou no mercado. É um novo combustível, uma nova renda, ainda mais distribuído que o etanol”, afirmou.

DESEMPENHO

 


O  Siena  Tetrafuel  tem dois cilindros com capacidade para 13 metros cúbicos  cada. Como o veículo pode rodar aproximadamente 15 quilômetros com cada  metro cúbico,  a  autonomia chega a quase 400 quilômetros abastecido apenas com o biogás. “Se fosse cobrar pelo combustível, esse gás custaria R$ 1,80 o metro cúbico”, disse Cícero.

Já  o  filtro  instalado  na  granja em Santa Helena, para separar os gases  carbono e sulfídrico, garante um grau de pureza de 98% do biometano, dentro do que prevê a resolução 23 da ANP para biocombustíveis. 

A Itaipu


Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é a maior geradora de energia limpa e renovável do planeta e foi responsável, em 2013, pelo abastecimento de 17% de toda a energia consumida pelo  Brasil  e  de  75%  do Paraguai.  Em 2013, superou o próprio recorde mundial  de  produção  e  estabeleceu a marca de 98.630.035 megawatts-hora (98,63  milhões  de  MWh). 

Desde  2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar  energia  elétrica  de qualidade,  com responsabilidade  social e ambiental,   impulsionando   o desenvolvimento econômico,  turístico e tecnológico,  sustentável,  no  Brasil  e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão  de  futuro  chegar  a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável  com o  melhor  desempenho  operativo  e as melhores práticas de sustentabilidade  do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.


Imprensa Itaipu Binacional
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