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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

DE CARRO POR AÍ.
Por Roberto Nasser*

De Coluna
Para Leitor
Assunto: Desejos para o seu 2016.

Na irrefreável lista de desejos para o ano em início, melhor vê-la como exercício de sobrevivência – e se adaptar às condições. A promessa de correção de curso, anunciada ao princípio do governo Dilma 2, não se viabilizou, e o país se assusta ante combinação perigosa, a mistura de recessão, inflação, e incapacidade de formular e seguir planos de correção. Ou seja, sem freios e com problemas de direção. Na prática significa, se você tem pouca folga de caixa, contenha-se, pise no freio, corte o supérfluo. Se sua estrada é lisa, foque nos investimentos. Ativos estão caindo de preços e permitem boas aquisições. Tenha em mente, o atual período definirá o futuro próximo. A soma de rever os custos, cortar o supérfluo, frear o caixa, fiscalizar aplicações e fazer tesouro para o inverno, no geral é a melhor fórmula. Nos termos da fábula, tire a cigarra da sua vida e entre em tempos de formiga.

Para a Coluna, 2015 foi ano bom: expansão no número de veículos impressos e eletrônicos que a reproduzem – ultrapassamos 30 oficiais, sem contar as agregações pirateadas -, e houve ganho no volume de acessos, superando os 10 milhões/mês. Aos leitores esta edição é dedicada, com votos de:

Que você faça como a Alfa Romeo, surpreenda com promessas, como o Giulia mostrado emocionalmente, com direito a apresentação com Andrea Bocelli – e se for o caso aproveite para manter o suspense, adiando a realidade;

OOOO
Que você aja como a Audi, superando as expectativas. Quando se esperava sequencia industrial na produção do A3 1,4 sedan em Curitiba, surpreendeu com a versão 2,0: um produto, duas presenças no mercado. Breve o Q3;

Audi A3 sedan, versões 1,4 e 2,0, nacionais

OOOO
Que você tenha a capacidade de observar, frieza para julgar, coragem para mudar, como fizeram Peugeot, focando em luxo e requinte, e Citroën cortando produtos, como o C3 Picasso;
OOOO
Que você aja como a PSA, holding da marca, ceifando o desdobramento de problemas na base, depurando a rede revendedora para obter operação enxuta e tentativamente rentável; 
OOOO
Que tal coragem tenha direção prática: convocou, do exterior, Ana Teresa Borsari, executiva brasileira em crescimento na Peugeot, para ser a primeira mulher conduzindo uma montadora brasileira;
OOOO
Que você não tenha medo de desafios, como a Isella Costatini, brasileira, presidente da GM na Argentina, convidada pelo novo governo Macri para dirigir a Aerolineas Argentinas e seu prejuízo diário de US$ 1 milhão, aceitou;
OOOO
Que você dê parâmetro contábil aos seus problemas e não permita que perdas no exercício ora encerrando sejam o mapa para o próximo ano. Escriture os prejuízos e comece 2015 como novo exercício. Passe o a receber ou discutir ao seu advogado e fim de papo. Passado é passado e deve ajudar o planejamento para o futuro. E só;
OOOO
Que você adote conceitos econômicosconsumindo apenas o necessário e apto ao seu bolso. Cheque especial ou crédito automático são ferramentas de negócio, de uso restrito apenas se o ganho palpável superar os custos;
OOOO
Que você se conscientize que pedaladas nos pagamentos só tem discussão no âmbito governamental. Para pessoas normais, físicas ou jurídicas, tal procedimento, tipo querer pagar a conta de um cartão de crédito com outro, não daria certo;
OOOO
Que você tenha e implemente projeto de entesouramento para os bons negócios a surgir de quem não se preparou;
OOOO
Que você troque de automóvel. O país precisa disto. Em 2016, novidades atrativas: picape Fiat Toro; Golf 1.4 TSI; novo mini Fiat – ao qual já chamam Mobi; novo Honda Civic; novos Mercedes;

Novo Civic, primeiro semestre

OOOO
Que sua escolha recaia sobre carro novode preferência nacionalpara manter ou gerar empregos locais;        
OOOO
Que tal compra seja em negociação aproveitando as más consequências da despreparada gestão econômica do país;
OOOO
Que você tenha cabeça aberta à hora de escolher a cor de seu carro novo, fugindo da ditadura do preto, branco e prata. Esqueça as opiniões sobre valor de revenda, saia do rebanho e compre o que lhe dá prazer, choque a burguesia, provoque seu vizinho – caso do vermelho dos Audis A3 sedan;
OOOO
Que você, se precisar, tenha coragem de peitar verdades aparentemente pétreas, como o fez o Sergio Marchionne, CEO da FCA: para fazer caixa fendeu a barreira da intocável italianidade da Ferrari, colocou suas ações na Bolsa de Nova Iorque, a NYSE, para fazer caixa aos planos de expansão, em especial os do renascer da Alfa Romeo;

Ferrari vende ações na bolsa de Nova Iorque

OOOO
Que você, para ajustar sua atividade, ouça seus clientes e consumidores, como o fez a Mercedes-Benz, indo às estradas, às oficinas, aos frotistas, para entender exigências do mercado, adaptando-se e aos produtos, ampliando vendas, recuperando-se;
OOOO
Que para entender seu negócio, faça como o Phillip Schiemer, presidente da Mercedes, que volta e meia vira atendente no SAC – Serviço de Atendimento ao Consumidor da empresa para saber dos problemas na linha de frente;
OOOO
Que você tenha a coragem da Tesla, pequena fábrica de elétricos nos EUA, sem medo de cara feia, peitou os poderosos, divorciou tecnologia da feiura, tão ligada aos elétricos, e faz os mais atrativos carros com esta tecnologia;

Tesla, elétrico não precisa ser feio

OOOO
Que você se não se deslumbre em frequentar a mídia, e faça como o David Powels, novo presidente da Volkswagen: fique mudo até entender as razões operacionais da empresa, produtos, gentes, queda de participação, meios para recuperá-la;
OOOO
Que você tenha a constância teimosa do designer João Paulo Melo, criador de projeto para re vitalização do Willys Interlagos. Propõe, insiste, não desiste de criar estrutura, buscar sócios, apoiadores em projeto cujo destinatário natural seria a Renault, proprietária da Alpine, autora do projeto de origem;

Projeto de renascimento do Willys Interlagos

OOOO
Que você tenha a coragem da YPF, estatal argentina de petróleo. Entre os números ruins do país de origem, e os menos maus do vizinho, aqui ampliou investimentos. Quer produzir óleos lubrificantes localmente e comprou fábrica em Diadema, SP.
OOOO
Que você seja bom cidadão, fazendo valer seus direitos, exigindo a chegada da gasolina S 50, mais limpa, menos enxofre, menos poluição. Seria adotada em 2015, mas adiada por razões misteriosas, como as que cercam combustíveis no Brasil, de composição química a preço;
OOOO
Que sua equipe de trabalho seja tão entrosada, treinada e motivada como a da Procuradoria Geral da República e Polícia Federal na apuração dos crimes do Petrolão.
OOOO
Que a nós o exemplo do juiz paranaense Sérgio Moro permaneça e inspire.

Juiz Sérgio Moro seja referência

OOOO
Que você tenha clareza para apoiar, ou repudiar candidaturas nas eleições de outubro próximo. Neste país de partidos sem programa, e no qual o percentual de políticos infratores da Lei cresce vigorosamente, a repulsa dos contribuintes é fundamental;
OOOO
Que você ilumine familiares, amigos e colaboradores lembrando que nessas eleições do compromisso com a cidade e o país, com votos por currículo e propostas;
OOOO
Que você acredite que sua cobrança pode manter a esperança na faxina necessária a partir da elite comprometida;
OOOO
Que você defenda o país ante críticas de seus contatos do exterior quanto à dúbia condução, os remendos econômicos sobre a falta de planejamento, a insegurança jurídica, inibindo investimentos estrangeiros;
OOOO
Que as críticas estrangeiras sobre a corrupção que erode o futuro e nos nivela por baixo, muito baixo, provoquem em você um exame de consciência quando ao futuro do país;
OOOO
Que você apoie a necessidade de mudar o jeito de administrar o Brasil para assegurar-lhe futuro sóbrio, apoie e cobre processos de justiça aos indiciados, presentes e futuros, nos desvios de Mensalão, Petrolão e outros ainda não conhecidos. Os Petropilantras não furtaram apenas moedas – comprometeram a vida e o futuro do país. Não pode haver leniência com isto;
OOOO
Que você encontre petições públicas saneadoras, propondo implantar corte acima do Supremo Tribunal Federal. Sua supremacia se abalou com a recente decisão sobre os ritos internos do Congresso, mostrando necessário uma câmara revisora a posturas dúbias, para que elas não se tornem nova regra e nossa Justiça não tome o caminho da similar venezuelana;
OOOO
Que o seu Deus, como todo Deus, dê-lhe generosa paciência para sobreviver e conviver com o período que se projeta duro, entre a necessidade de medidas saneadoras no interior do governo, sua inexistência, e o caminho simplório de resolver problemas nada mudando e avançando no bolso do contribuinte.
Retífica RN – Coluna natalina continha imperfeição. Disse, o governo federal teria reduzido o IPI aplicado sobre carros elétricos. Correto é a isenção do II, de 35%, mantendo o primeiro no elevado patamar.

Um troféu à altura dos Mercedes

Mercedes-Benz encerrou à altura sua temporada de desafios nacionais, a Challenge. Coleção de   corridas em autódromos nacionais, utilizando carros da marca, os sedãs C 250 e os hatches  CLA com preparação AMG. Temporada intensamente disputada, com vencedores definidos apenas à última prova, realizada no Autódromo de Interlagos, SP. Equilíbrio é ditado pela identidade entre os veículos, sem preparação pelas equipes participantes, todos com acertos pela Mercedes-Benz, padronizando os veículos.

Pode parecer iniciativa curiosa da Mercedes-Benz patrocinando corridas de entre automóveis encontráveis nas vitrines dos seus revendedores, mas enquadra-se num grande programa de marketing para sedimentação do conceito da marca. Participação no campeonato de Fórmula 1 – vencendo-o e fornecendo motores a outros concorrentes – tem outro foco, a identificação de liderança tecnológica e de resistência. No caso, as corridas com os veículos classificados como Turismo, enquadram-se em seu grande projeto de ampliação de conceito, visando deixar de ser vistos apenas como veículos confiáveis, resistentes, de status, e sóbrios. Para abrir o leque dos consumidores, atingindo novas faixas de idade, os Mercedes tem ganhos estéticos e de performance, ampliação de linha, como a nova família baseada na Classe A, de tração dianteira, e os campeonatos de corridas com carros da marca.

Em festa complementar à iniciativa, a Mercedes encomendou ao artista Paulo Soláriz, sempre dedicado aos automóveis, uma peça específica. Soláriz criou elegante figura feminina elevando a estrela-símbolo. Representa Mercedes, filha de Emil Jellinek, inspiradora do nome da marca.

A temporada 2016 do Challenge Mercedes-Benz terá seis provas.

Estatueta de Soláriz representa os valores da marca.





Roberto Nasseredita@rnasser.com.br, é advogado especializado em indústria automobilística, atua em Brasília (DF) onde redige há ininterruptos 42 anos a coluna De Carro por Aí. Na Capital Federal dirige o Museu do Automóvel, dedicado à preservação da história da indústria automobilística brasileira.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

DE CARRO POR AÍ.
Por Roberto Nasser*

Ano Novo? E quando 2015 acabará? 

Neste ano atípico, só após Congresso e Supremo Tribunal Federal voltarem de recesso, e complicações do pedido de Impeachment da Presidente, investigações dos integrantes de sua linha sucessória, ritos e poderes se tornarem mais claros. Fora o equilíbrio entre o currículo dilmista do novo ministro da Fazenda, e a necessidade oposta de conter gastos e obedecer as contas entre ter e dever. Até lá, sobressaltos diários de novas ideias e intrigas.

Ano em encerramento gregoriano, automóvel e seus assuntos periféricos bem o marcaram. Tema principal não foram os produtos, mas escândalo de problemas de segurança e emissões poluentes envolvendo as maiores marcas do mundo. Dramas com air bags Takata em produtos japoneses, chaves de ignição de GMs, e descoberta – com reconhecimento -, das emissões poluentes superando a linha legal pelos motores VW.

No Brasil, maus números em produção e vendas fechando em projetados 2,45 milhões, em torno de 25% inferior a 2014, e sua consequência natural, o desaparecimento de empregos nas indústrias de fazer carros, nos fornecedores, nos revendedores, nos transportadores. Em vendas automóveis caíram, grosseiramente, 25%. Caminhões, 40%.

O mau projeto econômico do governo Dilma 1 gerou péssimos reflexos em 2015. O professor Mantega e a Sra. Belchior, respectivos ex ministros da Fazenda e do Planejamento merecem medalha por mérito químico: transformaram a esperança numa droga.

Numericamente a queda é vigorosa marcha a ré, repetindo os níveis de 2005 e como dado analítico, estabeleceu tendência com três anos de seguidas quedas, em recuperação projetada em anos. Não se imagine recuperação com a mesma velocidade da queda, com a indústria automobilística subitamente acelerando em produção e vendas. Há capacidade industrial instalada e ociosa, mão de obra idem, ou seja, por definição é fácil e rápido retomar a fabricação. Entretanto mesmo havendo condições, tal processo não será rápido pois a parte terminal, o balcão onde se vendem automóveis, caminhões, ônibus, tratores, motocicletas, encolheu. Calcula a Fenabrave, a federação dos distribuidores, aproximados 1.000 negócios de vendas de veículos tenham fechado as portas. A recuperação do mercado não começa na poderosa multinacional, mas na loja da esquina. 

Na prática
Em termos internacionais acompanhamos os sinais de mudança tecnológica em veloz aproximação, trazendo o carro autônomo, sem motorista. Operando por rede de transmissão de sinais, capazes de sair da garagem, entrar no trânsito das ruas, tomar a estrada, viajar e chegar ao destino sem interferência do motorista. Alterações comportamentais trazidas por tais conquistas ainda são de modesta projeção, mas duas bastam para mudar conceitos surgidos desde o aparecimento do automóvel, há 130 anos: um, perderá a simbologia de poder na mobilidade, sendo promovido a cápsula móvel; outro, tende a dispensar o pertencimento, passando a ser como as bicicletas turísticas, propriedade do poder público ou de investidores – você usa o cartão de crédito, paga, decide para onde ir e a tralha tecnológica te conduzirá.

No país houve, também, a redução do IPI para veículos elétricos, forma de incentivar consumo e justificar produção.

Registro de mudança na processualística da indústria: as casas de estilo independentes, gerando desenhos e construindo os produtos, desapareceram. As mais conhecidas e então remanescentes se encerraram. Bertone faliu; Italdesign, leia-se Giugiaro, foi vendida à Volkswagen; e a célebre Pininfarina recém passou à indiana Mahindra e se resumirá a desenhos, sem construção. O fim dos projetos diferenciados é um descenso à mediocridade.

Gente
Alteração no comando das três maiores do mercado, Fiat, VW e GM.
Na primeira, Cledorvino Belini, ex mandão geral, passou o comando a Stefen Ketter, brasileiro apesar do nome. Ketter, 57, acumulará função com a Vice Presidência mundial de Manufatura, foi responsável pela construção da fábrica Jeep em Pernambuco. É o detentor das chaves de qualidade de construção dos produtos FCA no mundo. Na Volkswagen Thomas Schmall foi promovido com lugar na diretoria mundial, e na GM Jayme Ardilla, então diretor para a América Latina e Brasil, aposentou-se, abriu empresa de consultoria. Em seu lugar, ex-Ford, Barry Engle, veio como homem para cortes, ainda não realizados.

Na menor, a Suzuki, idem. Sinergia total com a Mitsubishi: produção, vendas, distribuição. Luiz Rosenfeld, 63, engenheiro, agora ex presidente da Suzuki, dedicar-se-á à sua fábrica de barcos. Não mais existirá um time Suzuki, mas departamento dentro da MMCB.

Olivier Murguet, então condutor da Renault, foi promovido a vice presidente sênior e presidente do Conselho da Região Américas. Fabrice Cambolive assumiu a operação Brasil.

Referência por décadas como executivo de VW e Ford, Jorge Chear, diretor de vendas e marketing da Ford aposentou-se. Guy Rodriguez sucedeu-o.

Mercedes promoveu Dimitri Psilakis, de diretor de automóveis no Brasil a presidente da Mercedes Coreia.  Holger Marquardt o substituiu.

Deixando a direção geral da Citroën Francesco Abbruzzesi é diretor da GM, e Ana Theresa Borsari, advogada, assumiu a Peugeot, primeira mulher a conduzir uma montadora no Brasil.

Waldey Sanchez, longa vida ligada à indústria automotora, deixou presidência da Navistar Mercosul e assumiu consultoria para a marca. Em caminhões, presidente da Volvo avisou retornar à Suécia. Sem indicação de sucessor.

Última semana do fim de ano perpassava no mercado aposta da troca de condutor numa das francesas, e ao início do ano, de outro.

Fim de ano substituiu condutores de BMW – antecipada pela Coluna - e Jaguar Land Rover.

Em termos de pessoal, a atividade de montar ou produzir veículos engoliu estimadas 14.000 vagas durante o ano. Crê-se, por efeito multiplicador, 5 vezes mais entre revendedores e transportadores.

Mercado
No cenário de vendas Volkswagen caiu à terceira posição em volume. Fiat, agora FCA, manteve o primeiro lugar, com intensa movimentação, inaugurando portentosa fábrica dentro de um canavial no norte pernambucano. De lá extrai o Jeep Renegade e lá dois novos produtos em 2016: o picape Toro; outro produto Jeep. Em Betim, carro menor, de entrada, motor 1,0, quatro cilindros.

Referência importante, pela primeira vez em décadas as três maiores somaram menos de 50% das vendas no mercado.

PSA, junção de Peugeot e Citroën, mundialmente sobreviveu, aumentou produção e participação de mercado. No Mercosul mudou a óptica de produtos, refinando os Peugeot, tirando-o da disputa com carros sem equipamentos. Mas ambas perderam muito mercado em 2015. Citroën abduziu de produção o interessante C3 Picasso, criando versão adequada do renovado AirCross para atender à clientela. Ambas cortaram fundo em pessoal não produtivo – cerca de 50% nos escritórios –, e buscam recuperar vendas perdidas e explicações, pois a queda ocorreu em paralelo ao lançamento de novos produtos.

Peugeot apresentou o 2008 brasileiro, com vendas menores às suas qualidades.

Renault cresceu a 7,1% do mercado, firmando-se como a quinta em participação. Renovação da linha, com Logan, Sandero, Duster, lançamento do picape Oroch ajudaram. Sandero RS, marcado por ganho de performance, ótimo projeto de engenharia, abre porta no mercado para veículos diferenciados por rendimento.

Como foi
Para a Coluna, imodestamente, foi ótimo. Incontável antecipação de informações, análises corretas, levou a ser publicada em 30 veículos – conhecidos, fora a pirataria -, superando os 10 milhões de leitores/mês.

Fiat SpA, a matriz italiana após assumir a Chrysler LLC, fundiu-as sob o nome FCA, transferiu a sede legal de Turim, Itália, para Amsterdam, Holanda, e ações na Bolsa de Londres. Cortou o nó górdio da intocabilidade da Ferrari, colocando 10% de suas ações na Bolsa de Nova Iorque. Quer capital para os grandes projetos de expansão das marcas controladas, a partir da volta da Alfa Romeo.


Jeep Renegade, parto em canavial

O Projeto Inovar Auto, imposição do governo contra as marcas importadas, gerou pequenas fábricas para BMW e Audi, já inauguradas, e Mercedes, nos próximos meses. Início com baixa nacionalização. Dentre importados ex líder Kia, amargando enxugar de vendas, terá fôlego em 2016 iniciando importar 4.800 Kias mexicanos, sem impostos de importação.

A3 sedan 1,4, Audi paranaense

Como a Coluna antecipou há um ano, Porsche veio e instalou filial no Brasil para fazê-lo o segundo mercado americano, reduzir preços, aumentar volume.

Ter fábrica no Brasil não é garantia de êxito. A chinesa Chery a fez em Jacareí, SP, mas os desencontros com a mão de obra garrotearam a produção, sem permitir as vendas projetadas. Lifan continua com finalização de montagem no Uruguai, e JAC entendeu, nem sempre é bom ser amigo do rei. O financiamento pretendido junto ao banco de desenvolvimento da Bahia não se viabilizou, e a atividade hoje é apenas comercial, e em contração.

Localmente há satisfação no mercado com o renascer do VW up!. Melhor dotado entre os 1,0 nacionais, seu conteúdo eleva preço e não obteve as vendas merecidas. Final do ano, com o aparecimento da versão TSi, com turbo, a imagem mudou, e as vendas se elevaram. Foi o nacional mais premiado nos juris especializados.

De atualização, VW iniciou montar o Jetta, e deu uma travada no projeto do Golf. Ficou para 2016.

Nissan deve ter concluído, seu modelo March não representa o pico dos desejos dos consumidores. Sobre sua plataforma faz o Versa, e completa a linha importando o Sentra. Performance baixa, foi cobrada pessoalmente por Carlos Ghosn, condutor mundial, ter 5% do mercado - entretanto marcou 2,9%. Quer 3,1% em 2016.

Japonesas Toyota e Honda mantiveram crescimento pequeno, e Honda, mesmo com o sucesso da linha Fit, City e do bem lançado HR-V, frustrou-se: fez fábrica em Itirapina, SP, para 120 mil unidades/anuais; deu-a como pronta, mas não inaugurou. Ante a previsão de mercado congelado, passou cadeado na porta e aguardará 2017 para ver se demanda justificará operá-la.

Ocorrências
CAOA Montadora, em Anápolis, Go, assinou Termo de Ajustamento de Conduta TAC, com o Ministério Público. Promete não mentir em publicidade e doou 27 caminhões como indenização.

No âmbito penal, empresários da CAOA e da MMC foram denunciados por suposta interferência junto ao Carf, e vice presidente da Anfavea, e ex assessor presos por suspeita de suborno para obter prorrogação de isenções.

Fenatran, a feira nacional de transportes, surpreendeu-se com a negativa das fabricantes de caminhões em dizer presente. Apenas duas Volvo e DAF apareceram.

Pior referências do mercado foi o fechamento da International de caminhões. Quarta vez que sai do país. A TAC dos jipes Stark, parou, anunciou venda e comprador prometeu revitalizá-la.

Governo
Continua sem política para a indústria automobilística, e deu boa medida de confusão com o tema extintor, ameaçando multar quem não tivesse novo modelo; ignorou se havia disponibilidade no mercado; às vésperas da obrigatoriedade cancelou a obrigatoriedade de uso.

Em amplo espectro fez acordo comercial com a Colômbia e Uruguai para troca de veículos, mas a tibieza negocial deu primazia e liderança à Argentina e seu novo presidente Maurício Macri. É quem faz aproximação com a união europeia.

Mais
Pouco a registrar em automobilismo de competição. O Autódromo de Brasília foi fechado para reformas, e assim está por questionada ilegalidade no contrato. O do Rio de Janeiro, picado para fazer obras para Jogos Olímpicos, sumiu e ficou assim. Categorias internas sem propiciar desenvolvimento, e no exterior a expectativa sobre Felipe Nasr ainda exige tempo de aculturamento na Fórmula 1 e a carro de segunda qualidade.

Movimento colecionista se desenvolve naturalmente, e melhor notícia foi o surgimento do Box 54, empreendimento em tal quilômetro da Rodovia Castelo Branco, nas proximidades de S Paulo. É museu, local para abrigo, guarda, locação e vendas de veículos antigos. Fórmula boa e factível de ser copiada.

Enfim, ano desproporcional ao volume pago como impostos, de explicações ofensivas à inteligência média, de sustos com o avançar no patrimônio público para agradar parlamentares. Merecemos mais.

Os pesares, as dificuldades, as injustiças, as irresponsabilidades oficiais por ação ou omissão não merecem ser vistos como padrão ou gabarito. Recomendo ao atento leitor manter a fé, rezar, meditar, para manter seu caminho, evitando que tais comportamentos conduzam a sua vida. Bom Natal.





Roberto Nasseredita@rnasser.com.br, é advogado especializado em indústria automobilística, atua em Brasília (DF) onde redige há ininterruptos 42 anos a coluna De Carro por Aí. Na Capital Federal dirige o Museu do Automóvel, dedicado à preservação da história da indústria automobilística brasileira.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

DE CARRO POR AÍ.
Por Roberto Nasser*

SUBARU, JAPONÊS PARA SER LEMBRADO.

Quem conhece automóvel, sabe: qualquer hipotética relação de qualidade forçosamente inclui a Subaru nas primeiras linhas. Marca pouco divulgada, é de amplo agrado a seus usuários, seja por projeto com motor dianteiro de quatro ou seis cilindros, gasolina ou diesel, turbo ou não, cilindros opostos, com o virabrequim na mesma altura do eixo de transmissão, invejável equilíbrio e estabilidade, pouco gasto de pneus.  Faz sucesso em mercados onde se exige confiabilidade em situações extremadas, como o gelo nas estradas e ruas canadenses, nos desertos australiano e chileno, seus mercados referenciais.

No Brasil a marca veio ao início dos anos 90 trazido pela importadora dos Lada, e chegou à CAOA, representante de Hyundai importados. Mas gerida por humores, não decolava. Novo presidente, o engº Antonio Maciel Neto, convidou Flávio Padovan, ex-diretor da Ford, ex-vice presidente comercial da VW, e ex presidente da Jaguar Land Rover, para ser diretor geral da marca.

Surpresa do mercado, Padovan aceitou o desafio, negócio pequeno ante sua experiência, mas apoio e visão deram nova cara à operação: ampliou-se de 12 para 20 lojas, a de produtos a 7 para ampliar leque de clientes. Em 2015 cresceu 55% nas vendas entre janeiro e novembro.

Mais
Estilo pouco arejado era problema dos Subaru, exceto por projeto ao final dos anos 80 por Giogetto Giugiaro, esportivo estradeiro sobre o station wagon Outback. Não era esportivo, mas um 2+2 com estilo e os marcantes vidros de motorista e passageiro formados por duas partes. É o SVX, 3,3 litros, 245 cv, 0 a 100 km/h em 7s, final de 248 km/h, rápido, confortável, importados apenas 50 unidades.

Há anos co optou o número dois da equipe de Walter De Silva na Fiat e no projeto de Alfas 145, 146 e 166. Andreas Zapatinas, grego formado na Califórnia, na Subaru traçou parâmetros, assinatura estética e filosofia da linha. Saiu, substituído por Osamu Namba, mas os conceitos gerais se mantém, tornando produtos mais atrativos.

Novos
A CAOA trouxe a sexta geração do sedã Legacy e do station wagon Outback. Novos produtos, nova plataforma, entre eixos ampliado a 2,75 m, mais 4,1 cm no comprimento e 1,5 em altura. Aos olhos brasileiros, com 4,79m de comprimento o Legacy é considerado grande – para comparar é um palmo maior que o novo Ford Focus Fastback. Espaço bem aproveitado, confortável ao uso nas duas fileiras de bancos, visual com elegante linha lateral sugerindo um cupê. Faróis com projetores em LEDs, rodas leves em 18”, e na traseira outra moda, as saídas de escapamento opostas.

Mecânica comum aos dois: motor boxer seis cilindros opostos 3 a 3, 3,6 litros de deslocamento, 24 válvulas, 256 cv e 35,7 m/kgf de torque. Configuração permite colocá-lo em posição baixa, uma das bases para o excelente comportamento, oferecendo muita estabilidade. Transmissão automática tipo polias variáveis, com sete marchas definidas, chamada pela Subaru de Lineartronic, alusão à distribuição de torque pelas quatro rodas, e capacidade de regulagem de motor, suspensões e direção em três padrões diferentes – Intelligent, Sport e Sport Sharp. Ou seja conforto econômico; rendimento esportivo; radicalidades. Outro auxílio eletrônico, o Active Torque Vectoring, controle eletrônico de estabilidade acionando freios na roda interna à curva para permitir melhor controle. Automóvel completo – sete almofadas de ar, controles de estabilidade e tração, bancos em couro com os dianteiros reguláveis eletricamente, câmera de ré, teto solar.

No Outback, de plataforma é igual, mecânica e conteúdo também o seguem. A Subaru o descreve com classificação própria, um curioso CrosSuv, cruza de Crossover com SUV, utilitário esportivo. Mantém o bom espaço interno, a mesma dotação de equipamentos, e tem tentativas formulações a uso especial. São a maior altura do solo – 21,3 cm - favorecendo melhores ângulos de entrada e saída em terrenos irregulares, e dotação eletrônica dita X-mode na transmissão, e o sistema de freio eletrônico para descidas muito inclinadas, além de controlador de velocidade reduzida para trechos muito irregulares. Mesmas rodas com aro de 18 polegadas e pneus de uso misto.
Vêm completos, sem opcionais.

Em uso
Considere o leitor as impressões sobre o Legacy, pois o trecho utilizado foi em ruas paulistanas, avenidas Marginais e rodovia pedagiada, esta de condições quase europeias. O Outback foi aplicado à mesma situação. São agradáveis, confortáveis, silenciosos, inerente transmissão de segurança – uma das boas características da marca. Apesar das condições do trecho utilizado, há desnecessários ruídos de protesto das suspensões, indicadoras de não terem recebido tratamento adequado ao uso de rallye urbano, oferecido por nossas ruas e estradas. Na prática um excesso de confiança à competente construção do automóvel e do CrosSuv. Ou seja não foram adequados ao país, acreditando na boa constituição para suportar nossas mazelas.

Custam, Legacy R$ 152.900 e Outback R$ 159.900, garantia de 5 anos.

Legacy e Outback, novos Subaru

Roda-a-Roda

Meio termo – Mercedes passa a vender um misto quente, o C 450 AMG 4Matic. Mescla carroceria C com motor 3,0 V6 biturbo e 367 cv de potência, tração integral para melhor dirigibilidade e segurança no acelerar de 0 a 100 km/h em 4,9s. Preparação AMG.
Na prática – Transmissão automática com 7 velocidades, mudanças extra rápidas. É confortável sedã em versão de comportamento esportivo, rico em conteúdo de mecânica, eletrônica e infodivertimento. A R$ 309,900. Degrau superior, o C 63 arranha os R$ 700 mil.

C 450 AMG 4Matic

Fim – Fim triste de referência em estilo e de era da indústria automobilística: a mítica e quase secular Pininfarina (1930) será assumida pela indiana Mahindra & Mahindra. Ex empresa grande, construindo suas criações, deu prejuízo em 10 dos últimos 11 anos, e sobrevivia como escritório de design.
Negócio – 185M euros por 76% das ações, dispondo-se a comprar os demais. Indianos se espraiam: adquiriram a coreana Ssangyong e o negócio de ciclomotores Peugeot. É o fim da era das carrocerias personalizadas, determinado pela globalização, insana luta pela sobrevivência no mercado de automóveis.
Global – Jaguar Land Rover, controlada pela indiana Tata, iniciou construir fábrica na Eslováquia: 150 mil unidades anuais, um terço da atual capacidade industrial da companhia. Quer participar do mercado mundial.
Onde – País cresce como base produtora. Lá VW faz Touareg e Audi Q7; Kia mais de 300 mil unidades/ano; PSA Peugeot Citroën 255 mil anuais. Tem boa estrutura logística e de fornecedores.
Aqui – No Brasil constrói pequena unidade em Itatiaia, RJ, para 17 mil/ano.
Padrão – Porsche acrescentou aos Boxter e Cayman – ambos com motor entre eixos – o prefixo 718. Número indica plataforma vencedora em corridas, derivada da 550, a primeira entre eixos traseira e motor boxer de 4 cilindros.
BMW X1 – Pré lista de inscrições para comprar o X1 BMW, com montagem em janeiro nas instalações de Araquari, SC. É SAV – Sport Active Vehicle –, com jeito de valente, mas limitado à tração nas rodas traseiras. Terá versões sDrive 20i, X-Line. Exceção é o xDrive25i Sport, com tração integral.
Como - Dois primeiros com motor 2,0 turbo, 192 cv, 280 Nm de torque. No 25i, respectivos 231 cv e 350 Nm. Em todos transmissão automática de 8 marchas. Preços, R$ 166.950; 179.950; e 199.950.

BMW X1, nacional em janeiro

Dezembro – Mercedes-Benz liderou mercado Premium até novembro com 15.620 unidades, por renovar linha e ampliar rede de concessionários. Neste mês grande disputa entre Audi, BMW e Mercedes para fechar em liderança.
Exemplo - BMW, tentando voltar ser líder após cair à terceira posiçãoe motivar mudança de presidente -, passou estoque do modelo 320GT à Localiza.
É agora – A fim de importado O km? A hora é agora. Os importadores, em especial Audi, BMW e Mercedes praticam preços com valor antigo para o dólar. Em janeiro BMW subirá mais de 20% no 320 Sport, e Mercedes entre 6 a 10%. Assim, querendo, decida-se enquanto há estoque a preço histórico.
Por exemplo – Audi lançou o A3 sedan nacional, motores 1.4 e 2.0, mas liquida o estoque antigo, ainda importado, hoje mais barato que o nacional.
Ponto de vistaColuna estranhou em edição anterior, a defesa pessoal da presidente Dilma frente ao Tribunal de Contas da União, pelo Advogado Geral da União. O processo não é contra o país, mas contra a Presidente.
Óptica – O objeto da recusa das contas, ditas Pedaladas, não são de iniciativa da União, mas da ocupante da Presidência. Assim, sua defesa deveria ser feita por advogado privado, por ela contratado, enquanto o Advogado Geral da União deveria estar em posição contrária, a favor da União e de nós contribuintes. O PSDB questionará em Juízo tal procedimento.
Prêmios – Fim de ano, muitos júris indicam melhores veículos em seus segmentos. Apenas dois organizados por jornalistas do ramo: o Abiauto, da associação destes profissionais, e o recente e bem estruturado Carsughi L’Auto Preferita, liderado por um decano da atividade, o italiano Claudio Carsughi.
Abiauto – 51 associados da entidade elegeram o Volkswagen Up! TSI Melhor Carro 2015 e Melhor Compacto; Peugeot 2008 Melhor Minivan/ Monovolume; Jeep Renegade Melhor Utilitário Esportivo; Renault Oroch Melhor Picape, e Audi com Melhor Importado com Audi TT, e Melhor Nacional com A3 Sedan.
L’Auto – Júri formado por 19 profissionais de destaque, liderados pelo próprio Carsughi, indicou VW up! TSi Carro 1.0; Audi A3 sedan; Carro entre 1,3 e 1,6; Renault Sandero RS Carro com motor 1,8 a 2,0; Subaru WRX STI, acima de 2,0.
Mais - Audi TT Carro Luxo/Premium; Jeep Renegade como SUV/Crossover pequeno; Honda HR-V SUV/Crossover médio; Ford Edge SUV/Crossover grande.
Picape pequeno foi Renault Duster Oroch e médio Toyota Hilux. Prêmio sócio ambiental o Parque Eólico Honda.
O cara Mais premiado nos diversos certames, o up! em versão turbo, a TSi.
Furou – Presidente eleito da Argentina Maurício Macri desejou ser conduzido em sua posse pelo Cadillac 1952 conversível, doado pela General Motors ao governo Juan Domingo Perón, presidente à época. Não deu. A equipe em final de governo de Cristina Kirchner, negou. Desfilou em VW Touareg conversível.
DNA – Justiça de Mar Del Plata, Argentina, confirmou Oscar Cacho Espinosa filho do penta campeão mundial Juan Manuel Fangio, produto da longa relação com Andrea Berruet, a Beba. Não foi surpresa, Cacho sempre integrou os times de Fangio e utilizava o sobrenome.

Andar em Cadillac. Macri quis mas não levou

Retifica RN Coluna com notícia sobre o lançamento do multi utilitário Mercedes Vito, não esclareceu ser a versão passageiros, com motor gasolina 2,0, dotado de tração traseira. Aplicação de transporte, com motor 1,6 diesel - produzido pela aliança Renault-Nissan - emprega tração frontal.
Mais – O pedido ultrapassou o de Rubén Vázquez, com a mesma postulação.
Fim – Táxi mais longevo em serviço em cidade grande, VW 1600 sedã de 1969 será proibido de prestar tal serviço. Funciona, desde O Km com o proprietário Edson Monteiro de Araújo, mas a Prefeitura de Niterói, RJ, limitou em 8 anos a idade máxima dos veículos em tal serviço.
Serviço - Deveriam criar exceção para serviços turísticos, como há no exterior para os antigos taxis ingleses e as carruagens. O Zé do Caixão, como então chamado, desde quando lançado, integra a paisagem e é atração turística.
Fórmula 1 – Pirelli quantificou o uso de seus pneus na Fórmula 1: 35.964, sendo 6.108 para testes; restantes slick e para chuva ou intermediários. Todos foram reciclados. No folclore da temporada, o chef do team Pirelli cozinhou 800 kg de macarrão – coisa para umas 6.500 pessoas.
Mercado – O grande processo de valorização dos veículos antigos, puxado pelos EUA, deve arrefecer – ou cair. Razão econômica externa: a correção dos juros mínimos anuais pelo FED, banco central estadunidense.
Razão - Desde a crise de 2008 o percentual dos juros foi congelado em Zero a/a, fomentando a procura por outros investimentos. Investidores migraram dos insossos depósitos bancários para aplicações tri dimensionais, móveis, e com emoção, como os automóveis antigos.
GenteVirginie de Chassey, 47, comunicóloga, ascensão: diretora mundial de relações públicas da PSA Peugeot Citroën. OOOO Está na companhia desde 2004, trabalhou no setor e na gestão de qualidade. OOOO

VW up! TSI, nacional mais premiado

Balanço feito pela Volkswagen dentre os múltiplos júris apreciando veículos nacionais e estrangeiros à venda no mercado doméstico, o up! TSi e seu motor turbo alimentado, é o mais premiado do ano.

Na prática foram 10 premiações nos cinco meses decorridos desde o lançamento em julho, e láureas adicionais como Compra do Ano pela revista Motorshow; Melhor Compacto e Carro Abiauto 2015; Melhor Nacional até R$ 60.990 pelo Top Car TV; Melhor Automóvel de passeio 1.0 pelo novato L’ Auto Preferita; Lançamento do Ano de acordo com a revista Carro; mais premiado no Ten Best 2016 pela revista Car and Driver; Melhor Carro Compacto segundo a Car Magazine.

Melhor formulação como carro de entrada no mercado, o up! enfrentou dificuldades e vendas desproporcionais em relação ao seu projeto e aplicação por conta do preço mais elevado que os concorrentes de formulação antiga, e pelo motor com três cilindros. O desenvolvimento do motor para o uso do turbo alimentador elevou seu conceito, com rendimento de veículo com cilindrada bem maior e consumo menor. Como disse a Coluna De Carro por Aí, “1,0, rendimento de 1,8, consumo de 0,9”. O projeto comercial bem se casou com o aprimoramento. A VW evitou tratá-lo com performance esportiva, e por isto não empregou as siglas RS e TS, ou a palavra turbo, indicativas de perfil operacional mais esportivo, optando pela sigla TSI, e não empregou o motor apenas em destacada versão de topo. Ao contrário, é um pacote a ser aplicado nas versões posteriores à básica, tentativa de atingir maior clientela.

A história do up! no Brasil é AT e DT.

up! TSI, mais premiado. Turbo mudou a história.




Roberto Nasseredita@rnasser.com.br, é advogado especializado em indústria automobilística, atua em Brasília (DF) onde redige há ininterruptos 42 anos a coluna De Carro por Aí. Na Capital Federal dirige o Museu do Automóvel, dedicado à preservação da história da indústria automobilística brasileira.