A etapa da Stock Car, realizada em Belo Horizonte no último fim de semana, comprovou que o automobilismo brasileiro pode promover espetáculos empolgantes, seguros e comercialmente de sucesso em autódromos e fora deles, nas ruas de cidades brasileiras.
Em Belo Horizonte, apesar do receio de muitos para corridas de rua, pelo perigo que representa para o público e para os pilotos, a prova atingiu todos os objetivos traçados pelos promotores Sérgio Sette Câmara e Emanuel Júnior. Motivados pelo desejo de promover um festival mesclado por atrações como a Disney, com entretenimento e diversões para as famílias, promoveram, em um fim de semana de festa, uma corrida com grandes atrações para o público.
Para Giovani Guerra, presidente da CBA, e Fernando Julianelli, CEO da empresa de marketing Vicar, de todas as capitais brasileiras que não têm autódromos, Belo Horizonte é a que possui o maior potencial para oferecer uma relação saudável com o automobilismo, seja pelo tamanho do mercado e amor pelo esporte a motor, e inclusive foi candidata a receber uma prova do Campeonato Mundial da Fórmula E.
Fernando Julianelli define que o entusiasmo mineiro é a palavra correta para a receptividade de todos para a corrida da Stock Car, que reúne os carros mais velozes e os melhores pilotos brasileiros. Um sonho antigo de quem ama e vive esse esporte, como um mineiro que torce pelo Atlético ou para o Cruzeiro.
Outra vitória de Julianelli e também de Giovanni Guerra foi provar que promover corridas de rua implica em muitas dificuldades, semelhantes às das provas em autódromos. A diferença está na montagem da pista, com a certeza absoluta de segurança, pessoal de suporte experiente e de causar o menor número possível problemas para o trânsito. Para ele, o Mineirão e sua esplanada foram locais perfeitos para centralizar o público e proporcionar conforto e segurança para os torcedores e os pilotos.
As informações transmitidas pelos executivos me tranquilizou, reduzindo a preocupação que ainda sinto lembrando de acidentes ocorridos nos anos de 1960 pela falta de segurança, que vi no circuito da Gávea, no Rio de Janeiro, onde o público invadia a pista, para ver melhor os carros passarem e alguns abusavam ficando próximos dos carros, sem qualquer preocupação. Em Petrópolis, onde três acidentes resultaram na morte de dois pilotos.
Esses acidentes nas voltas iniciais da prova acentuaram o clima de perigo, e me lembro que corri até o diretor da prova aconselhá-lo a usar a bandeira vermelha para interromper a competição e ele me fez a pergunta: “a Imprensa apoia essa decisão”, o que respondi que o clima no ambiente exigia a paralisação da corrida. O diretor da prova aceitou a minha opinião e interrompeu a prova.
Sobre o apoio necessário, Julianelli informa que nenhuma categoria do mundo conseguiria realizar uma corrida nas ruas de uma cidade sem a participação das autoridades locais. Esclareceu que desde o início a prefeitura e o governo estadual entenderam o projeto como um novo atrativo para impulsionar a economia e o turismo locais, gerando movimento para o comércio e impostos para serem aplicados em setores carentes. E que as empresas entenderam da mesma forma, salientando o potencial de visibilidade para a cidade e as marcas envolvidas.
Para Julianelli, o público entendeu o poder de um evento que o público ama e que a corrida em Belo Horizonte foi espetacular, a ponto de terem que promover uma entrevista coletiva dois dias depois do evento. Um episódio que nunca houve na história da Stock Car.
Os pilotos demonstraram muito entusiasmo, embora soubessem dos desafios de um empreendimento da importância da corrida, e demonstraram muita satisfação e estarem recompensados pelos profissionais das equipes, patrocinadores e, principalmente os fãs mineiros. O mesmo ocorreu com as empresas que entenderam o potencial e salientaram a força e a visibilidade para a cidade e as marcas participantes.
Fernando Julianelli, com sua vida ligada ao marketing, comentou o comportamento dos moradores da região com a corrida. Salientou que a população ficou feliz por ter a Stock Car competindo nas ruas de Belo Horizonte e que a festa do fim de semana, com diversas atrações na esplanada, fez com que todos esperem por novas corridas.
Ele resume enfatizando que todos os patrocinadores comentam sobre um retorno a BH em 2025 porque o evento foi enormemente aprovado por todos.
O Mineirão e a sua esplanada foram locais perfeitos para centralizar o público e as demais atrações, como shows, praça de alimentação, entretenimento e todos atenderam o público com muita eficiência.
>> Esta e outras histórias vividas e narradas pelo jornalista Luiz Carlos Secco você pode ouvir no podcast Muito Além de Rodas e Motores
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