O Governador João Doria anunciou nesta sexta-feira (15) a compra de mais 2 milhões de testes rápidos do novo coronavírus, visando ampliar o diagnóstico da COVID-19 e aprimorar o monitoramento da curva de transmissão em São Paulo. Além disso, lançou uma rede de coleta descentralizada em parceria com o Centro Paula Souza, que engloba uma estratégia de detecção entre policiais, contenção da infecção na população privada de liberdade e em asilos.
Esses 2 milhões de testes quase triplicam as aquisições de diagnóstico feitas pelo Estado, que já havia comprado 1,3 milhão de testes em abril. O total investido é de R$ 199 milhões, por meio da Fundação Butantan. "É mais um esforço do Governo do Estado no sentido de ampliar a testagem e também a rede de coleta descentralizada para exames de coronavírus", afirmou Doria.
Nesta primeira fase, após projeto piloto realizado no Hospital da Polícia Militar, serão feitos exames de anticorpos (IgM/IgG) em profissionais da Polícia Militar, Civil e Técnico Científica, além de seus coabitantes (familiares ou pessoas que residem na mesma casa), totalizando 145 mil testes.
Os exames estarão disponíveis em 20 centros da Polícia Militar na capital, em continuidade às ações preventivas voltadas a estes profissionais que estão na linha de frente do combate à COVID-19. Os exames serão realizados por alunos e professores, todos voluntários, de cinco Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) do Centro Paula Souza (CPS) que oferecem o curso técnico de Enfermagem na capital (confira abaixo mais informações).
Esse modelo de testagem também será disponibilizado, em um segundo momento, aos profissionais da área da saúde que atuam em serviços estaduais e municipais. O Governo do Estado irá orientar os municípios sobre para quais cortes populacionais os exames de anticorpos devem ser usados.
Para a ampliação da testagem, aliando exames de anticorpos e de RT-PCR, a rede de coleta contará com apoio de outras escolas do Centro Paula Souza, com a coleta realizada por alunos de Enfermagem em pacientes com sintomas leves, para que, dessa forma, não precisem procurar hospitais da rede pública. Esses exames serão processados em uma das cerca de 40 unidades da Plataforma de Laboratórios para Diagnóstico de COVID-19, com resultado em até 48 horas a partir da chegada da amostra em laboratório.
Com apoio das Secretarias de Desenvolvimento Social e da Administração Penitenciária, será realizada, ainda, uma estratégia de contenção da infecção em populações consideradas vulneráveis, especialmente entre os privados de liberdade e os idosos residentes em asilos e abrigos. A partir da notificação de caso suspeito nesses locais, uma equipe de saúde se deslocará para coletar a amostra e enviá-la para realização de RT-PCR.
Testagem para polícias
Nesta primeira etapa, que vai até 29 de maio, serão atendidos os policiais que atuam e/ou moram na capital, além dos familiares ou pessoas que moram na mesma residência. Entre os 20 pontos de testagem na cidade, são oito na zona leste, dois na norte, quatro na oeste, cinco na sul e um no centro - todos dentro de batalhões da PM, por meio de sistema drive-thru e estruturas para pessoas a pé.
Os atendimentos serão feitos por alunos de Enfermagem das seguintes unidades do Centro Paula Souza: Etec Carolina Carinhato Sampaio (Jardim São Luís), Etec Carlos de Campos (Brás), Etec Mandaqui, Etec Parque da Juventude (Santana) e Etec Uirapuru (Jardim João XXIII). A ação conta com suporte de profissionais do Instituto Butantan, que forneceu os testes, do laboratório Hilab e da Cruz Vermelha. Os profissionais serão auxiliados por PMs na organização nos postos.
Para evitar aglomerações, o atendimento ocorrerá mediante agendamento prévio em aplicativo do Hilab. Os policiais foram orientados quanto à opção de cadastro pela internet e, inclusive, a registrar no próprio sistema os seus respectivos coabitantes.
Com agilidade na coleta do material, um exame é realizado a cada cinco minutos. Os resultados saem em média dentro de uma hora e os diagnósticos e orientações são enviados por meio de SMS aos interessados.
Teste rápido
O teste rápido identifica se o indivíduo teve contato com o vírus, diferentemente do exame de RT-PCR, que detecta o material genético (RNA) do coronavírus, identificando a presença da infecção.
Uma das condições para a aplicação do teste rápido é a pessoa ter tido contato com paciente infectado com coronavírus e que permaneceu sem sintomas por mais de 14 dias. Para os sintomáticos há menos de 14 dias que tiveram contato com pacientes com COVID-19, a indicação é a realização do exame de PCR.
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