quinta-feira, 17 de julho de 2025

TECNOLOGIA DE VÁCUO IMPULSIONA GERAÇÃO DE ENERGIA LIMPA E REVOLUCIONA O SETOR DE BIOCOMBUSTÍVEIS. Por Achim Lessel*

À medida que o mundo acelera sua transição para fontes renováveis de energia, o papel da tecnologia de vácuo está ganhando destaque como aliado indispensável na busca por eficiência energética e sustentabilidade.

No Brasil, onde a geração de eletricidade no mercado de energia renovável deverá atingir 639,40 bilhões de kWh em 2025, segundo a Statista, tecnologias de ponta estão moldando o futuro do setor – e o vácuo é um dos pilares essenciais dessa poderosa transformação.

Um exemplo disso é a fabricação de etanol — seja de milho ou biomassa de lignocelulose (biomassa de matéria vegetal seca) — onde sistemas de vácuo são usados em processos importantes, como fermentação, extração e destilação.

No caso do etanol de segunda geração, gerado a partir de resíduos agrícolas e florestais, o vácuo é essencial para otimizar a extração de açúcares fermentáveis e garantir uma destilação eficiente, maximizando o uso da biomassa.

No etanol de milho, uma das fontes de biocombustível mais populares do mundo, as bombas de vácuo criam um ambiente controlado que melhora a conversão do amido e facilita a separação do etanol. Esse controle de pressão refinado garante não apenas um maior rendimento, mas também a alta qualidade do produto final.

Resíduos que geram energia

No setor sucroenergético, a vinhaça – um subproduto da fabricação de etanol com alto potencial poluente – deixou de ser um passivo ambiental para se tornar um ativo estratégico. Utilizada como matéria-prima na geração de biometano, sua reutilização não só reduz seu impacto ambiental como também abre uma nova fonte de receita para as usinas de cana-de-açúcar.

O mesmo se aplica aos aterros sanitários, onde os resíduos orgânicos se decompõem naturalmente e geram biogás, que pode ser purificado e transformado em biometano. Essa solução energética é eficiente, rentável e contribui diretamente para a redução dos gases de efeito estufa.

Biometano: combustível já movimenta a economia atual

Outro protagonista dessa revolução verde é o biometano, um biocombustível que transformou diversos setores da indústria brasileira. Grandes empresas alimentícias, produtoras de fertilizantes, montadoras de automóveis e até mesmo agronegócios já estão adotando o biometano como alternativa ao gás natural, reduzindo suas emissões de carbono e melhorando a eficiência de suas operações.

Além dos ganhos ambientais, o uso do biometano contribui para a valorização de resíduos orgânicos, a diversificação da matriz energética e ainda oferece oportunidade de geração de créditos de carbono: um benefício estratégico em um mercado cada vez mais orientado para o baixo carbono.

Captura de carbono com apoio da tecnologia de vácuo

A tecnologia de vácuo também desempenha um papel único na captura de carbono (CCS – captura e armazenamento de carbono – e CCU – captura e uso de carbono). Essa técnica visa capturar e reter o CO₂ produzido em processos industriais antes que ele atinja a atmosfera. Em métodos como separação por membrana ou captura direta de ar (DAC), o vácuo cria gradientes de pressão que aumentam a eficiência da separação de gases. A técnica de adsorção por oscilação a vácuo permite que o CO₂ capturado seja removido dos filtros e reutilizado ou armazenado com segurança.

O dióxido de carbono recuperado pode ser reaproveitado em uma variedade de aplicações: como fertilizante em estufas, ingrediente essencial na indústria de bebidas carbonatadas, agente extintor em equipamentos de segurança, ou matéria-prima na indústria química. Esse reaproveitamento cria uma solução circular que combina eficiência, inovação e sustentabilidade.

Conheça a regulamentação

No Brasil, a Resolução ANP nº 886/2022 estabelece normas para a aprovação do controle de qualidade do biometano. Ela estabelece que o biogás resultante do processo de biodigestão do cliente final, seja uma usina de cana-de-açúcar ou um aterro sanitário, deve atender às concentrações previamente definidas pelo fabricante da unidade de purificação de biogás. No caso de usinas de cana-de-açúcar, as concentrações de sulfeto de hidrogênio (H2S) devem ser observadas, enquanto em aterros sanitários, atenção especial deve ser dada aos gases voláteis e ao nitrogênio.

Para apoiar essa transformação com eficiência e segurança, é fundamental realizar um estudo técnico detalhado, analisando as configurações ideais para cada aplicação e considerando aspectos como potência, segurança operacional e durabilidade dos equipamentos. A Busch Brasil, por exemplo, por meio de suas marcas Busch Vacuum Solutions e Pfeiffer Vacuum+Fab Solutions, oferece sistemas de vácuo fundamentais para a estruturação de operações com biometano. Essa tecnologia contribui para o desempenho ideal e a confiabilidade a longo prazo de uma nova geração de operações mais sustentáveis.

Empresas que investem em biometano com soluções de vácuo seguras e adaptadas às suas necessidades estão na vanguarda da transição energética. O futuro da energia limpa já começou.

* Achim Lessel é Diretor Geral da Busch do Brasil

O Busch Group é um dos maiores fabricantes mundiais de bombas de vácuo, sistemas de vácuo, sopradores, compressores e sistemas de redução de gases. Sob seu guarda-chuva, o grupo abriga duas conhecidas marcas: Busch Vacuum Solutions e Pfeiffer Vacuum+Fab Solutions. Os sistemas de redução de gases fornecidos anteriormente pela centrotherm clean solutions – uma antiga marca do Busch Group – agora fazem parte do portfólio da Pfeiffer. Seu extenso portfólio de produtos e serviços inclui soluções para aplicações de vácuo, sobrepressão e redução em todas as indústrias, como alimentos, semicondutores, tecnologia de análise, produtos químicos e plásticos. Isso também inclui o desenvolvimento e a construção de sistemas de vácuo feitos sob medida e uma rede de serviços em todo o mundo. O Busch Group é uma empresa familiar gerenciada pela família Busch. Mais de 8.000 funcionários em 44 países em todo o mundo trabalham para o grupo. A Busch tem sua sede em Maulburg, Baden-Württemberg, na região trifronteiriça da Alemanha, França e Suíça. O Busch Group fabrica nas suas 23 fábricas próprias na China, República Tcheca, França, Alemanha, Índia, Romênia, Coreia do Sul, Suíça, Reino Unido, EUA e Vietnã. O Busch Group tem uma receita anual consolidada de quase 2 bilhões de euros

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