Promovido no auditório do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosférica (IAG), na USP, em São Paulo (SP), o evento, que contou com a presença de representantes do governo e executivos da iniciativa privada, foi mais um avanço do Programa Brasileiro de Combustíveis, Tecnologias Veiculares e Emissões – PCVE, criado em 2016, em parceria com Universidade de São Paulo (USP).
“É importante ressaltar que o PCVE surgiu após identificarmos a necessidade de criarmos uma estrutura para unir os interesses específicos tanto do setor público quanto do privado para gerar estudos e dados básicos sobre combustíveis, tecnologias veiculares e emissões. Com os avanços, observamos a importância de uma laboratório para fazer medições que os estudos e as modelagens apontavam”, afirma Claudio Ishihara, diretor do Departamento de Combustíveis Derivados de Petróleo do MME.
Dedicado ao monitoramento da qualidade do ar e das condições atmosféricas, o LuMIAR, idealizado pelos pesquisadores do IAG, realiza a medição de todos os gases e partículas regulamentados, além de outros que não são coletados nas redes de monitoramento existentes, de forma bem detalhada e completa. “Na estação fixa, em geral, não temos todas as medições ao mesmo tempo, em um mesmo lugar; são distribuídas entre as estações com base nas características do local. No caso do laboratório móvel, além da concentração de partículas, mediremos também o número e a distribuição de partículas, por exemplo. Mediremos também outros gases, como CO2 e etanol”, diz Edmilson Dias de Freitas, professor do Departamento de Ciências Atmosféricas do IAG.
A estratégia do LuMIAR para esse primeiro ano de operação já está definida: o primeiro de local será Botucatu (SP), em uma região afastada do centro da cidade. Posteriormente, seguirá para Londrina (PR) e na sequência para São José dos Campos (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Nos intervalos entre essas cidades, também fará medição na capital paulista como base para comparações.
“Vamos seguir o fluxo do vento e todos os dados coletados vão alimentar o modelo matemático que pode definir políticas para a indústria como estabelecer quais as tecnologias para melhorar a qualidade do ar no País, inclusive para países vizinhos”, reforça Edson Orikassa, vice-presidente da AEA.
Desenvolvido em conjunto com o novo Centro de Operações localizado na sede do IAG, capaz de fazer o monitoramento remoto de toda a operação, o LuMIAR vai permitir o melhor entendimento do fenômeno poluição atmosférica, identificando como a indústria, os veículos e o combustível contribuem para a poluição e a melhor compreensão de como o meio ambiente reage.
“O objetivo é gerar pesquisas básicas para que essas informações, de domínio público, sejam usadas pela comunidade acadêmica, sociedade e todos os envolvidos ou interessados”, reforça Ishihara. Para Pedro Vicentini, consultor da Centro de Pesquisa da Petrobras, “é importante conhecer também qual é a nossa participação, como o combustível acaba afetando de alguma forma a qualidade do ar. A partir deste conhecimento que vai ser proporcionado pelo projeto, vamos poder trabalhar na nossa indústria, nos processos, de modo a produzir combustíveis com menor impacto ao meio ambiente”.