domingo, 29 de dezembro de 2024

PRODUÇÃO BRASILEIRA DE CLORO CRESCE 5,4% ENTRE JANEIRO E OUTUBRO DE 2024

De janeiro a outubro de 2024, a produção de cloro teve alta de 5,4% quando comparada ao mesmo período em 2023, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor), que representa 98% das indústrias brasileiras do setor.  A produção total foi de  913,6 mil toneladas, contra  866,6 mil toneladas registradas no mesmo período do ano anterior. A indústria sofreu um ligeiro impacto de produção devido a algumas paradas de manutenção necessárias e programadas neste período, o que ocasionou um crescimento mais modesto na produção de 5,4%.

No mesmo intervalo, houve uma ligeira melhora na utilização da capacidade instalada da indústria, que foi de 70% em 2023 para 73,2% em 2024. Já o consumo aparente de cloro e mais produtos clorados, índice que reflete a produção mais importação, apontando a demanda doméstica destes itens, teve um salto maior no período analisado, equivalente a 11,2%, o que significa 1.315,9 mil toneladas em 2024, frente a 1.183,4 mil toneladas em 2023.  Este dado indica que a demanda doméstica por produtos clorados tem crescido no Brasil mais do que a produção nacional, dando espaço para aumento da entrada de produtos importados.

Entre janeiro e outubro de 2024, a importação de produtos clorados, tais como EDC e PVC, cresceu 27,3% quando comparada ao mesmo período de 2023. Em valores totais, em 2023, o volume de importação foi de 311 mil toneladas, ao passo que em 2024 foi de 396 mil toneladas.

“O crescimento da demanda interna por cloro e produtos clorados reflete o desempenho dos investimentos em saneamento e construção civil”, explica Milton Rego, Presidente Executivo da Abiclor. “No entanto continuamos a ser o destino de importações de PVC dos Estados Unidos - que tem acesso às matérias-primas muito mais competitivas do que as nossas. A situação é análoga às importações da China, cujo mercado de construção tem crescido pouco nos últimos anos, resultando em um excesso de produtos com preços mais baixos para exportação.”

A produção de soda cáustica, feita em paralelo à do cloro, teve volume 5,9% maior do que o registrado no mesmo período de 2023, num total de 1.008 mil toneladas. O consumo aparente da soda cáustica teve alta de 9,5%, representando 2.404 mil toneladas. O Brasil não é autossuficiente na oferta de soda cáustica, pois a produção está necessariamente associada à oferta de cloro - uma produção que precisa ser aproveitada imediatamente e não se transporta. O principal exportador de soda cáustica para o Brasil são os Estados Unidos.

A produção de hidrogênio, outro componente resultante da produção de cloro e soda cáustica, foi de 28 mil toneladas. Este montante é utilizado para a produção de ácido clorídrico, para a venda e na própria indústria para combustão, como alternativa energética ao gás natural.

Desafios da indústria

Conforme o presidente executivo da Abiclor, no curto prazo, importa proteger a indústria nacional contra importações que não seguem padrões sustentáveis, uma tendência que já está presente em diversas economias globais, impondo tarifas. Países como os EUA e a China oferecem subsídios significativos para suas indústrias, isto resulta numa assimetria no comércio que prejudica a competitividade no mercado doméstico.

“O Brasil precisa aproveitar a janela de oportunidade seguindo as tendências da descarbonização e da economia verde”, diz Milton Rego. “Os mercados estão buscando rotas para descarbonizar, ou seja, produtos de menor pegada de carbono, matérias-primas e energia. Para isso valer, é preciso reforçar questões regulatórias, dando garantias de produtos verdes e infraestrutura como tal, bem como condições isonômicas com outros mercados. É indispensável fortalecer a regulamentação e a infraestrutura, garantindo condições justas de competição e certificações que atestem a sustentabilidade dos nossos produtos, esta é a grande aposta do setor.”

AbiclorA Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor) representa o setor de cloro-álcalis, que é a indústria base de diversos produtos essenciais para a economia, além de estar diretamente ligada ao saneamento básico e à saúde pública do país. Com 40 associados, a Abiclor reúne algumas das principais plantas produtoras do Brasil, entre elas, Braskem, Chemtrade, Chlorum Solutions, Dow, Katrium e Unipar e também espelha outros elos da cadeia, como fornecedores de equipamentos, distribuidores e transportadores. A Abiclor atua para promover o avanço da indústria de cloro-álcalis em linha com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU, com foco na segurança e respeito às pessoas e ao meio ambiente. Clique aqui para mais informações.

Abiclor
Hercog Comunicação e Estratégia

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