Os efeitos da 4ª Revolução Industrial já nos atingem. Vejam como os mobiles já adivinham o que vamos escrever em nossas mensagens eletrônicas. Isso é Inteligência Artificial, a mágica transformadora do mundo neste século surpreendente.
Os Países que têm juízo – e são muitos, embora não façamos parte desse clube – sabem que o poder dos algoritmos do mundo digital não respeita fronteiras, acaba com negócios e muda profundamente a vida. É mais do que urgente levar a educação a sério. Ensinar o que melhora o convívio e atrai uma criança que já não consegue ser enganada com aquele conteúdo chocho das aulas tradicionais.
Os grandes centros do pensamento estão se preocupando há muito tempo com a educação do amanhã. Ela é toda condicionada a temas que parecem ficção científica para muitos nossos educadores. Mais preocupados com avaliações em relação à capacidade cognitiva e à habilidade de memorizar informações, não se apercebem que o mundo mudou e não voltará a ser o que já foi.
A receita para garantir sobrevivência às gerações que hoje estão nos seus anos iniciais é pensar de outra maneira os desafios da força de trabalho do século 21. Mais da metade dos empregos existentes é hoje destinada à extinção. Surgirão outras atividades, é óbvio. Mas o drama é: Primeiro, serão necessárias menos seres humanos do que aqueles que serão descartados em suas profissões. Segundo: as necessidades não coincidem com a baixíssima formação hoje propiciada a praticamente toda a juventude. Só terão o que fazer, de forma prazerosa e remunerada, aqueles que estiverem preparados.
Indústria sucateada, pesquisa pouco desenvolvida, incapacidade de ler, escrever e se exprimir, baixa criatividade, generalizado desalento. Este o cenário em que os jovens de hoje estão, sem perspectivas reais de uma subsistência digna daqui a algumas décadas.
Reinventar a educação, abrir espaço à ousadia, ser audaz na mudança de rumos, alertar família e sociedade, tudo isso depende mais da cidadania do que do Governo. Este continuará atento ao calendário eleitoral, ao Fundo Partidário, às coalizões, ao tempo de TV e ao marketing que terá de convencer o eleitor de que estará a fazer a melhor escolha.
Se a sociedade lúcida não acordar e não assumir as rédeas do convívio consciente e solidário, tudo ainda será pior.
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* José Renato Nalini é desembargador, reitor da Uniregistral, palestrante e conferencista. Visite o blog: renatonalini.wordpress.com.
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