Por que falar? Porque eu adoro bonde (andei de bonde durante toda a minha infância e boa parte da juventude) e essa é uma boa história, que une o nosso último imperador (de 1840 a 1889), D. Pedro II (o Magnânimo), e os bondes, quando ainda eram puxados a burros.
Apresentado assim, o nome do imperador, D. Pedro II, não mostra como eram as tradições portuguesas e reais, o herdeiro do trono recebeu vários nomes, a fim de homenagear seus avós, santos e anjos. Assim, seu nome completo ficou: Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança Bourbon. Ufa!!! Imaginem em um evento onde o apresentador tem que falar os nomes de todas autoridades presentes e são todas descendentes da coroa real portuguesa.
Isso me faz lembrar do ex-presidente da GM, Fritz Henderson que, ao falar, simplesmente aboliu a lista dizendo simplesmente (com sotaque) –“como quem me antecedeu falou todos os nomes aqui presente, sigo em frente”. E fez o seu discurso.
O primeiro bonde, que faria o trajeto entre o Palácio Real, no Jardim Botânico até a Quinta da Boa Vista (6,4 km; 31 minutos de ônibus, 11 minutos de carro e 2h36m a pé, que deve ser mais ou menos o tempo gasto para um bonde com tração animal).
Este bonde foi ricamente (conforme exigência do edital) pintado por fora e por dentro, tendo como única identificação, pintada a Coroa Imperial. A plataforma tinha 20 pés e 6 polegadas, largura de 6 pés e 1 polegada; altura do chão até o teto (dentro do carro) 7 pés.
Por dentro, muito conforto, com poltronas, divãs e cadeiras com assento de palhinha, que possam ser levantadas. Toalete-lavatório, com depósito de água para beber, e um “mictório” fechado. Também tinha cabides para pendurar os chapéus, casacos, etc.
Pois bem, este bonde, fabricado nos Estados Unidos, foi embarcado no veleiro Etta & Josie” que naufragou na viagem, em razão de uma forte tempestade. Para evitar que os seus destroços causassem algum dano a outras embarcações, o comandante ordenou que ateassem fogo a embarcação.
O segundo, elétrico
O pedido de compra para este segundo bonde, junto a empresa John
Stephenson & Co. Ltd. foi no sentido de que fosse elétrico, com preferência
usando acumuladores da Julien Eletric Company, de origem belga, comandada pelo
engenheiro Edmond Julien.
Este bonde, para o qual foi exigido que o acumulador ficasse sob uma proteção que o tornasse invisível para os seus ocupantes.
O veículo, veio em um veleiro que aportou no Rio de Janeiro, com todas as exigências atendidas. Mas ele nunca foi usado pela família real, pois só chegou depois de proclamada a República.
Tomei champanhe com o príncipe
Modéstia à parte, na verdade, o príncipe, Dom João de Orleans e Bragança, tataraneto de D. João II me serviu champanhe. Acompanhando um amigo, fui à casa dele, em Paraty, e ele, com uma gentileza real, nos serviu champanhe. Além disso, pude ver bela fotos clicadas por D. Pedro II, que foi um dos mais brilhantes dirigentes desta nação. Entre suas ações, a criação da Caixa Econômica Federal.
*chicolelis - Jornalista com passagens pelos jornais A Tribuna (Santos), O Globo e Diário do Comércio. Foi assessor de Imprensa na Ford, Goodyear e, durante 18 anos gerenciou o Departamento de Imprensa da General Motors do Brasil. Fale com o Chico: chicolelis@gmail.com. A caricatura é um presente do Bird Clemente para o chicolelis, que tem no ex-piloto, seu maior ídolo no automobilismo.
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