Kicks, o novo Nissan.
Marca líder em
utilitários esportivos em vários segmentos, Nissan chega ao primeiro degrau do
mercado com o Kicks, desenvolvido sobre a plataforma comum de March e Versa
feitos no Brasil.
Prepara produção
em Rezende, RJ, mas para coincidir calendário dos Jogos Olímpicos, dos quais é
patrocinadora da festa e equipe, trouxe unidades feitas no México para apresentação
à imprensa e concessionários, e engatar no Revezamento da Tocha Olímpica. Quer bem capitalizar com uma unidade
acompanhando o percurso nacional da Tocha Olímpica – 380 cidades por 95 dias,
acabando a maratona dia 5 de agosto no Maracanã.
Um pouco
Nome gostoso, o
Kicks segue o padrão dos utilitários esportivos da marca – grandes cortes nos
painéis de chapa, superfícies com mudanças abruptas, grupos ópticos extensos.
Caprichou num teto acupezado. Para diferenciá-lo – e tornar-se absorvido na
concorrência com maiores, como o Honda HR-V, o Jeep Renegade – há incrementos
eletrônicos, como o monitor com visão 360 graus e detetor de movimento de
objetos em torno do veículo.
Unidade vista,
topo de linha, com revestimento em couro amarelado, largos pespontos,
prolongamento elegante do console à tela do painel.
Fábrica não se
pronunciou sobre motores, embora se saiba seja 1,6, 4 cilindros, 16 válvulas.
Transmissão da unidade exposta era CVT, por polias variáveis.
Igualmente não
esclareceu dúvida flutuando sobre o mercado: Renault e Nissan padronizarão motores ? Hoje Nissan faz motores de
1,0 e 1,6. E a associada Renault, também, de desenho mais antigo. Em novembro Renault
lançará veículo assemelhado, sobre a mesma plataforma, e terá versão com novos motores:
1,0 de três cilindros, e 1,6 de quatro. Fontes desta marca dizem ser de sua
produção. Mas é crível, em ano de crise e
retração de mercado cada uma com linha própria de motores ?
De preços
É de se esperar cautela
religiosa por José Luiz Valls, CEO para a América Latina, e François Dossa,
presidente da Nissan no Brasil. Que se acautelem contra os elogios, que
mantenham a fé e o equilíbrio. Afinal, o Kicks se direciona aos mesmos clientes
do líder Honda HR-V; do ex líder Jeep Renegade; aos clientes do também ex-líder
Ford EcoSport, e Renault Duster, e Peugeot 2008, todos com motores maiores. Que
rezem para São Nicolau, protetor dos comerciantes, para conte-los no entusiasmo
de impor preços iguais aos concorrentes. Caminho de sobrevivência para a Nissan
estará em guardar qualidade, agrupar conteúdo, ser franciscana nos preços a
partir da venda das unidades mexicanas, e o seguir com a produção local na
virada do ano, Segredo está no preço – a empresa faz isto com o Sentra, de
menor preço entre concorrentes.
Começou bem
Iniciativa de agregar o Kicks no
patrocínio Nissan aos Jogos Olímpicos dar-lhe-á grande repercussão. Somado ao momento nacional de possível renovação
governamental, do deter da queda econômica, de uma aragem de esperança, e ao
fato de a indústria automobilística ser vista como retrato da economia, colherá
resultado paralelo. Como diz François Dossa, presidente da Nissan, o Kicks será
visto como o marco da mudança do país.
Na
Mercedes passado pauta futuro
Quem foi à festa de 60 anos da Mercedes-Benz no
Brasil surpreendeu-se com formato, conteúdo, mensagem. Em ano de intensa
punição às vendas de caminhões, em viva abrasão com sindicatos, aparentemente
alheios à retração de 50% em produção, a festa teve orçamento contido e face
objetiva: foi encontro de negócios, com presença de fornecedores e clientes.
A ideia, bem ajustada, foi mostrar o enorme salto
tecnológico permitido pela informática, direcionada a economia operacional e
segurança, existente em equipamentos como nos topo de linha de caminhões Actros
e no luxuoso sedã Classe S. Empresa projetou de como será o caminhão 2025, com
tecnologias hoje disponíveis – como o caminhão autônomo, capaz de sair e chegar
dispensando ações do motorista – e em desenvolvimento.
Empresa tocará o ano de comemorações – a data oficial
de inauguração é o 28 de setembro – com eventos vários e para públicos
diversos.
Como disse Philipp Schiemer, CEO para a América
Latina, em sua segunda residência no país, fluente na linguagem, conhecedor dos
costumes, a Mercedes ouve o que as
estradas falam – e adequa produtos às exigências. Hoje empresa tem veículos
com capacidade de carga de 1 a 500 toneladas, automóveis para um passageiro, e
ônibus articulados aptos a levar 200.
O caminhão do futuro é autônomo, tecnologia já
disponível e com ela a Mercedes quer aplicar-se na produção até o final da
década. Isto significa a operação perfeita e segura da máquina, com ganhos em
segurança para os usuários da estrada, redução de consumo e emissões. A festa mostra como o futuro chega rápido.
Peru, um novo pequeno mercado
Brasil e Peru assinaram acordos comerciais
de livre comércio para fomentar trocas de produtos sem imposto de importação. Mercado
adicional, compras oficiais. Grosso modo, bases assemelhadas da operação
Mercosul.
Ação faz parte dos esforços do
ministro Armando Monteiro, Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior, um
dos poucos a dar resultado palpável durante e no triste ocaso do governo Dilma PT.
Papo de roda, no operacional, Brasil importará autopeças e aumentará a
exportação de veículos prontos.
Mercado pequeno, em retração, Peru marcou
recorde de consumo de veículos em 2013, quando vendeu domesticamente 201 mil
unidades. Neste ano previsão é consumir 172 mil, e nele o fornecimento
brasileiro, ora em 4% praticamente dobrará superando os 7%, e sinalizando
aumentar participação. Atualmente lá dominam marcas asiáticas, japonesas, coreanas
e chinesas.
Dentre as montadoras brasileiras
Toyota tem rápida possibilidade de montar operação para exportar partes e
montar o Etios no Peru, onde teve curiosa atividade: importava Toyotas usados, barrados
na inspeção de segurança veicular japonesa, revisando-os e passando a direção e
comandos, do lado direito, como se usa no Japão, para o esquerdo, caso da
América do Sul. Vendas apenas para mercado interno e Paraguai. Ricardo Bastos, diretor, informa,
início será com envio do Etios, pronto.
Mercado pequeno, mas é a cara da
situação atual, válidos todos os esforços para fomentar vendas - e manter
fábricas e empregos aqui.
Roda-a-Roda
Negócio - FCA, Fiat Chrysler Automobiles registrou lucro de E 528M
entre os primeiros trimestres de 2015 e 2016. Número EBIT, pré impostos. Dentre
as marcas, Jeep cresceu mais, ampliando presença nos mercados dos EUA, Europa,
Ásia-Pacífico e Brasil.
Acúmulo – Sergio Marchionne, executivo maior
da FCA e presidente da Ferrari, mais trabalho. Incorporou ser CEO da Ferrari,
onde é presidente. Substituiu Amedeo Felisa. Para quem lê o mercado, não havia
necessidade de intervenção, ante crescimento com lucros nunca vistos, embora
valor de suas ações, colocadas no mercado em 2015 vir caindo.
Foco - Entretanto a equipe de Fórmula 1
demanda atenções. Não oferece resultados proporcionais ao investimento. Questão é, tantas horas mensais Marchionne
poderá dedicar à Ferrari entre a dúzia de lugares que ocupa nas empresas do
grupo? Felisa, veterano, será como
consultor, forma universal de mantê-lo fiel à marca, dissolver tentações de
comentar futuro dos produtos.
Amarok
– Primeira grande
revisão no picape Amarok ocorrerá no segundo semestre: grade e faróis, rodas
20”, painel de instrumentos, arranjos internos. Mudança maior, opção de motor
V6 3,0 litros, potência de 230 cv e torque proporcional à atual versão 2,0 –
50% maior.
Q3
– Audi iniciou
vender seu carro de maior sucesso no mercado nacional, o SUV Q3. Construído na
fábrica de São José dos Pinhais, Pr. Mecânica padrão, 1,4 litro, 16 válvulas, 150
cv, 25 quilos de torque, transmissão por dupla embreagem e 6 velocidades. Ágil,
diz fábrica, cumpre da imobilidade aos 100 km/h em 8,9s, e atinge reais 204
km/h. Apenas tração dianteira.
Versões
– Attraction,
de entrada, R$ 142.990 e Ambiente, R$ 153.990. Acima, pacote conforto a R$ 9.500
adicionando operação elétrica da tampa traseira, pacote de iluminação e teto
solar. Versão de topo, Ambition,
segundo semestre.
Luxo – BMW Brasil iniciará vender seu
sedã topo de linha, o Series 7 a partir do próximo mês. Apelo do novo modelo,
calcado nas conquistas tecnológica do concorrente Mercedes Classe S é a modernização do luxo.
Limpeza – Chery submeteu o motor 1,0 litro,
3 cilindros, do modelo QQ, iniciando ser produzido no Brasil – lançamento na 2ª
quinzena -, ao Inmetro obtendo Nota AA no selo Conpet de eficiência energética
na categoria Micro compacto.
Também – Pelo Inmetro/Compet, dentre os 796
veículos avaliados, em Peugeot 208 com novo motor 1,2, 3 cilindros, dito
Puretech é o compacto mais econômico com gasálcool, álcool, cidade, estrada. Primeiro
após os híbridos.
Multi – MAN Latin America, fabricante no
Brasil de caminhões MAN e Volkswagen exportará partes para a montagem local dos
modelos Worker.
Caminho - Projeta 400 unidades mensais, mas ao
portar orgulho africano deve ampliar o mercado. Com México MAN tem operação
maior, exportando partes, montando 10 modelos diferentes de caminhões e ônibus.
Política – Funcionários da Mercedes-Benz
fizeram greve 2ª feira contra demissão de funcionários em licença. Vendas de
caminhões caíram 50% e não há conta que feche sem corte proporcional de mão de
obra. Fábrica gostou: sem trabalho não há produção adicional para aumentar o
estoque não vendido.
Moto – BMW
confirmou furo da Coluna semana passada, ter fábrica
própria em Manaus. Junto informou novo produto, a 310R, roadster, monocilíndrica, 4 válvulas, injeção de combustível,
lançada ano passado.
Mais – 34 cv de
potência, torque de 2,85 kgfm, 158 kg, freios a disco, jeito de esportiva de maior
porte. Com ela a BMW quer fazer 10 mil unidades dentre os nove modelos a montar
em 2017. Curiosidade, na origem modelo é indiano, de onde virão as peças para
montá-la.
Ecologia - Ford divulgou reciclar em torno de 100 mil toneladas/ano
de sucata de alumínio nos EUA para fazer caçamba e partes do seu picape mais
vendido, o F 150. É corajosa proposta de substituir chapa de aço por alumínio
em padrão militar, para melhor consumo e menor poluição.
Resumo - Na pratica reduziu
300 kg e aumentou capacidade de carga em 240 kg. Reciclagem para alumínio militar
reduz em 95% as emissões do processo.
Oportunidade - Ford local deveria se candidatar a
fornecer. Brasil tem o maior percentual mundial de reciclagem de alumínio,
liderada por cooperativas. Atividade além de aumentar exportações brasileiras,
teria cunho social.
Antigos – No projeto de renovação de frota
para dinamizar negócios, sugere-se taxas crescentes de licenciamento dos
antigos, para torná-los inviáveis, fomentando troca.
História - Kiko,
civilmente o Dr. Francisco Malzoni, filho do lendário Rino, Dr. Genaro Malzoni, deu passo importante na preservação das
historias corretas na memória do pioneiro carrozziere
brasileiro. Rino teve a coragem de
modificar veículos, dando origem à Puma, e depois a empresa com seu nome de
família, associado ao herdeiro.
No ar – Há anos Kiko convenceu o jornalista Jorge Meditsch a escrever a historia de
Malzoni, e agora, para encerrar tantos desencontros surgidos pela internet, e
servir como base faticamente correta, criou sitio: www.malzoni.com.
História – Reality show “Escola de
Pilotos”, 13 episódios, mostrará face do automobilismo de competição
focando na família Piedade. Escola de Pilotagem, produção de itens para carros de
corridas, participação nas provas, tudo a envolve e colaboradores.
Aula – A quem gosta e aos desconhecedores
das múltiplas facetas do negócio. Terças, 21h no canal +Globosat (34 na Sky e
44 na Net). Reprise quartas, 12h.
Problema – A superioridade dos motores
Mercedes-Benz na Fórmula 1 – além da equipe e carros bem acertados, o sistema
turbo em seus motores é exclusivo e imbatível em rendimento, – acaba com a
competitividade no setor.
E? - Mesmice dos resultados reduz
interesse na temporada, pois a distância aberta pela marca encerra o campeonato
antes do final. Alguma mudança regimental surgirá.
Retífica RN - Coluna passada ao comentar a operação
montagem realizada pela Dafra na área da Suframa, listou a marca KTM como
holandesa. Derrapou. É austríaca, bem lembrou leitor Rodrigo Moraes.
Araxá
– Mais elegante dos
encontros nacionais de veículos antigos, Araxá, MG, 25 a 29 de maio, superou as
200 inscrições e nem todas as opções de hospedagem são disponíveis.
Leilão será conduzido por Maurício
Marx, do ramo. Patrocínio mudou. A CBM, de metais, é a principal, seguida pela
Mercedes-Benz.
... –2 – Og Pozzoli,
85, antigomobilista, único remanescente do trio implantador da atividade no
Brasil, refeito. Tanto, prepara-se para ir a Araxá,
dirigindo.
Antigos - Skoda 1000 MBX, da então Tchecoslováquia,
foi o sedã com motor de 1,0 litros mais eficaz da sua época. Fez história nos
anos´60 pelo ótimo espaço interno e linhas diferenciadas, atração no Salão de
Genebra de 1966. Completa 50 anos agora, como lembra o
competente jornalista Fábio Amorim no bem informado portal www.acelerandoporai.com.br Mais? http://www.acelerandoporai.com.br/destaque-principal/maravilha-da-tchecoslovaquia-skoda-1000-mbx-completa-50-anos
Gente – Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz Brasil, hobby. OOOO Antigomobilismo. OOOO Começa bem: 280 SL, para os do ramo o tipo W113, no Brasil dito Pagoda. OOOO Quer
estreá-lo no grande Encontro de Antigos em Araxá, MG, 25 a 29 maio. OOOO Arrisca-se a prêmio. Mercedes tem excepcional oficina para manutenção de
novos e antigos. OOOO Carlos Barba, mexicano,
diretor de design da GM no Brasil,
retirou-se, mas continuará morando aqui. OOOO É um
talento. Dele algumas gerações de produtos, parecendo novos, desenvolvidas
sobre plataformas e com motores superados. OOOO
Fonte da marca disse ter sido decisão própria, nada a ver com o encolhimento de
vendas e pessoal na marca. OOOO
* Roberto Nasser, edita@rnasser.com.br, é advogado especializado em indústria automobilística, atua em Brasília (DF) onde redige há ininterruptos 42 anos a coluna De Carro por Aí. Na Capital Federal dirige o Museu do Automóvel, dedicado à preservação da história da indústria automobilística brasileira.
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