sexta-feira, 11 de julho de 2025

PRÊMIO SHELL DE TEATRO ANUNCIA INDICADOS DA 36ª EDIÇÃO COM PLURALIDADE DE VOZES E TERRITÓRIOS

Reconhecimento mais longevo das artes cênicas no país reforça, em 2025, o compromisso com a diversidade, a inovação estética e a transformação social por meio da cultura

Foto: acostafotografia | Divulgação

O Prêmio Shell de Teatro, uma das premiações mais tradicionais da classe teatral brasileira, anunciou nesta sexta (11) a lista de indicados do primeiro período da 36ª edição. Com reconhecimento à excelência das artes cênicas brasileiras, o prêmio contempla produções nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, com destaque para espetáculos que se sobressaíram pela originalidade, relevância e qualidade artística. Criado em 1988 pela Shell Brasil, o prêmio é o mais longevo da categoria e acompanha, há mais de três décadas, as transformações da cena teatral no país.

Com um total de nove categorias, 20 peças e mais de 50 profissionais indicados, a 36ª edição dá o pontapé inicial com destaque para os espetáculos Torto Arado – O Musical e Vinte que concentram três indicações cada, no Rio de Janeiro, evidenciando a força da cena musical contemporânea e das dramaturgias voltadas à representatividade. Em São Paulo, Nebulosa de Baco, Lady Tempestade e Carne Viva figuram entre os que mais acumulam indicações, reafirmando a potência da cena autoral paulistana.

“Há mais de três décadas, a Shell Brasil afirma seu compromisso com a valorização da arte brasileira por meio do Prêmio Shell de Teatro. Mais do que uma celebração de talentos, a premiação é uma forma concreta de estimular a continuidade da criação artística no país, reconhecendo o teatro como linguagem essencial de crítica, memória e transformação social. Ao acompanhar a pluralidade estética e temática dos nossos palcos — da tradição à inovação — seguimos reafirmando nosso papel de incentivadores da cultura brasileira”, destaca Glauco Paiva, gerente executivo de Comunicação e Marca da Shell Brasil.

Entre os profissionais indicados, nomes consagrados como Muato e Mauricio Lima, ambos de Vinte, espetáculo do Rio de Janeiro, voltam a figurar entre os indicados, com histórico de premiações anteriores: na edição de 2024, Muato conquistou o prêmio de música; enquanto Mauricio Lima, o troféu de Direção por Arqueologias do Futuro, ao lado de Dadado de Freitas.

Entre as indicações de São Paulo, destacam-se artistas de Nebulosa de Baco, como Marcos Damaceno e Rosana Stavis, que retornam à lista após ambos terem sido indicados por A Aforista, em 2023. Marcos Damaceno já conquistou um prêmio Shell: na categoria Dramaturgia pelo espetáculo Homem ao Vento, em 2018.

Criada para reconhecer projetos que fazem da arte um motor de transformação social, a categoria “Energia que Vem da Gente” valoriza iniciativas culturais enraizadas em seus territórios. Do Rio, a lendária Turma Ok entra na lista com seus mais de 60 anos como ponto de encontro, celebração e resistência LGBTQIA+, enquanto o Instituto Cerne é lembrado pela força da Escola Popular de Teatro da Baixada, que pulsa em São João de Meriti. Em São Paulo, a Cia Teatro Documentário leva o cotidiano da Bela Vista às ruas com projetos criados junto aos moradores, e o Teatro de Contêiner transforma o entorno com oficinas que geram renda, autonomia e novas possibilidades para mulheres em situação de vulnerabilidade.

Tendência: Representatividade e Diversidade como Protagonistas

A 36ª edição chega com holofotes voltados a espetáculos que abordam temas como representatividade racial, diversidade de gênero e enfrentamento de desigualdades históricas. Montagens como Torto Arado – O Musical, Vinte, Devora-me e Ao Vivo (Dentro da Cabeça de Alguém), Pai Contra Mãe ou Você Está Me Ouvindo?, Elisa em Fuga – Segundo Ensaio Sobre o Terror destacam corpos e vozes historicamente marginalizados, evidenciando o teatro como espaço de escuta, resistência e afirmação de identidades.

A expressiva presença de mulheres nas fichas criativas das produções — um total de 24 profissionais —, além de artistas LGBTQIA+ e iniciativas comunitárias entre os indicados, refletem o compromisso do teatro brasileiro com pautas sociais.

Indicados pelo Júri do Rio de Janeiro

Dramaturgia
Marcia Zanelatto – Devora-me
Mauricio Lima e Tainah Longras – Vinte
Direção
Camila Bauer – Instinto
Elísio Lopes Júnior – Torto Arado – O Musical
Ator
Alan Rocha – Martinho, Coração de Rei, O Musical
Rafael Bacelar – Ao Vivo (Dentro da Cabeça de Alguém)
Atriz
Larissa Luz – Torto Arado – O Musical
Liliane Rovaris – As Pequenas Coisas
Cenário
Beli Araújo e Lidia Kosovski – Devora-me
Cachalote Mattos – À Vinha d'Alhos
Figurino
Julia Vicente – Vinte
Marcelo Olinto – Os Mambembes
Iluminação
Ana Luzia de Simoni – O Céu da Língua
Nadja Naira – Ao Vivo (Dentro da Cabeça de Alguém)
Música
Jarbas Bittencourt – Torto Arado – O Musical
Muato – Vinte
Energia que Vem da Gente
Instituto Cerne – Pela criação da Escola Popular de Teatro da Baixada e pela dedicação à formação e à programação cultural contínua em São João de Meriti.
Turma Ok – Por sua trajetória de mais de 60 anos enquanto lugar de acolhimento para pessoas LGBTQIAPN+, com apresentações artísticas e encontros sociais em forma de ações de resistência.

Indicados pelo Júri de São Paulo

Dramaturgia
José Fernando Peixoto de Azevedo – Elisa em Fuga – Segundo Ensaio Sobre o Terror
Marcos Damaceno – Nebulosa de Baco
Silvia Gomez – Lady Tempestade
Direção
Jé Oliveira – Pai Contra Mãe ou Você Está Me Ouvindo?
Luiz Fernando Marques (Lubi) – Um Clássico: Matou a Família e Foi ao Cinema
Ator
Alexandre Galindo – Veneno
Atriz
Rosana Stavis – Nebulosa de Baco
Sirlea Aleixo – Furacão
Cenário
Luh Maza – Carne Viva
Marcia Moon – O Papel de Parede Amarelo e EU
Figurino
Eder Lopes – Pai Contra Mãe ou Você Está Me Ouvindo?
Isabela Capeto – Os Irmãos Karamázov
Iluminação
Aline Santini – Carne Viva
Ricardo Vívian e Sarah Salgado – Lady Tempestade
Música
Alzira E, Arnaldo Antunes, DJ K, Jéssica Caitano, Juçara Marçal, Kiko Dinucci, Maria Beraldo, Maria Esmeralda, Maurício Pereira, Negro Leo, Nuno Ramos, Rodrigo Campos, Rodrigo Ogi, Romulo Fróes e Tulipa Ruiz – Avenida Paulista, da Consolação ao Paraíso
Clara Potiguara – Tybyra – Uma Tragédia Indígena Brasileira
Energia que Vem da Gente
Cia Teatro Documentário – Por duas décadas de trabalho pela valorização e revitalização de espaços na região da Bela Vista, com o envolvimento de moradores, como no espetáculo de rua Cavalo Bravo não se Amansa.
Teatro de Contêiner – Pelo seu relevante trabalho com a população vulnerável do entorno do teatro, como a iniciativa “Tem Sentimento”, que oferece oficinas e atividades para a geração de renda de mulheres.

Corpo de jurados do 36º Prêmio Shell de Teatro

Rio de Janeiro
Bia Radunsky (gestora e curadora de projetos culturais)
Biza Vianna (figurinista, diretora de arte e produtora cultural)
Daniele Ávila (artista de teatro, crítica e curadora)
Leandro Santanna (produtor cultural, gestor público e ator)
Paulo Mattos (curador e produtor cultural)

São Paulo
Gabriela Mellão (autora, diretora e jornalista teatral)
Ferdinando Martins (Professor e crítico de arte)
Lucelia Sergio (atriz, diretora e dramaturga)
Maria Luisa Barsanelli (jornalista)
Sergio Oliveira (curador, produtor e gestor cultural)

Prêmio Shell de Teatro

Criado e realizado pela Shell Brasil desde 1988, o Prêmio Shell de Teatro é uma iniciativa proprietária da companhia e o mais longevo reconhecimento das artes cênicas em atividade no Brasil. Anualmente, contempla produções nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, premiando profissionais em categorias como Dramaturgia, Direção, Atuação, Cenário, Figurino, Iluminação, Música e Iniciativas de Impacto Social. Em 2023, o prêmio ampliou sua atuação com a criação da categoria Destaque Nacional, voltada a reconhecer espetáculos e artistas de outras regiões do país, fora do eixo Rio-São Paulo. Ao longo de mais de três décadas, o Prêmio Shell tem acompanhado as transformações da cena teatral brasileira, incentivando a diversidade estética, a inovação e o compromisso social da criação artística. A iniciativa reafirma o apoio contínuo da Shell à cultura como força crítica, criativa e transformadora.

Shell - Há 112 anos no país, a Shell Brasil é uma companhia de energia integrada, com participação nos setores de Petróleo e Gás, Soluções Baseadas na Natureza, Pesquisa & Desenvolvimento e Trading, por meio da comercializadora Shell Energy Brasil. A companhia está presente ainda no segmento de Biocombustíveis por meio da joint-venture Raízen, que no Brasil também gerencia a distribuição de combustíveis e lubrificantes da marca Shell. A Shell Brasil trabalha para atender à crescente demanda por energia de forma econômica, ambiental e socialmente responsável, avaliando tendências e cenários para responder ao desafio do futuro da energia

Shell Brasil

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