Economia equivale a quase a metade do investimento previsto para a segunda ponte
"Estamos trabalhando juntos para entregar os melhores resultados à sociedade brasileira", afirma Silva e Luna.
As medidas de austeridade adotadas pelo diretor-geral brasileiro de Itaipu, Joaquim Silva e Luna, já resultam numa economia de R$ 163 milhões para os cofres da binacional, empresa pública mantida pelo Brasil e pelo Paraguai. O balanço é referente a 100 dias de sua gestão à frente da margem esquerda da usina, completados nesta quarta-feira, 5 de junho.
O valor economizado equivale à metade dos recursos destinados à construção da Ponte da Integração Brasil-Paraguai, que deve custar R$ 323 milhões (apenas a ponte, sem considerar a perimetral que vai conectá-la à BR-277, em Foz do Iguaçu).
Nessa conta não entram estimativas futuras de redução de outros gastos que ocorrerão com o enxugamento do escritório de Itaipu em Curitiba e, consequentemente, a transferência de quase 150 empregados para Foz do Iguaçu, centro de comando da usina. O processo de migração começa em julho e se estende até janeiro de 2020. Itaipu manterá na capital paranaense apenas uma unidade de representação, a exemplo de Brasília (DF).
Só com o cancelamento da reforma prevista para o Edifício Parigot de Souza, sede do escritório de Curitiba, a economia passa de R$ 4,1 milhões. Com a redução de passagens aéreas e diárias de empregados que se locomoviam entre Foz do Iguaçu e Curitiba, nos primeiros cinco meses do ano e em comparação ao mesmo período de 2018, foram economizados R$ 2,3 milhões.
Mas a redução de gastos mais significativa foi no orçamento referente a convênios. Entre cortes de convênios e desonerações, tanto em convênios atuais como os que seriam pagos ao longo dos anos. foram poupados R$ 140 milhões. Na concessão de patrocínios o corte foi de R$ 17 milhões.
Aplicação dos recursos
Além das medidas de austeridade - e como consequência delas, também - o general Silva e Luna deu encaminhamento à obra da Ponte da Integração Brasil-Paraguai, que deverá colocar Foz do Iguaçu num outro status de importância econômica, com a melhoria da infraestrutura logística e da segurança.
Segundo o diretor-geral brasileiro de Itaipu, a usina poderá bancar a construção da ponte, das ligações com a BR-277 e da aduana graças exatamente ao remanejamento do orçamento nos próximos quatro anos. Isso, sem afetar a tarifa, que permanecerá nos níveis em que está. Os investimentos também estão sendo aplicados na ampliação e modernização do Hospital Costa Cavanti, um dos mais importantes do Sul do Brasil e de extrema importância para a fronteira e na conclusão do mercado municipal, entre outros.
"O gestor de um órgão público, que trabalha com o que obtém da cobrança de impostos, e o gestor de uma empresa pública, cujo orçamento se baseia nos recursos obtidos pelos serviços que presta, têm que usar critérios de profundo respeito ao dinheiro que, pela análise mais simples, é do povo", diz Silva e Luna.
"Encaro a gestão em Itaipu como a missão de mostrar à população que viemos não para atender a interesses diversos, mas para confirmar que é possível, sim, administrar uma empresa pública de forma idônea e em consonância com as diretrizes do governo federal", conclui.
Princípios
A atuação de Silva e Luna, desde o início de sua gestão, se baseou no que ele chama de "bons princípios de gestão administrativa: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência". O foco principal é gerir bem a usina para que ela possa, no momento certo, garantir uma tarifa de energia mais baixa para os consumidores.
Isto sem abrir mão das grandes funções de uma empresa como Itaipu, com responsabilidades que vão além de sua região e alcançam uma grande área de influência no Brasil e no Paraguai, que sempre precisarão de atenção especial.
É neste contexto que ele inclui a construção da Ponte da Integração Brasil-Paraguai e de outras obras fundamentais para o desenvolvimento regional, desde que os recursos não alterem a tarifa e possam ser obtidos mediante realocação orçamentária, como aconteceu com os convênios e patrocínios que não tinham aderência à missão de empresa.
Foto: Alexandre Marchetti.