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sexta-feira, 19 de maio de 2017

DE CARRO POR AÍ.
Por Roberto Nasser*

JAC, picape diesel a preço menor

Março, picape JAC T6 diesel

SNS, importadora da chinesa JAC Motors, anunciou em convenção de revendedores importação de picapes T6 a partir de março de 2018. Terá a configuração de agrado ao mercado: cabine dupla, tração 4x2 ou 4x4, câmbio de seis velocidades à frente, e motor diesel.

Características adicionais, com 1,83m de largura e 1,81m de altura é mais espaçoso relativamente aos concorrentes; tem maior capacidade cúbica de carga ao nível das laterais da caçamba; e maior espaço aos cinco passageiros.

É atualizado ante Isuzu/GM, Ford, Nissan, Mitsubishi - e muitos chineses, e contra destes declara tal característica, assim como menor consumo de diesel.

Olhando o passado é incontestável evolução de seus modelos anteriores, cópias de Ford F 150, de GM Isuzu, e deste há notícias de ser inspirador do desenvolvimento e produção de motor próprio pela JAC. A configuração para o mercado brasileiro está em análise de factibilidade industrial, apesar de na origem o T6 ser anunciado como de resistência superior a testes de impacto, aptidão ao uso fora de estrada, e menor consumo.

Quanto a aparência e interior, atende às exigências do comprador nacional, em sua maioria utilizando-o bestamente como urbano sedã com porta malas grande – e ocioso. Com dimensões maiores supera em porte concorrentes do segmento médio; porta itens de segurança básicos incluindo ABS de nona geração; construção da cabine declarada como dotada de grande capacidade de absorção de impactos frontais e laterais – 4 estrelas no índice CNcap; decoração automobilística; painel com tela grande, gestora das funções e da infodiversão – navegador, radio, tv, Bluetooth, conexão USB e Internet. Projeto foi desenvolvido pela JAC design, com base em Turim, Itália.

JAC quer ampliar leque de produtos, mesmo com importações limitadas ao teto de 4.800 unidades anuais para toda a marca.

Ônix e seus perigos

LatinNCAP, entidade plural dedicada a medir índices de segurança em veículos divulgou dado alarmante: o Ônix, líder de vendas Chevrolet, levou nota Zero em teste de impacto lateral a passageiro no banco frontal. Na avaliação – choque contra barreira deformável – permitiu intrusão do aríete na cabine; atingiu o peito do boneco de testes. E ocorreu o insólito: a porta traseira do lado impactado abriu. Para crianças o índice foi 3.

Proteste, associação de proteção ao consumidor, foi ao extremo: apoiada por assinaturas populares quer requerer ao Governo Federal determine suspender produção até a GM introduzir melhorias para evitar consequências tão danosas aos passageiros. E tornar os Ônix, desde o início da produção, em 2012, objeto de re call para correções – um processo mecânico muito difícil, pois a intrusão se deu por deficiência estrutural para os testes atuais, e não para os da época do projeto.

GM distribuiu nota oficial calcando no óbvio: o Ônix segue as leis do país. Adicionalmente incluiu a desnecessária informação de seus investimentos locais, como se isto  evitasse danos em acidentes.

E ?
Resposta infeliz, com enorme repercussão negativa, tanto por conta do evento quanto consequência prevista ante as continuadas dificuldades da GM em seu relacionamento com os formadores de opinião. Mas a fabricante, em seu comunicado abre oportunidade a correção.  Ao transmitir ao governo federal a responsabilidade da ocorrência de danos pessoais como resultado de legislação leniente, pode forçar um re-estudo para atualização das regras legais sobre itens de segurança nos carros feitos no Brasil. As exigências brasileiras, leia-se sul americanas e países emergentes, são inferiores às da comunidade europeia e EUA. Alega o Proteste, o Ônix não seria aprovado por regulamento das Nações Unidas, a UN95, nem pela norma federal norte-americana.

Outro resultado positivo pode advir de tal situação: reparar se nos próximos meses suas vendas cairão. Se isto ocorrer será demonstração de mudança comportamental dos consumidores, há pouco tempo ainda optando por estofamento de couro ou som incrementado em lugar do então opcional ABS e air bags. Nesta época de Deputados querendo mostrar serviço para remover a nódoa geral sobre a classe política, baixar legislação atualizadora em segurança pode ser uma das consequências positivas.

No teste o aríete invade a cabine do Ônix e a porta traseira se abre

Roda-a-Roda

Expansão – PSA – Peugeot Citroën assinou acordo com a SC Uzavtosanoat, empresa do Uzbequistão para produzir comerciais leves. Coisa pouca, 16 mil unidades em 2019, para mercado doméstico e exportações. Negócio típico de implantação: PSA entra com planos, projetos, cessões e gestão. Sócio com capital, país com incentivos e a regra de 50% de conteúdo local.
Amplo – Argo, próximo lançamento Fiat, para cumprir objetivo de conquistar clientes em várias faixas de preço, terá motores 1,0 3-cilindros – transmissão mecânica 5M; 1,3 4-cilindros – transmissão automatizada GSR 5M; e 1,8 litro EtorQ VIS com 139 cv e câmbio automático 6M.
Enfim – Citroën iniciará vender em junho seus modelos C3 e Aircross com ótima combinação mecânica: motor 1,6 litro com transmissão automática de 6 marchas. Além de conforto, troca da antiga caixa automática com 4M pelo sistema mais novo, oferece mais dinamismo e menor consumo,
Aqui – Leitor da Coluna sabia. Leu aqui há duas semana o início das vendas de tal conjunto na Argentina e a óbvia comercialização no Brasil.
Olho ... – Johannes Roscheck, novo presidente da Audi, fará périplo pelo país: conhecer a operação dos revendedores, de serviços a atendimento e vendas.
... do dono - Quer entender baixa performance, em especial quanto aos modelos de maior preço em seu processo de melhorar o rendimento da marca,
Pra fora – Vendas domésticas em queda, fabricantes de veículos e auto peças buscam clientes de fora do país. Volkswagen e Fiat focam ampliar na América Latina, com diretorias específicas. Zen, catarinense de impulsores de partida e polias de roda livre, expôs na Automechanika, em Dubai. Quer o mundo.
Motores – VW Brasil acertou-se com similar mexicana – e exportará 250.000 motores 1,4 TSI – turbo injeção direta -, até 2020. Em alguns produtos viagem ociosa: VW mandará o motor e importará o carro por ele tracionado.
Pra dentro – Varejo de venda de veículos mostrou índice positivo: média diária de vendas em 8.700 veículos superou abril de 2016 e março de 2017. Contra varejo não há argumentos. Índices poderiam indicar o fim da queda. Nas condições atuais qualquer aposta é nula.
Solução – Inspeção Veicular, necessidade premente para depurar a frota usada a partir de itens inseguros, não consegue ser implantada no Brasil, apesar de definida pelo Denatran, órgão regrador. Seu funcionamento em muito melhoraria o trânsito, reduziria acidentes e seus custos, diminuiria emissões poluentes, fomentaria venda de veículos novos.
E? - Política ou baixa política, fato é não consegue ser tornada obrigatória, pois talvez os números ofusquem o bom senso. Multiplique os incontáveis milhões de clientes obrigatórios pelo valor de inspeção, e terá quantia provocadora.
Caminho – Pode ser seja resolvida por outra via. Nas discussões do Rota 2030, o programa industrial para a indústria automobilistica tocado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços, a inspeção e sua função de assepcia rodoviária está presente como programa de governo.
De fora – Simpósio de Eficiência Energética, Emissões e Combustíveis, pela AEA, Associação Brasileira da Engenharia Automotiva, 7 de junho, colocou o Rota 2030 em pauta. Tema é Inovação, Sustentabilidade e Impactos na Sociedade, e especialistas nacionais e estrangeiros somarão conhecimentos e esperanças quanto à implantação da Inspeção Veicular.
Semelhança – Como são assemelhadas as posturas do presidente Donald Trump, dos EUA, e do ex-Lula da Silva no Brasil. Tratam o país como se fosse propriedade privada, atropelam as regras com postura pessoal, se dizem perseguidos, especialmente pela imprensa. Lá sedimenta caminho para um pedido de impeachment. Aqui, tudo indica, prisão.
Opção – Em cores para veículos, encerrada a ditadura do Preto e Prata, o mandão Branco já foi superado. Moda geral agora é o cinza, em cabelos, decoração de ambientes e carros. É a mais vendida entre os Ford europeus e deve ter destaque no novo EcoSport.
Origem – Surgido na Índia como carro para países emergentes, e no Continente fabricado pela Toyota no Brasil, o Etios usa motores de 1,3 e 1,5 litro. É correto em pretensões – e manso de comportamento.
Tempero - Inquietos irmãos Alejandro e Marcos Galanti, pilotos de rallye, convenceram Toyota del Paraguay fazer o Etios mais rápido do mundo e competir na Categoria Rallye 5. A francesa AD Competition fez.
Futuro - Ajeitou a mecânica, aplicou motor 1,8 do cupê Celica, extremamente desenvolvido, gerando 315 cv. Atingiram o objetivo. Toyota não o fará, mas a aventura paraguaia exibe casamento factível em ponto menor, Etios com motor Corolla. Seria o up! TSI da Toyota.

Etios veloz. Receita pronta

Constatação – Esportivos de ponta são normalmente carros infelizes. Pouco usados, largados em garagens, óleos se degradam, pneus se deformam. Anos depois, vendidos como brinquedo envelhecido, no usual registram baixíssima quilometragem, e motores com pouca saúde.
Insólito – Revista inglesa Autocar localizou exceção, Lamborghini Murciélago, 2009, 420 mil km (!) de uso sofrido em locadora de esportivos. Sob motoristas buscando sensações, embreagem dura 30 mil km; pneus, um mês. Talvez o Lambo mais rodado no mundo, mecânica está surpreendentemente sadia.
Gente – Giancarlo Annoni, 82, engenheiro, agora Cavaliere – Mérito do Trabalho -, na Itália. OOOO Foi o último engenheiro da Alfa Romeo residente no Brasil, no desenvolvimento e produção do AR 2300. OOOO Fernão Silveira, ex Dow Chemical, novo cep. OOOO Diretor de Relações Corporativas na Ford. OOOO Aposta ousada: implantar relacionamento com novos públicos, distantes do automóvel. OOOO

up!. Mantém a liderança tecnológica no segmento

Novo up! surpreende

Mais conectado, tecnológico e esportivo: com novo design, novo painel e sistema de som Composition Phone, permitindo conectar o veículo ao smartphone. Assim é o VW novo up!, revolucionário em segurança, eficiência energética e design no Brasil.

Linha 2018 exibe a nova linguagem global de estilo da Volkswagen, jovial e esportiva, e traz tecnologias e equipamentos inéditos no segmento, apenas empregados em veículos de maior porte e preço. 

Faróis de neblina com luz de conversão estática (cornering light), sensores de chuva e de luminosidade (crepuscular), suporte para celular, e o aplicativo exclusivo “maps + more” desenvolvido pela Volkswagen  possibilita monitorar as principais funções do veículo por meio do Smartphone.

Marca a modelia 2018 painel totalmente novo: do instrumento combinado maior e o acabamento refinado ao volante multifuncional de estilo global e a iluminação de ambiente (recurso inédito na categoria). Na prática um interior mais refinado.

Mantendo a vanguarda técnica oferece duas opções de motorização 1.0 de três cilindros: a MPI de até 82 cv (câmbio manual de cinco marchas ou transmissão automatizada I-Motion) e a TSI  de até 105 cv (câmbio manual de cinco marchas).




* Roberto Nasser, edita@rnasser.com.br, é advogado especializado em indústria automobilística, atua em Brasília (DF) onde redige há ininterruptos 42 anos a coluna De Carro por Aí. Na Capital Federal dirige o Museu do Automóvel, dedicado à preservação da história da indústria automobilística brasileira.


>>>Visite: O Brasil Sobre Rodas.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

DE CARRO POR AÍ.
Por Roberto Nasser*

Perfil do Argo

Anti Ônix, o novo Fiat Argo

Dia 31 Fiat apresentará o Argo, novo hatch, para suprir vendas de produtos descontinuados, como Punto e Bravo, além de versões de maior preço da linha Pálio. Integra o pacote de ações da FCA para conquistar vendas e lucros com os produtos Fiat, e re aproximá-la do recém perdido status de líder.

Está focado na realidade, disse-me executivo confiável, significando evitar o entusiasmo e preço causadores do fracasso do Linea, ótimo produto, não fosse a errônea pretensão em concorrer com veículos maiores. No caso, segundo a mesma fonte, o foco da FCA com o Argo será o líder Chevrolet Ônix. Para ser a opção, oferecer mais: bom projeto estético; conteúdo técnico, de conforto e comunicações; bom acerto mecânico com sensações de dirigir com prazer. Quer dar-lhe uma nova categoria: Compacto Premium.

GM reagiu criando a versão Effect, posicionada entre LZ e LTZ, mas deixou flanco aberto no quesito segurança: Nota Zero em proteção a passageiro adulto nos teste de impacto lateral do LatiNCAP.

Versão Argo sedã será produzida na Argentina ao final do ano.

Cartaz do Salón

Buenos Aires, junho, Salón del Automóvel

Segunda maior mostra de automóveis na América Latina, o Salón del Automóvel de Buenos Aires iniciou vender ingressos. Será nas imponentes instalações da área La Rural, 10 e 20 de junho, e compras pelo sítio www.mercadolibre.com.ar.   Custam 200 pesos – quase R$ 40.

Está em expansão, em segunda fase, em crescendo de expositores. Neste ano, grande presença de marcas chinesas, algumas desconhecidas no mercado nacional; das grandes fabricantes lá instaladas e filiadas à Adefa, associação classista e organizadora do Salão, e novidades como estreia da marca Lexus – a de luxo da Toyota -; o projeto de crescimento da marca DS; novo Fiat Argo e o conversível 124 em pesquisa de mercado. Produto de interesse ao Brasil picape VW Amarok com motor V6 e 3.000 cm3. Atrações maior, dois Pagani Zonda F Roker, esportivo de estirpe e muito preço.

A JAC e seu Dia do Fico

Todos se lembram de episódio histórico, deflagrador da Independência do Brasil. Foi aos 09.jan.1822, logo após a volta da Família Real a Lisboa, levando a sede do Reino, rebaixando o Brasil a Colônia. Dom Pedro I aqui ficou como Príncipe Regente, um meio monarca sem poderes, administrador de ordens ultramarinas.

A Corte achava, não era confiável, tinha arroubos, coragem, valentia, estamina e testosterona em excesso, sendo melhor substituí-lo por Junta Governante e mansa. E por carta determinou sua volta a Portugal. Oito mil cariocas protestaram, expondo ameaça clara: se fosse, os planos de Independência minguariam. E instado a manifestar-se, proferiu famosa frase: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Digo ao povo que fico.”

Foi o marco da divergência formal com o governo português, e o Grito do Ipiranga, aos 07.set seria a consequência da ruptura e do início como nação.

Semana passada a importadora da JAC Motors, às margens do rio Tietê, a seu modo praticou ato assemelhado, mostrar continuar no país, revender produtos da marca chinesa, garantir sua assistência. Fora instigada por divulgação, via grupos sociais, de cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, a certidão de nascimento sem a qual não pode funcionar.

Cancelamento do CNPJ da nunca operacional Jac Motors.

O cancelamento era real, mas de empresa não viabilizada, união pró negócios entre a chinesa JAC Motors e a representante no Brasil, aplicando US$ 200M para construir fábrica na Bahia. Mas deu errado: chineses refluíram, encerrando negócio. A difusão sugeria ser decisão nova, tornando proprietários dos veículos da marca órfãos sem assistência. Mas era coisa antiga, de fevereiro. 
       
Rápido, Eduardo Pincigher, diretor de relacionamento corporativo, enviou comunicado à imprensa. Coisa elegante, tangencial, falava dos seis anos de operação da marca; das já vendidas 80 mil unidades; do crescimento de vendas; de novos concessionários; de 10 lançamentos próximo ano; de novo produto, o JAC T40. Abduzia a dúvida. Importação, distribuição e assistência continuam pela SNS Importadora Ltda., sob o guarda chuva corporativo do Grupo SHC.

T40
SAV, utilitário esportivo com tração simples, 4,13 m de comprimento, 1,75m em largura 1,60m de altura, distância entre eixos em 2,49m. Motor pequeno, quatro cilindros, 1,5 litro de capacidade, faz 125/127 cv de potência, mantendo o diferencial da marca, conteúdo: controle eletrônico de tração, auxiliar de partida em subidas, tela com 20 cm, cruise control, sensor de estacionamento. Em infodiversão, kit multimídia, tela com 20 cm. R$ 60 mil. Em julho.

Novo EcoSport começa com Lobby

Ford apresentou novo motor reduzido em tamanho e peso. Tri cilíndrico em alumínio, 1,5 litro, aspiração atmosférica, Flex. Tão surpreendente quanto a potência de 137,2 cv, quase 100 cavalos por litro de deslocamento, foi presença de Marcos Pereira, Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Falou sobre projeto Rota 2030, de regras industriais, sucessor do atual e polêmico Inovar-Auto, regressor dos índices de nacionalização ao nível dos anos 50.

Ford está ativa em lançar e retirar motores de produção. Este descartará o recente Sigma 4-cilindros, 1,6 de cilindrada, maior, mais pesado, menos potente.

Apresentação sem dados maiores sobre o engenho, exceto ser projeto moderno, com coletor de escapamento incorporado ao cabeçote, duplo comando com balancins roletados para as válvulas, eixo contra rotante anti vibrações, ao contrário da solução aplicada no Ka 1,0, equilibrado por desbalanceamento no volante motor. Torque de 158,5 Nm com álcool. Tracionará versões de menor preço no EcoSport revisitado, cuja apresentação está em definição de agendas.

Roda-a-Roda

Super-Super – Mercedes e associada AMG levarão ao Salão de Frankfurt, Alemanha, 14 a 24 setembro, novo produto, tipo super coupé. Rótulo indica veículo de elevadíssimas prestações esportivas, o Mercedes AMG Project One.
O que - Gente próxima ao projeto diz ser um Fórmula 1 estradeiro, concorrente para Ferrari La Ferrari, Bugatti Chiron, Aston Martin One-77, Pagani Huyara, McLaren P1, Porsche 918. Mecânica pretenciosa, 750 cv, da soma entre os produzidos por motor 1,6 litro e motores elétricos embutidos nas rodas.
Retomada – Marcas Peugeot e Citroën – e DS – operam sob o guarda chuva PSA, querem retomar presença, vendas, faturamento e lucros no Mercosul.
Parelha - Nas iniciativas, além de Citroën C3 na Argentina combinando motor 1,6 aspirado + transmissão automática 6M, no Brasil Peugeot promove test-drives nos 208 e 2008 e, se cliente optar por carro concorrente, ganha R$ 500.
Calço – Para viabilizar negócios, acena com programa Renova Peugeot, ação de fidelidade – entrada flexível; parcelas fixas; recompra garantida.
Questão – Peugeot não enfatiza item diferencial nestes produtos: a sensação de conduzir, melhor da categoria, por acerto em direção, suspensão, freios.
Abril – Vendas de veículos leves recuaram 17,1% em abril, com 152.383 unidades. Em automóveis GM Ônix abriu liderança sobre Hyundai HB20. Depois Renault Sandero, VW Gol e Toyota Corolla. Fiat Mobi acelerou com vigor, da 15a para a 9a posição.
SUV/SAV – Em utilitários esportivos Jeep Compass mante-se líder com 3.940 vendas. Honda HR-V 3.576; Hyundai Creta 3.056 ultrapassando Jeep Renegade, 2.745. Nissan Kicks desabou – alega-se fim de estoque mexicano -, e Renault Captur vendeu 793. Fábrica diz 7% acima de seu planejamento.
Picapes – Com 3.470 unidades Fiat Toro liderou vendas, com Scala vendendo 10% a menos. Após, VW Saveiro, Toyota Hi Lux e GM S10.
O carro autônomo estará à venda em 2019, diz Elon Musk, o sul africano enriquecido com seu negócio PayPal e dono da Tesla, a surpreendente fábrica de automóveis elétricos nos EUA. À época terão atingido o nível de autonomia 5 – hoje o pico é o 2. BMW havia previsto 10 anos para tal patamar tecnológico.

2019 –  fim do prazer em dirigir

Kwid – Renault veicula filmetes sobre seu próximo produto, o Kwid. Menor da linha, foca no concorrente up!, em especial a baixa altura do solo e o pequeno espaço traseiro. Criou slogan para o modelo: o SUV dos compactos.
Mercado - Aposta em espaço interno e boa disposição por conta de novo motor 3-cilindros e de baixo peso – uns 800 kg. Aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=zIXhMvYTdac. Veiculação é para provocar, pois vendas apenas em julho.
Frase - O carro é o dispositivo móvel mais importante do futuro, e o futuro está sendo escrito no Vale do Silício", de Thilo Koslowski, diretor da Porsche Digital, querendo se enturmar com a mescla mecânico/digital. Adere à tese da Colunafabricantes tratam automóveis como se fossem telefoninho esperto com rodas.
In loco – Marca alemã criou empresa digital para saber rumos e tomar o bonde certo para o futuro, criando filial no Vale do Silício para medir os ventos do tema.
Guiness – Air France e Porsche estão no livro de recordes Guiness. Primeira cedeu avião Airbus A380, 285 t de peso bruto, 73 m de comprimento; a alemã o rebocou com SUV Cayenne S diesel, 385 cv e 850 Nm de torque, Aeroporto de Paris, 42m. Imagine o sofrimento das longarinas, parafusos e pneus.
Ducati – Duas empresas negociam compra da Ducati de motos com assessoria indicada pela dona VW: SAIC Motors, sócia da VW e de meia dúzia de fabricantes na produção de veículos na China, e Hero Motor Corp, da India, de motos até 250 cm3 e motociclos. SAIC poderia ter negociado direto com a sócia.
PauraDucatistas mundo a fora receiam perda do espírito da marca, ante a diferença de origens e a influência de chineses ou indianos num negócio com tecnologia de pico, como a Ducati.
Nada a ver - Pouco provável. Chinesa Geely comprou a Volvo; indiana Tata a Land Rover Jaguar; a própria VW adquiriu Ducati e Lamborghini, e todas ganharam em produtos, vendas e lucros.
Gente – Herlander Zola, executivo paulista, troca. OOOO Deixa direção de vendas da Audi e vai-se à FCA OOOO Nova diretoria em torno de publicidade e mídias digitais. OOOO Experiência ímpar, vem de teutonicamente regradas VW, BMW e Audi e aprenderá significado do latino Ordo ab Chaos – a ordem no caos -, como os concorrentes dizem funcionar a Fiat. OOOO Nicholas Parkes, chileno, executivo, diretor de vendas FCA América do Sul. OOOO Empresa foca em aumento de exportações. OOOO Werner Schall, suiço brasileiro, engenheiro e marqueteiro, mudança. OOOO Deixou Mercedes-Benz, assumiu Direção de Vendas na Porsche. OOOO Das marcas Premium lidera crescimento. OOOO Federico Goyret, argentino, novo diretor de marketing da Renault. OOOO Alejandro Botero mexicano, novo VP Comercial. OOOO Prata da casa. OOOO





* Roberto Nasser, edita@rnasser.com.br, é advogado especializado em indústria automobilística, atua em Brasília (DF) onde redige há ininterruptos 42 anos a coluna De Carro por Aí. Na Capital Federal dirige o Museu do Automóvel, dedicado à preservação da história da indústria automobilística brasileira.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

DE CARRO POR AÍ.
Por Roberto Nasser*

Volkswagen vende Ducati – e também MAN/VW, Scania e Bugatti?

Os recém iniciados gastos com multas e indenizações à conta do escândalo das emissões superiores aos limites legais, e o grande projeto de imediata aplicação de recursos para desenvolver e produzir veículos elétricos, provocou matriz da Volkswagen a vender ativos. Primeiro, a italiana fábrica de motocicletas Ducati. Após entrariam na lista a teuto-brasileira MAN/VW caminhões e a sueca Scania. O grupo possui 12 empresas e, aparentemente inicia o processo cortando os extremos. Pela base, italiana fábrica de motocicletas Ducati em 2012 comprada pela Audi, empresa VW, por US$ 935M. Por explicações da época tratou-se de meio prático, embora caro, de absorver e aplicar em automóveis tecnologia motociclística para a construção de motores com melhor relação entre peso e potência, e fusão de metais leves. Audi e Porsche devem ter aproveitado o know how pois seus produtos tiveram sensível incremento na substituição de partes em ferro por outras em liga leve, em especial nas suspensões. No período Audi aplicou na Ducati cerca de US$ 1,3B mudando operações, produtos, obtendo ótimos resultados operacionais.

Aparentemente a VW entende, no reduzido círculo de atividades, não há interessados na aquisição, indo ao mercado para encontrar capitais externos. Contratou nos EUA consultoria Evercore, especializada no aconselhamento a bancos para investimento em negócios, para tratativas de vendas, formação de consórcios para a compra. Boatos de passá-la à frente correm desde o fim do ano passado, e ex presidente da empresa no Brasil, ao despedir-se afirmou ser a Ducati a pérola da VW, e por isto não seria vendida. Aparentemente as condições mudaram, e num ditado nacional a VW prefere perder as pérolas para manter os dedos...

Mais
Se a negativa quanto à Ducati se transformou em definição de vendas, parte dos caminhões exige, como se diz no Goiás, Café no Bule. Negócio de valores exponencialmente mais elevados ante o não divulgado e pedido pela Ducati. A produtora de motos Premium – quantidade reduzida, preço e lucro unitário elevados – não divulgou lucros do exercício passado, mas creem-se próximos as resultados de 2014 – 55.000 unidades vendidas e lucro de 55M Euros. Em 2016 repetiu número de vendas.

MAN é das mais antigas empresas de mecânica no mundo, operando na Alemanha. No Brasil assumiu a Volkswagen Caminhões e ônibus, tipo sub multinacional brasileira com operações de montagem no México. Scania, espécie de bilhete de primeira classe em caminhões. Interessantemente Brasil é único o país com operação industrial das duas marcas. Ducati não tem fabricação local, comprando serviços de montagem à Dafra, em Manaus.

Consultada, MAN respondeu taticamente por Danielle Ritton, de Relações Públicas: A Volkswagen recentemente reafirmou que não tem intenções de vender suas marcas de caminhões. Pela Volkswagen, André Senador, diretor, disse saber do assunto através da imprensa. Scania não respondeu à consulta e Maristela Ramos, pela Ducati informou não comentar pois a empresa desconhece tal disposição.

Caminho
Quem do ramo sugere decisão fundada em questões de convivência política – os acionistas não querem ir a bancos tomar empréstimos e fazer capital necessário às penas do escândalo Dieselgate, e investimentos em eletrificação de seus modelos. Também desconcordam de outra fórmula, participar de chamada de capital para entesourar a companhia, assim como emitir ações. Dado paralelo, há política familiar. Houve sério abalo de convívio entre os ramos Pïech e Porsche, juntos comandando a Porsche SE, a holding controladora da Volkswagen. A saída do primo Ferdinand e a ascensão do primo Wolfgang exibe poder do novo mando, com personalização nos caminhos para conduzir a companhia: as aquisições mais recentes – MAN, Scania, Bugatti, Lamborghini, Ducati - foram realizadas sob a gestão de Ferdinand, em seu processo de salvar, expandir, obter lucros recordes, colocá-la em crescimento ascensional atingindo a liderança mundial. Mas agora, sob o comando supremo de Wolfgang, e ante a necessidade de reunir recursos superiores ao lucro operacional, aparentemente comanda as ações para vender e fazer capital com as empresas adquiridas por seu primo e fora do caminho fulcral da marca.

Válido o raciocínio a Bugatti, dos esportivos de performance e lendária nomeada, mas como empresa, de compra e operação nunca entendidas, deve ser também descartada.

Ducati. Após comprar e transformá-la em fazedora de lucros, VW quer vende-la. Fazer caixa.

Novo motor VW a gasolina e gás

Aproveitando evento de tecnologia de motores, o Vienna Motor Symposium, na capital austríaca, VW mostrou serviço para desviar-se do foco do Dieselgate, cominações e prejuízos. Juntou propostas sob o dístico Juntos - Estratégia 2025. De maior realce emissão Zero por otimização de motor elétrico e soluções a motores endotérmicos para uso imediato – aplicação deve ser apresentada no Polo, Salão de Frankfurt, 14 a 24. setembro. Sob o capô do Golf TSI BlueMotion, o motor tricílindrico de 1,5 litro TSI em dois meses. Dita tecnologia Micro Híbrida permite ao motor, ao ser desacelerado até 130 km/h avance por inércia até desligar-se completamente.

A outra tecnologia de aplicação imediata é motor tri cilíndrico, 1,0, turbo, produzindo 90 cv, mas capaz de otimizar o uso de gás metano, de origem fóssil ou laboratorial. Não se trata de iniciativas amalgamadas em protótipo, mas produtos para venda. Significa tal tecnologia chegará por aqui.

Novo motor VW

Roda-a-Roda

Poder – Ele é considerado o esportivo de melhor equilíbrio entre custar e oferecer, em primorosa construção pela AMG, agora fabricante sob a centenária árvore da Mercedes. É o AMG-GT.
Pré – Vendas se iniciam em maio com entrega a partir de agosto, a R$ 1,2 milhão. Construção em alumínio, motor V8, entre eixos frontal, 4.000 cm3, bi turbo, 585 cv, acelerando por tração traseira aos 100 km/h em 3,6s.
DNA - Marca-o a grade inspirada nos protótipos 300 SL levados à Carrera Pan Americana em 1952. A cor verde metálica é para lembrar a floresta do circuito alemão de Nurburgring onde foi desenvolvido, e onde a seção norte é hoje cenário e referência para indicar comportamento esportivo.

AMG-GT, mas pode chamá-lo Diabo Verde

Vestibular – Maserati comemorou centésima milésima unidade produzida, um sedã quatro portas, o Quattroporte Grandsport, em chocante branco, interior tan, rodas leves em aro 21”, contrastantes pinças de freio em vermelho. Cem mil unidades leva-a a patamar de credibilidade.
Vária – Maserati, até chegar ao comando da Fiat, após salva e saneada pelo eng Eugenio Alzatti, tem história rica e variada. Dos irmãos fundadores, à OSCA, e sociedades diversas, incluindo Citroën. Chegou à mão da Fiat, há três anos administrando projeto de grande crescimento mundial.
Curiosidade – Festa foi no Salão de Shanghai, China, onde a marca vende 30% de seu volume, e é o maior mercado mundial para o modelo.
Prioridade – Citroën apresentou na Argentina brasileiros modelos C3 e Aircross em demandada combinação do motor 1,6 litro, 115 cv com transmissão automática moderna 6M.
Clarificando – 1,6 + automático existe no mercado brasileiro, mas emprega velha transmissão hidráulica com 4 marchas. A novidade está em atualização tecnológica utilizando-se unidade da japonesa Aisin.
Pacote – Transmissão com seis marchas aproveita muito melhor o motor, oferece mais disposição, velocidade, menor consumo, e aumenta o conforto, elevando nível de C3 e AirCross.
Quanto – Diferença de preço na Argentina para o novo opcional é 20 mil pesos – uns R$ 3.900. Citroën não se manifestou quanto a chegada ao mercado brasileiro, mas se há para lá, haverá para cá.

Citroën C3, conjunto desejado: motor 1,6 aspirado, câmbio automático 6M

Alemão – Novo sedã BMW Serie 5 iniciou vendas no país nas versões Sport 530i e 540i, a respectivos R$ 315 mil e R$ 400 mil. Não pense ser a cilindrada indicada pela dezena. Já foi assim quando a engenharia era respeitada como referência de matéria técnica. Hoje 530 indica 2 litros de capacidade deslocados por motor L4 e, 540 é um L6 de 3 litros, potências respectivas em respeitáveis 252 cv e 350 Nm de torque, e 340 cv com 450 Nm.
Fica – DS, marca surgida em 2014. Esclarece ante suspensão de importações de seus carros, estar desenvolvendo novo modelo de negócios. Quer ter a marca separada, em ambiente Premium para produtos e clientes. Pelo visto terá distribuidores próprios.
Mais up! – VW criou versão cross do up!, seguindo mania nacional. Baseia-se na carroceria de 4 portas, motor turbo TSI com 101/105 cv, vindo em quatro níveis de decoração e equipamentos. Alcança a evolução de estilo, focando em tecnologia, como iluminação em LEDs, mudança na instrumentação e interconectividade.
Mercado – Na prática aproveita o bom projeto de marketing do carro, com o motor forte disponível em várias versões, aplicando detalhes e confortos não usuais em sua classe. Adicionalmente está ainda mais econômico.
Mais – Ampliando oferecimentos em sua linha de picapes Saveiro VW oferece versão Robust, para trabalho, agregando cabine dupla e mais três passageiros. Traz curiosa composição do motor 1,6 EA111, antigo, rodas em chapa de aço e aro 15”, e o mimo de freios a disco nas 4 rodas.
Atual - Linha Saveiro tem sete opções, três em carroceria. No amplo portfolio há versão Cross, melhor equipada e com o motor atualizado, o EA 211, 1,6 litro e 120 cv de potência.

Saveiro Robust, cabine dupla, trabalho

Simpatia – Nissan fez filmete para homenagear pessoas que, por condições diversas, inclusive idade, tem vedada a renovação da Carteira Nacional de Habilitação. Chama-o A Grande Despedida e é sensibilizante. Situações reais gravadas no bom circuito Velo Cittá com o pico de performance da marca, o GT-R. Emociona. Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=3iZWsQC2tFU
Peso Pesado – Petronas, fábrica de óleos lubrificantes, tem novidades para veículos pesados com óbvios motores diesel, agregando tecnologia ViscGuard ao seu conhecido Urania. Promete reduzir seriamente a manutenção pela formação de resíduos da combustão.
Caminho - Petronas sucedeu Agip e Tutela, esta a responsável pela quebra de conceitos de lubrificantes no Brasil, permitindo o largo desenvolvimento observado nos últimos 30 anos. Empresa quer ser a maior do ramo em 2019.
Lucro – Fechada análise do primeiro trimestre do ano, lucros da corporação VW subiram quase 40% - 3,13B para 4,37B Euros, apesar de queda de vendas. Credita-se o bom resultado por severa contenção de custos.
Mais - Há surpresas: Sköda cresceu 32% em lucros, indo a 415M Euro; SEAT deu um pulinho de 5%; lucros da Audi caíram e Bentley perdeu apenas 30M. Um ganho: anteriormente perdera 54M. Porsche, estrela da lucratividade, cresceu de 855M para 932M Euro no período.
Dieselgate – Para enfrentar as inquantificadas perdas com o escândalo das emissões em motores diesel, empresa separou 22,6B Euros.
Mercado – Ante a queda de vendas seccionando o mercado à metade, fabricantes de motores e caminhões lançam-se em caminhos alternativos para fomentar negócios. Mercedes-Benz por seu Consórcio implantou loja virtual, acessável pelo sítio www.mercedesbenzconsorcio.com.br.
Leque - Age no varejo para autônomo e no atacado para empresário, buscando tornar o consórcio alternativa de serviços financeiros para renovação de frota.
Troca – Cummins, de motores diesel, criou departamento ReCon para remanufaturar motores da marca. Na prática o motor necessitando de retífica é dado como parte do pagamento de outro, refeito com peças genuínas, e garantia pela fábrica como se fora novo.
E-commerce – Volvo selecionou 250 itens de seus caminhões e ônibus e colocou-os em vitrine eletrônica para compra on line via computador, tablet ou telefoninho esperto. Tal tipo de  vendas cresceu, no global, 11% em 2016 e previstos 12% neste exercício. Vendedor caminha para ser atividade restrita.
Antigos – Coisas com automóveis antigos são especiais. Fusquinha de 1980 roubado em 1994 apareceu 23 anos depois. Polícia foi chamada para remover sucata e descobriu haver sobre tais restos uma queixa de furto, chegando até ao dono por Roberto Cabral Medeiros, Delegado, colecionador e usuário de fusca antigo… Aconteceu em Bauru, SP.







* Roberto Nasser, edita@rnasser.com.br, é advogado especializado em indústria automobilística, atua em Brasília (DF) onde redige há ininterruptos 42 anos a coluna De Carro por Aí. Na Capital Federal dirige o Museu do Automóvel, dedicado à preservação da história da indústria automobilística brasileira.