Jeep Compass, irmão elegante do
Renegade
O
Compass, segundo produto da marca Jeep no Brasil foi desenhado e composto para
ser concorrente de peso na faixa de briga-de-foice-no-escuro
no promissor mercado nacional no segmento. Está acima do irmão Renegade, do
líder setorial Honda HR-V, do recém chegado Nissan Kicks.
O
mercado de utilitários esportivos, sejam os SAV, com tração simples ou SUV, com
tração total e disposição extra asfalto, vem em grande expansão, com projeção
de atingir 25% dentre todas as vendas de veículos leves. Nele não há crise,
como perceptível pela enxurrada de novos produtos para disputar clientes.
É
o terceiro produto da fábrica FCA em Goiana, Pe, e utiliza plataforma comum ao
Renegade e ao picape Toro. E, como o Renegade, é produto mundial inaugurando
produção no Brasil.
Tem
missão importante: ajudar a Jeep a crescer e manter-se rentável e líder em
lucros na união FCA. Oferece amplo leque de versões com motores flex e diesel
2,0 litros, com respectivos 200 e 170 cv de potência, e composições em
decoração, transmissões com acionamento mecânico ou hidráulico, e tração
simples dianteira ou nas 4 rodas. Leque de preços varia 50%, a partir de R$ 100
mil pela versão simples, Sport, flex, até o topo de linha Trail Hawk, diesel, automática de 9 marchas.
Está
acima do Renegade. Pouco maior em dimensões, suspensão para rodar mais
confortável, e habilidades quase iguais para as versões de tração total. Em
termos de mercado é muito bem focado em postura, composição, destinado a
clientela idade superior ao cliente do Renegade, sem pretensões a ter cara de macho-man. Isto o situa em faixa de
conforto. Em termos de estilo o controle da Fiat sobre os Chrysler e Jeeps
melhoraram o produto. É limpo, marcado por linhas e elegante friso cromado
envolvente, grupo óptico bonito e eficiente, luzes com LEDs.
Internamente
bem acertado, materiais de toque agradável, incluindo o volante com aro
espesso; computador de bordo com tela de 9 cm para computador na versão
Longitude e 16 cm, colorida na Trailhawk.
Versão superior bem composta em itens de segurança – sete bolsas de ar;
assistente de ponto cego; farol alto/baixo automático; freios anti colisão.
No particular
Versão
superior, diesel, transmissão automática, mimos como câmera de ré, mais nova
das necessidades inadiáveis aos motoristas. É um dos confortos, como a direção
assistida, a transmissão automática, os freios com mecanismo servo –
experimentou, vira exigência.
No
específico emprega pneus para desenhar seu uso – muito mais para urbano rápido.
O ruído matraqueado do ciclo diesel tem sido reduzido tanto operacional quanto
pela aplicação de adjutórios e filtros acústicos. O motor traça o mapa do uso.
Pé em cima, deixando-o trabalhar e fazer as marchas passarem, pressão constante
no acelerador, obtém ótimas médias – 15 km/litro em estrada de orografia
variada, carga completa. Cidade, 11 km/litro. Na média marcou 13,5 km/litro. Consumo
de diesel é consequência dos cavalos demandados, e exige motorista entendendo
do produto.
Sempre
me questiono do porquê um urbanoide, com arrepios ao campo e à terra vermelha
embaçando seus sapatos polidos, escolhe um motor diesel e por tal opção paga
caro – e nunca recuperará com uso a diferença de custos, até pela similaridade
atual de valores. Mas 10% dos compradores demandam por tal versão, cuja
característica maior é dispor de muito torque, 35,7 m.kgf em rotações baixas,
oferecendo grande capacidade de aceleração e manutenção de médias horárias.
O
conjunto é para quem se dedica a leitura especializada, pois além da falsa
noção de carro automático ter auto determinação, fazendo tudo sozinho, há
outros adjutórios importantes, como a gestão da tração nas quatro rodas,
permitindo escolher, via delicado botão de comando, o serviço certo para a
demanda – Snow, pouca aderência; Sand, areia; Mud, barro; Rock, pedras
soltas – e reduzida acionável por botão e bloqueio do diferencial central,
distribuindo a tração 50/50%.
Compass, elegante, bem formulado.
Хорошие старые Нивы 40 лет назад (O bom e velho Niva faz 40 anos)
Sucesso
no Brasil à abertura das importações, foi-se em anunciada fuga do importador.
Deixou clientes reclamando de quebras e falta de manutenção, e outros,
fanáticos, em comunidades sociais, como os Camaradas
do Niva.
Anedota
de automóveis diz, os Jaguar são os
melhores carros do mundo – quando funcionam … Vale para os Niva, fazendo-o
com conforto e surpreendente capacidade de vencer dificuldades, como andar com
água a 60 cm, neve com 1m em altura. Niva em russo significa Campo, apropriado.
História
Exceto
mercado brasileiro está presente em 150 países e surgiu por iniciativa do
Partido Comunista. Ao início dos anos ’70 o projetista Vladimir Sergeivich e o designer Valery Semushkine traçaram o conceito.
A ida da Fiat para a então União Soviética facilitou trabalhos fornecendo
componentes, desde a base do modelo 127 – no Brasil evoluído para 147 -, motor
e transmissão do modelo 124, e agregando as modificações, como suspensão, diferencial
dianteiro e central gerindo a tração permanente nas 4 rodas. Projeto definitivo
foi apresentado no XXV Congresso do Partido em fevereiro de 1976 e a produção
determinada para a estatal AutoVAZ em Togliattigrado, onde se fabricavam os
Lada sedã e SW. Era o VAZ 2121. Àquele tempo na URSS não havia provocação de
marketing capitalista, e ante a incapacidade estatal em atender aos
interessados, qualquer produto rodante era sucesso.
Projeto bem arranjado
sofreu poucas modificações em quatro décadas. Ganhou caixa com 5 marchas; em
1994 trocou o motor Fiat 1,6 por 1,7 GM, teve versão diesel 1,9 Peugeot. Poucas
mudanças estéticas em grade frontal e grupo óptico. Qualidade foi implementada
com métodos alemães quando a Opel GM assumiu gestão da fábrica e há poucos anos
quando Renault-Nissan a sucedeu.
Gestão francesa fez
modificação frontal, incorporando para choques à carroceria, nova grade, rodas
em liga leve – aqui aplicadas na versão Pantanal, preparada localmente. No
Brasil apenas versão de 3 portas, mas existem com 5 e picape.
Quem entende credita o
sucesso à mecânica simples, robusta, sem fricotes, e à completa ausência de
eletrônica exceto para ignição e injeção nos últimos anos.
Queixas quanto à qualidade,
simples entender. País sem liberdade de manifestação, fila de encomendas, anos
para receber uma unidade, preocupação com qualidade e ganhos tecnológicos
inexistiam. A onda capitalista saneou-o.
Pioneiro
Reclamações são tragadas
pelo vórtice histórico. O Niva inventou o segmento do SUV pequeno. Toyota,
Daihatsu, Suzuki o passaram a limpo e adensaram o caminho do pioneiro, hoje em
multiplicidade de marcas, modelos e versões afogando o mercado.
No Brasil além das unidades
importadas houve duas promessas de maior presença. Uma, exportador independente
queria montá-lo no Uruguai, dando-lhe rótulo de produto regional mandando-o para
o Brasil. Marketing manco, tinha-o com decoração de carro de luxo e preço
elevado. Não vingou. Idem para a promessa de fábrica no estado do Espírito
Santo. Lamentável. Neste país sem estradas asfaltadas seria o ideal.
Renault-Nissan quer
aproveitar o conceito, partindo da plataforma jogo duro B90, base de Logan, Sandero,
Duster, para fazer releitura do Niva. Será maior, melhor – mas apenas mais um.
Charme não se terceiriza.
Niva, quarentão.
Roda-a-Roda
Ainda não – Sucesso no Salão de
Detroit, ganhando prêmio EyesOnDesign,
Kia Stinger será produzido na Coreia, 2o. semestre, no espaço do
modelo Rio, a ser transferido ao México.
Aqui –
Virá em conta restrita pela barreira legal da importação de 4.800 unidades/ano
sem pagar adicionais 30 pontos percentuais sobre o IPI. Abeifa, associação dos
importadores prova, medida garroteia o mercado e desemprega.
Como – Competente, monobloco com 55% em aço de alta
resistência, motores L4 2,0 turbo, 255 cv e V6, duplo turbo, e 365 cv,
automático 8M, tração traseira ou integral. Freios Brembo a disco nas quatro
rodas. Elegante e performático.
Reversão –
Crescendo 1,75% em vendas
de importados no mês de janeiro – setor
caiu – entendendo iniciar vendas ascendentes Sérgio Habib, representante da
JAC, acertou importar o S2, chamando-o T40.
Ação - Misto de hatch
com sav, motor 1,5, câmbio mecânico,
concorrerá com Stepway Renault Sandero em equipamentos, design, espaço interno e custo x benefício. Perto de R$ 60 mil.
Dividirá cotas de importação com o T5.
JAC T40.
Mudança
– Próximos dias, lançando o sav Captur, Renault mudará classificações para indicar versões por
equipamentos, confortos e acessórios.
Simples –
Serão duas. Saem Autentique, Expression, Dynamique e outras, e surgem Zen, de entrada; Intense, superior. Acima, opcionais de transmissão CVT aos 1,6;
tela Media Nav; bancos revestidos em couro e teto bi ton, se o caso.
Vem –
Fiat desmanchou teoria sobre adiamento da apresentação de seu novo hatch para substituir Bravo e Punto.
Lançamento será em Junho, mês de complicada agenda pelo amplo feriado de Corpus Christi e ausência de jornalistas
do ramo por ida ao Salão de Buenos Aires.
Não –
CAOA Hyundai nega fim de produção do Tucson primeira geração, desdiz indicando
investimentos locais para melhorar rendimento do motor.
Negócio
– Presidente argentino Maurício Macri visitou o colega
Michel Temer para ajustar parceria nos negócios regionais e fazer natural
implemento de negócios com o México, ameaçado de boicote por seu maior cliente,
os EUA.
Bailado – Um
pouco de negócios, muito de diplomacia. Até agora Temer não havia recebido visitante
oficial para dar aval à mudança de governo. Boa vontade depende de acordo entre
países. Mercados complementares pelo Mercosul, a crise brasileira atrapalha a
Argentina, e o ranço das medidas administrativas deixadas pelo governo Kirchner amarra negócios.
Cores –
A ditadura PP – preto e prata – chega ao fim e leva junto a monotonia. Novas
exigências mundiais indica radicalização dos clientes, e agora 50% demanda
carros brancos; prata caiu a 20% e preto a apenas 14%.
Bom senso –
Finalmente. Andar em carro preto, sem ser taxi, uber ou oficial, exibe
descompromisso com verdades físicas: cores escuras retém calor, aumentam a
temperatura interna, desafiam o ar condicionado, elevam consumo. Ford incluiu
na linha Focus um vermelho perolizado, o Toscana.
Demanda – Procura
pelo modelo X1 e capacidade industrial no limite provocou BMW buscar novo
parceiro para montá-los. É a VDL Nedcar, na Holanda. Não é marca ou fábrica,
apenas montadora. Estende negócios. Já monta o Mini, dada idêntica situação com
a fábrica original em Oxford, Inglaterra.
E? – Curioso
não faze-lo na fábrica BMW no Brasil ou ampliá-la para tornar-se supridora do
mercado norte-americano, como faz com pacote de 10 mil unidades. Consultada,
empresa não respondeu.
Mundo –
Em projeto de reconstrução PSA faz acordos mundiais para montagem de seus
veículos Peugeot, Citroën e DS. Acertou-se com a Urysia, representante no
Quênia para montar iniciais 1.000 unidades/ano do 508 e após, do SUV 3008.
Marca já teve operação assemelhada entre 1974 e 2002.
Mercado – Tivesse
vendido mais 39 mil veículos em 2016, Aliança Renault-Nissan alcançaria a
mítica marca de 10M. Marcas Renault e Dacia tiveram crescimento expressivo:
Renault Samsung subiu 38,8%; Nissan expandiu 3%.
Conta - Salto
numérico de 10% deu-se pela oportuna tomada acionária da Mitsubishi, somando
934 mil veículos da marca à conta dos controladores. Nela entrou a operação
russa com a AutoVAZ e seus Lada.
Futuro – Consciente
com o crescente trançar entre veículos e interatividade, Ford aproveitou o Campus Party, em S Paulo, maior evento
sul americano em tecnologia, inovação e mobilidade, para exibir o Gear Auto
Link, aplicativo desenvolvido no Brasil para os relógios inteligentes Gear S2 e
S3 Samsung.
Faz – Muito:
transfere agenda com endereço ao sistema de navegação; aviso de criança deixada
no carro; localizar veículo; alerta de sono. Desenvolvedores podem integrar
novos aplicativos à plataforma. Está em Smart Device Link.
Novos tempos – Inglesa
McLaren Racing, equipe de Fórmula 1 assinou contrato com a Stratasys, dos EUA,
em negócio de soluções de impressão 3D.
Bom
para ambas. McLaren receberá peças com rapidez, tecnologia de vanguarda, e a
fornecedora terá vivencia de produzir para empresa de ponta e trabalhar em
ambiente de extremos requisitos e pressão por qualidade e prazos.
Futuro –
3D se baseia nos princípios da impressora doméstica. Gerida por computador,
produto final substitui peças estampadas em chapa, ou moldadas em fibra de
vidro + plástico ou fibra de carbono. Um Nerd,
impressora pessoal 3D, e uma mesa em casa podem fazer carroceria especial para
automóvel.
Mais –
Colaboração não se deterá em carros de corrida, permeando aos contados
esportivos da marca e às categorias para as quais a McLaren vende serviços –
Fórmula 1, Indy e NASCAR.
Gente – Nelson Piquet, empresário, tri campeão na
Fórmula 1, brinquedos novos: elétrico Tesla e Porsche 1985 turbo. OOOO Longino Morawski, executivo, ex-presidente
da Harley-Davidson, e líder da operação Vespa Piaggio, negócio próprio. OOOO Sócio presidente no Brasil da CI Advisory, de cultura e estrutura
organizacional, desenvolvimento de lideranças, start ups. OOOO Sucedido por Giuseppe De Paola, italiano, diplomas em Economia,
Marketing, Comunicação, MBA em Administração e ex Bmw OOOO Marcelo Braga,
publicitário, mudança. OOOO Novo
diretor de marketing do grupo CAOA e suas marcas Hyundai, Subaru e Ford. OOOO Roberto Di Stefano, italiano, 54, trabalho. OOOO Respondia pela área de amortecedores
da Magneti Marelli, maior produtora de peças de reposição para veículos no
país, novo condutor da empresa na América Latina. OOOO Área importante, 20% do faturamento mundial da MM. OOOO
* Roberto Nasser, edita@rnasser.com.br, é advogado especializado em indústria automobilística, atua em Brasília (DF) onde redige há ininterruptos 42 anos a coluna De Carro por Aí. Na Capital Federal dirige o Museu do Automóvel, dedicado à preservação da história da indústria automobilística brasileira.
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