Foram ainda as únicas a conquistar as medalhas de ouro, vencidas por Beatriz Souza, no judô; Rebeca Andrade, na ginástica artística, e Ana Patrícia e Duda, em vôlei de praia. Pela primeira vez, as mulheres superaram os homens na história do esporte brasileiro.
Ao tomar conhecimento do empoderamento feminino peço a todos que se solidarizem com a homenagem que presto às mulheres pelo desenvolvimento do País. Em todas as atividades cresce a presença da mulher que, além do esporte, passam a ocupar posições de destaque na indústria automobilística, setor bancário, medicina, eventos, empresas diversas e até em voos interplanetários.
Mas além da homenagem peço compreensão para as que ainda não tiveram oportunidade de expor as suas virtudes fora das atividades convencionais e, pelas informações mal transmitidas, que limitam as mulheres a atividades tradicionais. Poucos são os líderes que têm a coragem de abrir oportunidades às mulheres para atividades diferentes ou de maior relevância e um deles é o presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, Giovanni Guerra.
Esse dirigente modernizou o automobilismo brasileiro, introduzindo novas categorias no esporte e incentivando as mulheres a participarem das corridas, como pilotos, dirigentes, engenheiras, mecânicas, diretoras da entidade e até fiscais de pista.
Ao longo de meus mais de 60 anos trabalhando no setor automobilístico conheci alguns casais que interromperam sua união por abuso da velocidade. Por mais que suas esposas pedissem, a paixão pelas emoções foi maior e, por não serem compreendidas, cansaram-se de sofrer e preferiram a paz.
Eu tive a sorte de minha mulher me dar forte ajuda e, além de compreensão e apoio ao meu trabalho, sempre me incentivou e até me ajudou em avaliações de novos automóveis e, ainda, me deu importante apoio para conseguir descobrir carros em teste e aceitou me acompanhar em viagens de pesquisa para a descoberta de veículos em fase de desenvolvimento.
Entre as viagens em que me acompanhou, descobri o percurso e o horário em que as fábricas realizavam testes e, em uma delas aceitou me acompanhar, em plena madrugada, a convidei a me acompanhar até o litoral.
Para não abandonar meus 5 pequenos filhos em casa, os acomodei no espaço formado pelo compartimento traseiro e desci a velha estrada de Santos onde descobri carros da Volkswagen submetidos a teste de desenvolvimento. Esse percurso, de tão perigoso, chegou a ser permitido somente com autorização prévia da polícia rodoviária.
Com a importante informação, na madrugada seguinte convidei o repórter fotográfico Oswaldo Luiz Palermo que se encarregou de registrar um a um todos os novos modelos.
Em outra viagem com a família encontramos mais uma novidade da Volkswagen, em plena rodovia Dutra, que fotografamos e forneci as imagens ao diretor de redação Miguel Jorge que as publicou no jornal O Estado de S. Paulo. Era o automóvel Gol, que se tornou um dos modelos mais vendidos da empresa.
Uma tarde recebi do chefe da equipe Ford, Luiz Antonio Greco, o empréstimo de um Ford Maverick com sistema de alimentação quadrijet e como deveria devolvê-lo no dia seguinte só podia fazer as medições na madrugada. Por não encontrar um amigo para me ajudar convidei minha mulher para me acompanhar e descemos para o litoral para obter os números da avaliação.
Há um longo trecho entre Itanhaém e Peruíbe com mais de três quilômetros planos, onde pudemos atingir a velocidade máxima do automóvel.
Essas medições exigem os registros a velocidade atingida em dois sentidos. E, seguindo as regras, fizemos a primeira cronometragem no sentido Norte-Sul e registramos a velocidade de 216 quilômetros. Durante a pausa entre as passagens e surpreso com o resultado, comentei com minha mulher a marca atingida porque, por ser de madrugada, ela não podia enxergar no velocímetro o ponteiro que indica velocidade e também não pôde ver o deslocamento do carro na escuridão.
Ao saber da velocidade, negou-se a percorrer o percurso Sul-Norte. Por ser apenas uma avaliação que me permitiu conhecer o nível de velocidade do Maverick Quadrijet relevei a preocupação de minha esposa e retornamos para São Paulo.
Fotos: Rafael Ribeiro CBF/FIVB/Divulgação/Esporte News Mundo/Internet/Agência Brasil EBC/UOL/William Lucas/COB/Instagram/Reprodução
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