quinta-feira, 20 de novembro de 2014

METRÔ IMPACTA NEGATIVAMENTE SE O ABC NÃO SE REESTRUTURAR.

65% dos consumidores vão ampliar a frequência à Capital.


Dependendo do ângulo de análise, a chegada do metrô ao Grande ABC pode ser uma conquista valiosa ou bastante desastrosa para a economia regional. Estudo da Universidade Metodista de São Paulo encomendado pela Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC - Consórcio de Prefeitos mostra que a esperada melhoria na mobilidade ABC - Capital com a Linha 18 - Bronze tende a aumentar a evasão de consumidores e de mão-de-obra, atraídos pela diversidade de mercadorias e de preços e por melhores salários em São Paulo.

Por outro ângulo, a possibilidade dessa nova condição pode levar os agentes econômicos, sobretudo comércio e prestadores de serviços, a um choque de gestão para reestruturarem seus negócios e aumentar a competitividade. 

"Temos quatro anos pela frente, enquanto as obras se realizam. Os comerciantes vão ter que se modernizar, organizarem-se com compras em conjunto para reduzir custos e fazer promoções frequentes.  Com isso, sobretudo com liquidações e no Natal, o consumidor vai pesquisar e não migrar para São Paulo", confia o secretário executivo da Agência de Desenvolvimento do Grande ABC, Giovanni Rocco.

Mais de dois-terços (65%) dos entrevistados afirmaram que, após o início de funcionamento do futuro monotrilho, tendem a ampliar a frequência à Capital para fazer compras. Os consumidores disseram buscar em São Paulo sobretudo vestuários, calçados e eletrônicos, principalmente em regiões de comércio popular, como Rua 25 de Março e Brás. Mas um dado preocupante é que em segundo lugar nas preferências, após a 25 de Março, aparecem os shoppings, demonstrando que também esses espaços podem perder clientela.

"A questão é se preparar para um ambiente de maior competição, com mais possibilidades para o consumidor. Será preciso oferecer estrutura e diversidade de produtos que façam frente à essa nova realidade, na medida em que haverá maior integração dos mercados e maior fluxo de mobilidade", afirma o coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista, Sandro Maskio.

Evasão de cérebros


Outro dado inquietante é que 70% dos entrevistados disseram-se mais dispostos a alterar, buscar ou manter seu emprego em São Paulo em função da melhoria na mobilidade. Chama a atenção o fato de que cerca de 45% se mostraram muito ou ao menos moderadamente mais propensos a buscar oportunidade de trabalho na Capital.

O fenômeno da migração do consumo do ABC para São Paulo não é inédito. A pesquisa da Metodista revelou que 39% dos consumidores da região passaram a comprar mais na Capital depois de 2010, quando foi inaugurada a estação Tamanduateí do Metrô, na divisa com São Caetano.

A pesquisa elaborada Metodista ouviu 986 consumidores e 100 lojistas da região. A Linha 18 Bronze será o primeiro ramal do Metrô fora da Capital, interligando as estações Tamanduateí, em São Paulo, e a futura estação Djalma Dutra, no Centro de São Bernardo, passando por Santo André e São Caetano. Com 14,9 km de extensão, a linha terá 13 estações. As obras estão orçadas em R$ 4,2 bilhões, entre investimentos e desapropriações, e previstas para iniciar em 2015.

Universidade Metodista de São Paulo
Assessoria de Imprensa
Malu Marcoccia 
imprensa@metodista.br
(11) 4366-5069

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