Ditadura e covardia são palavras irmãs. As duas coisas se combinam com perfeição. Um caso que tipifica bem isso aconteceu durante a Guerra das Malvinas, Argentina versus Inglaterra, no Cone Sul: os mesmo militares que tinham torturado barbaramente presos políticos subjugados e incapacitados de reação, na hora de enfrentar os ingleses literalmente se borraram nas calças e se entregaram, sem luta. Os nomes de alguns, velhos conhecidos como repressores, foram divulgados.
A impecável crônica de Mário Magalhães, em blog no UOL, com o título “Na despedida, o torturador Malhães ficou só” (segunda-feira, 28/4), vem enriquecer e comprovar esta tese sobre o quanto ditaduras e covardias se combinam. Nem Ustra foi ao enterro do colega. E mais: intriga muito, como observou Mário Magalhães, que em seu blog o ex-comandante do DOI-Codi de São Paulo tenha anunciado em primeira mão a morte de Malhães “com quatro tiros”. A versão é outra, teria morrido asfixiado com um saco plástico, sem levar nenhum tiro. Essa história de ataque cardíaco não convence e não bate com a versão da viúva do torturador. Pergunta: de onde Ustra tirou tal informação? O caso merece uma acareação na investigação.
Tomando emprestado o mesmo termo do cronista do UOL, chama muito a atenção que as viúvas da ditadura, que usam redes sociais para vociferar todo seu atraso, falta de informação e apreço por regimes de opressão, também não foram ao enterro. É claro, essa gente não mostra jamais a cara. Não se apresentam com seus próprios nomes. Eles não têm a mínima idéia do que foi enfrentar o terrorismo de estado praticado pela ditadura. O pavor de ser preso político, experiência que vivi, no DOI-Codi de Ustra. Que Dilma, que eles tanto atacam sem respeito, sem argumentos e de forma grosseira, ainda muito jovem viveu. Esses covardes não sabem o que é ser combatente e enfrentar a tensão no grau mais latente. Falam, falam, mas na hora H enfiam o rabo entre as pernas, como os ex-torturadores das Malvinas. A maior prova disso é que escondem seus verdadeiros nomes. E não vão sequer ao enterro dos facínoras que tanto glorificam.
São todos, como as ditaduras, parte do lixo da História.
Nenhum comentário:
Postar um comentário