A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) divulgou nesta quarta-feira (10) o fechamento consolidado da indústria automobilística em 2023.
A produção de automóveis e comerciais leves foi de 2.204 mil unidades, crescendo 1,3% em relação a 2022, e só não foi maior por conta do encolhimento de 16% das exportações e do aumento de 29% das importações. Já a produção de caminhões e ônibus caiu 37,5%, em função dos custos mais elevados das novas tecnologias de controle de emissões, adotadas para atender a etapa P8 do Proconve, válida desde janeiro de 2023. Na somatória de leves e pesados, a produção totalizou 2.325 mil autoveículos, volume que representou um leve recuo de 1,9% em 2023.
Os melhores resultados do setor foram obtidos nas vendas ao mercado interno de veículos leves, com 2.180 mil unidades, alta de 11,2%. Acrescentando caminhões e ônibus, os emplacamentos de autoveículos chegaram a 2.309 mil unidades, 9,7% a mais que no ano anterior.
A média diária de emplacamentos cresceu de forma consistente ao longo de 2023, fechando com 12,4 mil unidades/dia em dezembro, melhor resultado dos últimos quatro anos. O bom desempenho no último mês foi puxado principalmente pelas locadoras, que compraram 75 mil unidades, 30 mil a mais que a média do ano passado. Outro fator que impulsionou os emplacamentos foram as promoções para vendas de modelos híbridos e elétricos antes da volta do Imposto de Importação, que ocorreu na virada deste ano.
O balanço anual das exportações trouxe um fato inédito. O México foi o principal destino das exportações brasileiras (32% do total), posição que historicamente a Argentina jamais havia perdido. Além da maior presença de produtos brasileiros no México (8% do total), o mercado local cresceu 24,4% no ano. Afora os embarques para o México, que cresceram 51% na comparação com 2022, apenas o Uruguai teve um acréscimo, de 5%. Com a queda de todos os outros mercados, entre eles alguns importantes, como Argentina (-16%), Chile (-57%) e Colômbia (-53%), nossas exportações recuaram 16%, totalizando 403,9 mil unidades.
Projeções para o setor em 2024
A ANFAVEA manteve as projeções em unidades apresentadas na coletiva de imprensa no início de dezembro. Com o fechamento consolidado dos números de 2023, naturalmente as variações percentuais de 2024 foram ajustadas, para 6,1% de crescimento nos emplacamentos (expectativa de 2.450 mil unidades), para 6,2% na produção (2.470 mil unidades) e para 0,7% nas exportações (407 mil unidades).
“Temos motivos para acreditar num ano positivo para o setor automotivo brasileiro. Além da expectativa de crescimento do mercado interno e da produção, devemos celebrar a publicação da MP 1.205 que instituiu o Programa Mover. Trata-se uma política industrial muito moderna e inteligente, que garante previsibilidade a toda a cadeia automotiva presente no país e a novas empresas que chegarem, e ainda privilegia as novas tecnologias de descarbonização, os investimentos em P&D e favorece a neoindustrialização”, afirmou o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, ressaltando que os maiores benefícios serão para a sociedade, a atividade econômica e o meio ambiente.
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*Foto: Renault do Brasil/Divulgação.
ANFAVEA
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