O uso de tecnologias ao volante já é a quarta maior causa de acidentes do mundo, perdendo apenas para o excesso de velocidade, o consumo de álcool ou drogas e a fadiga. O assunto foi discutido nesta terça-feira, 19, na quinta edição do Open Forum – Trânsito e Transformação, com o tema “O Uso do Celular e o Trânsito”.
O evento foi promovido pelo Instituto Renault, em parceria com o Serviço Social da Indústria do Estado do Paraná (Sesi), o Centro Internacional de Formação de Atores Locais para a América Latina (Cifal Curitiba) e a Ecovia Caminho do Mar, no Campus da Indústria, em Curitiba (PR).
“O mundo de hoje opera de forma digital, mas é importante que as pessoas – sobretudo os jovens – se conscientizem da importância de manter a atenção voltada para a direção, pois sabemos que um segundo pode ser fatal no trânsito. Por mais que a indústria disponibilize vários recursos de segurança nos carros da atualidade, nada substitui a conduta consciente do motorista ao volante”, afirma Caique Ferreira, vice-presidente do Instituto Renault e diretor de Comunicação da marca.
Também participaram do debate o engenheiro Emerson Leão Silva Farias, com oito anos de atuação no Centro de Experimentação e Experiência Viária (Cesvi Brasil); Hugo Rezende, representante do programa Vida no Trânsito, de São José dos Pinhais, e do Departamento Municipal de Trânsito da cidade; além de Leonardo Pedreira, do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito.
O evento contou com a presença de cerca de 120 pessoas, entre representantes dos setores público e privado. Neste ano, o Open Forum realizou também a I Feira de Ideias - Soluções em Mobilidade e Segurança Viária, constituída pelas melhores sugestões de produto/solução/estratégias que contribuam para a melhoria das condições de mobilidade e segurança viária nas cidades brasileiras. Os melhores projetos, desenvolvidos por estudantes universitários e dos níveis médio e técnico, foram premiados na ocasião.
Também durante o evento foi proposto aos participantes que deixassem registrado em um papel que mudanças eles sugeriam para que o país tenha um trânsito mais seguro no futuro. As respostas darão origem a uma Carta Aberta, que será entregue ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O documento também será disponibilizado ao público nos sites do Instituto Renault, do Cifal e da Ecovia.
Discutindo ideias
Caique Ferreira enfatizou a importância do envolvimento de toda a sociedade na busca de soluções para a redução das estatísticas de acidentes no Brasil. “Este assunto não é de responsabilidade de um setor ou outro, mas de todos nós. Ao falar de trânsito, estamos lidando com algo muito complexo. Estamos em meio a uma revolução digital, um cenário de mutação que tem muitos cenários positivos e outros que requerem cuidados”, disse. De acordo com ele, no futuro, os automóveis autônomos poderão ajudar na queda dos números de acidentes, em sua maioria causados por erros humanos.
Emerson Farias, do Cesvi, apresentou os resultados de uma pesquisa sobre distração no trânsito. Entre as conclusões do trabalho, está o fato de que, no tempo estimado para desbloquear um telefone celular (1,2 segundo), o veículo percorre cerca de 20 metros – espaço suficiente para que um acidente ocorra.
Leonardo Pedreira, do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, mostrou os resultados do trabalho do programa, que, segundo ele, resultou em 450 vidas salvas apenas no primeiro semestre do ano. “Não é um programa ou algo parecido que irá resolver o problema do trânsito. É preciso o engajamento de todos”, afirmou.
Já Hugo Rezende, do Programa Vida no Trânsito, de São José dos Pinhais, destacou a necessidade de abordar de forma clara e permanente com os jovens os perigos do uso dos celulares na direção.