domingo, 29 de novembro de 2015

ESCULHAMBADÃO.
Por Liliana Pinheiro*

VEM AÍ O VERÃO DA SAPATADA.

O povo está implicando com os 200 pares de sapatos da Maika, mulher do Delcídio. Uma amiga das mais queridas até rogou praga para a Maika ter joanete. Estou rindo disso.

Fui contar os meus, que não sou ninguém. Deu 29, entre tênis, sandálias, rasteiras e botinhas. Desse estoque, melhor esquecer 6 pares – estão próximos da morte, embora limpinhos; ficam porque são folgados e gostosos. Outros 5 são meio incômodos, para dias de não ter de andar. O resto é bom e eu uso. Tudo simples, mas eu gosto deles. 

Se eu fosse rica, teria mais. Acho 200 um número bom para quem tem vida social. A gente tem não compromisso assim, não sabe desses lances. No máximo vai ao dentista, à reunião de trabalho, à casa da mãe e de uns poucos amigos, e uma ou duas vezes por ano faz uma viagem legal, em que sempre leva um sapato melhor, mas usa o tênis surrado o tempo todo. 

A vida de gente rica é diferente. De mulher rica, mais ainda. Cada roupa precisa de um sapato diferente. Há o problema dos saltos e das cores. Do verão, do inverno e da meia-estação. Da neve, para alguns. Da calça comprida e do vestido. Da bermuda e do maiô. Se é sapato para mostrar ou para andar. Uns não servem para dirigir. Outros não servem para andar de ônibus. Alguns não servem para nada. Nada de nada, mas a gente gosta deles. 

Sapato é um problema. Sapato de ir na prisão será outro desafio, a partir de agora. De dar entrevista, de ir em eventual CPI. Sapato é coisa complexa no universo feminino. É bom que a Maika tenha 200 pares. Dá para atirar, um por um, contra um monte de gente. 

Vem aí o verão da sapatada. 












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