Empresas, entidades e órgãos públicos continuam valorizando a cobertura jornalística especializada, confiável e qualificada, porque sabem da sua importância para a credibilidade institucional e para a definição das pautas mais relevantes da sociedade. Esse papel é estrutural. Não se perdeu — mas está em risco.
Nos últimos anos, testemunhamos o avanço legítimo dos influenciadores digitais. Com públicos engajados, voz ativa e uma presença cada vez mais profissional, muitos deles conquistaram espaço — e prestígio — nos eventos corporativos, lançamentos e ativações. E fizeram isso com mérito, construindo conexões diretas e entregando resultados palpáveis.
No entanto, enquanto os influenciadores reforçam a sua presença, muitos jornalistas têm deixado suas cadeiras vazias.
Não se trata de uma troca imposta pelas marcas, nem de uma preferência automática. Em diversos eventos que acompanhamos, a ausência da imprensa tradicional abriu espaço para novos perfis, que ocupam com entusiasmo o lugar deixado vazio.
É aqui que deixamos um alerta sincero e construtivo: se os jornalistas não retomarem o protagonismo nos espaços presenciais, o público continuará migrando para outras fontes — muitas vezes não editoriais — como referência principal de informação.
Sabemos que o digital encurtou distâncias. Mas ninguém pode manter relevância à distância. O valor da escuta crítica, da apuração direta, do olhar analítico e do contato com as fontes é insubstituível. E essa presença ainda é — e continuará sendo — esperada pelas organizações.
A imprensa segue estratégica. Mas os colegas jornalistas, precisam voltar a ocupar o seu espaço. O convite segue aberto. A cadeira segue lá. Mas é preciso sentar nela.
![]() |
Giba dos Santos Jorge Görgen * Jornalistas e Executivos de Comunicação com experiência no setor automotivo, cultural e de entretenimento |
Nenhum comentário:
Postar um comentário