quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

COMUNICAÇÃO 360.
por Marco Piquini*

JORNALISTA RUIM É JORNALISTA SEM INFORMAÇÃO.


Alguns empresários tem medo de jornalistas. Para eles, o pessoal da imprensa é como o alho para o vampiro: dá medo e faz mal. Não deveria ser assim.

O jornalista é um profissional da informação. Precisa de notícia para publicar no jornal, postar na internet, falar ao rádio ou mostrar na televisão. E para eles a notícia é muita coisa: um dado econômico relevante, algo que chame a atenção, uma situação que fuja do normal, um caso curioso, uma pessoa com uma história interessante. E às vezes o que é uma “boa” notícia para um jornalista pode ser uma notícia “ruim” para o empresário.

Vamos supor que em uma empresa aconteça um acidente de trabalho. O normal é a diretoria não querer falar sobre o fato. Mas o jornalista vai ficar sabendo, de uma forma ou de outra. É muito provável que o sindicato denuncie o ocorrido, por exemplo. Ou que a informação chegue via Ministério do Trabalho, para quem a notificação do ocorrido é obrigatória. O que fazer então para que a notícia não seja tão prejudicial à empresa?

Primeira regra: comande as informações. Ajuda bastante se o departamento de comunicação for o primeiro a comunicar o fato ao jornalista. Porque se a notícia chegar a ele antes, via sindicato, por exemplo, que vai “carregar” o fato com suas interpretações, o jornalista vai ouvi-la como “denúncia”, influenciando desde então sua forma de olhar o ocorrido. Se, por outro lado, ele ouvir primeiro da empresa, terá a impostação da empresa como referência.

E é bom falar imediatamente e falar tudo. Falar de forma aberta, neutra, informativa é a melhor forma de fazer com que a posição da empresa seja mostrada de maneira correta. Informações como aconteceu, porque, o estado de saúde do empregado, o programa de combate a acidentes na empresa, as inspeções e certificações realizadas... Ajuda ter à mão o histórico dos acidentes e quais as medidas tomadas e todos os dados relevantes.  

Um relacionamento assim aberto colabora para a criação de laços mútuos de confiança, que aumentam as chances da empresa ver exposta, de forma positiva, suas boas notícias, quando ela as tiver para comunicar. Não se trata de “aliciar” o jornalista, mas daar a ele o que ele precisa. Informação.

Na sua empresa, o jornalista é um amigo ou um inimigo?








Marco Piquini é jornalista, consultor e palestrante. Trabalha com a comunicação para a gestão de mudança. Foi durante 20 anos executivo do Grupo Fiat e entre 2007 e 2012 diretor de Comunicação da Iveco para a América Latina, com responsabilidade sobre comunicação interna, externa, publicidade, eventos e sustentabilidade. e-mail: piquini@tresmeiazero.com.br. Visite: tresmeiazero.com.br.

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