quinta-feira, 7 de maio de 2015

COMUNICAÇÃO 360.
Por Marco Piquini*

FAMÍLIA DOS EMPREGADOS TAMBÉM É STAKEHOLDER.

Quantas vezes o departamento de recursos humanos se preocupa com a família dos empregados da empresa? Não muito, não é verdade? Cumpre-se a lei, na maioria dos casos, estendendo ao cônjuge e aos filhos os pacotes benefícios como saúde, dentista etc. Mas deveria haver uma constante atenção com a família dos colaboradores, por uma simples razão: por ser a provedora do rendimento que traz a estabilidade da casa, por “reter” o marido ou a esposa, o pai ou a mãe, muitas horas do dia, a empresa acaba por ser ela também “parte” da família. E muitas vezes os interesses da empresa não são os mesmos da família.

Quando a empresa recorre às férias coletivas para contrabalançar um momento de recuo do mercado, como vivemos hoje? Forçando férias num período diferente do normal a empresa pode bagunçar totalmente a programação da família, já que vai alterar posteriormente as férias “regulares” que já haviam sido programadas em casa.

Ou quando programa horas extras aos sábados, por exemplo, ela também interfere na vida doméstica. O trabalho extraordinário pode ser uma ação muito necessária e circunstancial, mas os sábados são dias especiais para os trabalhadores, que é quando eles vão aos supermercados com as esposas (ou maridos), quando saem com os filhos, quando visitam parentes. São dias para se fazer coisas simples e que não podem ser adiadas por muito tempo, como ir ao barbeiro. 

Por isso, é importante conversar com a família do empregado, que é um stakeholder dos mais influentes. As famílias podem ser envolvidas na vida da empresa com comunicação dirigida a elas. Por meio de jornais específicos, ações de envolvimento, festas de natal, promoções, mães, pais e filhos podem acompanhar a vida da corporação, ficar mais íntimo da empresa, e assim entender de forma mais clara que nem tudo na companhia pode ser planejado sem falhas, que existem ciclos de mercado, que ocorrem mudanças de rotina impostas por circunstâncias alheias à decisão da empresa.

As horas extras e as férias coletivas ainda vão atrapalhar, mas com o diálogo e a informação haverá maior entendimento e acomodação. 







Marco Piquini é jornalista, consultor e palestrante. Trabalha com a comunicação para a gestão de mudança. Foi durante 20 anos executivo do Grupo Fiat e entre 2007 e 2012 diretor de Comunicação da Iveco para a América Latina, com responsabilidade sobre comunicação interna, externa, publicidade, eventos e sustentabilidade
e-mail: piquini@tresmeiazero.com.br
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