MOTOR FLEX,
VERDADES, MITOS E PAPOS FURADOS.
Desde quando
o governo forçou os fabricantes de veículos leves a desenvolver os motores
ditos genericamente flex, e mais recentemente quando, sem estudo ou base
técnica, autorizaram o aumento da mistura do percentual de álcool
ao gasálcool, surgiram instruções, aconselhamentos, dicas e informações
sobre estes engenhos quase onívoro.
Sua
capacidade de consumir qualquer proporção de gasolina+álcool anidro; ou
álcool hidratado; fez surgir um desencontro de informações sobre seu uso.
A Coluna
lista alguns tentando colaborar e tentativamente sanar dúvidas.
1. Nova
mistura é coisa boa?
apenas para os usineiros. Seu carro não está preparado para aproveitar
os 2 ou 4% a mais em álcool. O motor consome, porém não produz rendimento
proporcional;
2. Quando usar.
Use o gasálcool, ou o álcool hidratado, agora dito etanol, quando
você quiser.
3. Qual usar.
Se você tem preocupação econômica, para encontrar a operação
de menor custo, despreze o imutável índice oficial de 30% como diferença
de consumo entre um combustível e outro. Combustível alternativo no
Brasil não é política para o usuário e, assim, tal número é balela
oficial, pois o percentual não é padrão e varia de carro para carro. Para
saber, use um tanque cheio com gasálcool, outro com álcool e meça o
consumo de cada um, chegando à diferença percentual do seu carro.
A diferença entre os consumos entre cada um dos combustíveis é
grande, de 50%, 40%, 25%, 20%, 15% ... Dependendo da idade do projeto,
ou da atualização do motor. Assim, a verdade para você é a verdade do
seu carro. Apenas sabendo a diferença de consumo você terá condições
de calcular qual a operação mais econômica.
4. Gasolina, só aditivada.
Esta é uma verdade econômica. Funcionar, os motores o farão com
a mistura derivada de petróleo ou com o combustível vegetal. Mas para
o uso de gasolina prefira a aditivada. Ela mantém o sistema de
alimentação – coletor, válvulas, guias, etcccc - livre de impurezas. A
gasolina comum, não aditivada, deixa detritos, resíduos, uma poeiras
importantes capazes de reduzir o rendimento e aumentar o consumo.
Gasálcool, só aditivado;
5. Estrada.
Opte pelo combustível vegetal. Ele aumenta os resultados em torque
e potência, aparecendo melhor nas acelerações, ultrapassagens, subidas
e, você sabe, disposição é segurança. Mas cautela. O álcool é
muito falsificável pois sua característica higroscópica – a capacidade de
absorver água – permite mistura com água e, ainda assim, fará o motor
funcionar, apesar do rendimento cair e o consumo aumentar na medida
da falsificação. Desta maneira, para não virar estatística no rol dos
motoristas enganados, prefira os postos grandes, das maiores
distribuidoras e, de preferência exibindo, na bomba, certificado de
inspeção recente. Portam, também, um filtro capaz de indicar, por cor, a
pureza do álcool. Um alerta. Como o consumo com álcool é maior, você
parará mais vezes para abastecer. Considere este dado.
6. O tanquinho.
O tal de tanquinho de gasolina para partida a frio é um breve contra
a tecnologia. Um desrespeito ao consumidor. Finalmente tende
a desaparecer pela existência de tecnologias atualizadas, embora
não aplicadas a todos os veículos porque as montadoras não querem pagar
a mais pelo sistema diminuindo o lucro unitário na venda do veículo
ou repassando ao preço final, por entender, não será bem recebido
como acessório.
O injetor de gasolina funciona automaticamente em temperaturas de
meio ambiente abaixo de 15 graus centígrados, entretanto, mesmo
não utilizado com frequência, você deve mante-lo abastecido para
não ressecar o sistema.
7. Puro ou misturado?
Misture, dizem algumas pessoas. Ou não, dizem os técnicos. Faça
como quiser. O sistema não é refinado ou exigente em paladar.
8. Gastar um combustível para abastecer com outro?
Cascata, papo furado, conversinha. Os motores são ditos flex
exatamente por permitir utilizar qualquer um deles em qualquer proporção
de mistura.
Não se preocupe, em pouco tempo de funcionamento os sensores
do motor identificam as características do líquido a consumir e mudam
as regulagens automaticamente;
9. Use gasolina pois o álcool corrói o motor.
Sem escolha. Ambos corroem a longo prazo e quilometragem;
10. Motores flex devem usar aditivos.
Depende, para qual finalidade? Se você usar gasolina comum,
trocando-a pela aditivada, após 400 ou 500 km de funcionamento os bicos de
injeção serão limpos. Na gasolina o único aditivo adequado é para aumentar
a octanagem e, consequentemente, o rendimento – mas isto aumenta o custo
operacional, e na maioria das vezes o motor não aproveitará este aumento de
octanagem.
11. Antigamente os carros eram
mais econômicos.
Normalmente a referência está ancorada em tempos quando os motores eram
individualizados, queimando apenas gasolina ou apenas álcool. É uma realidade. Desenvolvidos
para operar com um ou outro, havia melhor aproveitamento. Para criar um ponto
misto de equilíbrio permitindo a capacidade, ambos os extremos perderam para
que o meio fosse alcançado, mas o consumo aumentou bastante.
Com disse com ácida sabedoria o eng Sérgio Habib, maior revendedor do
país e sócio na implantação da chinesa JAC, Motor Flex é igual ao pato: anda, voa e nada – mal. Mas
esta é a escolha que fizeram para você.
Roda-a-Roda
Arranjo – Ante as baixas
vendas do Focus e do monovolume C-Max no mercado norte americano, Ford avisou
encerrar e transferir sua produção em Detroit, EUA. Não disse para onde,
deixando no ar a dúvida sobre ser verdade ou apenas parcela de negociação com o
sindicato de metalúrgicos. Se o C-Max for para o México, poderá ser fornecido
ao Brasil.
Continua – Dia 1º Herbert Diess, ex BMW, assumiu a presidência mundial da marca Volkswagen e
anunciou planos: seguir o projeto de reduzir custos, aumentar margem de lucros,
ultrapassar a Toyota, tornando-se líder mundial.
Demanda – Honda iniciou
produzir a novidade HR-T na pequena fábrica de Campana, na Argentina, calçando
a fabricação nacional em Sumaré, SP.
Bolsa – Uma conquista da
administração Marchionne na FCA, separar a Ferrari e vender ações, caminha para
viabilizar-se. Companhia prevê nos próximos dias colocar 10% do capital
acionário em bolsa. Calcula o valor da Ferrari em Us$ 11B. Ótimo reforço
de caixa.
Para sempre – Buscando
aumentar vendas nos EUA sino sueca Volvo – capital chinês, marca originária da
Suécia -, faz promoção consistente: as peças de reposição e mão de obra não
serão cobradas. Deixa a dúvida: é reconhecimento de qualidade, ou bancará a
assistência para conquistar mercado? Brasil fora da promoção.
Imagem – PSA Peugeot Citroën
deu passo importante para mostrar-se superando a crise interna: enfatizará a
história das marcas e da recente DS, funcionando em seus museus com ações para
mostrar sua tradição. Seu presidente, Carlos Tavares, resume: Não
existe uma marca forte, sem uma história forte.
Reflexo – Tavares,
português do sul, deveria repetir isto no Brasil, onde fábricas ou montadoras
ou importadoras passam ao largo do assunto. Aqui Fiat junta veículos de
sua história, VW salva carros de engenharia e testes, Mercedes preserva
caminhões e ônibus antigos. E só. Museu de fabricante? Nenhum.
Pouco - Toyota Etios 2016
limitou atração apenas às versões topo de linha: sistema de áudio e display.
Não corrigiu a falta de atração visual nem a errônea distribuição de ventilação
no interior, privilegiando o passageiro frontal. Esforços para as mudanças
exigida pelos consumidores estão em curso.
Turbo – Raciocínio corrente
na Volkswagen quanto ao surgimento do up! com motor turbo em agosto: apresentar
o equipamento como ferramenta de uso agradável e de economia, fugindo da imagem
de esportividade e velocidade.
Segurança – Testes pela
LatinNCAP, entidade aferidora de segurança dos carros feitos ou vendidos na
América Latina, foi aos extremos: deu cinco estrelas, nota máxima, ao
Renegade cinco pontos para segurança dos passageiros dos bancos dianteiros e
traseiros. É o mais seguro dos nacionais. Noutro extremo,
novo Chery IQ, sucessor do QQ, teve zero estrelas.
Balança – Enquanto as
vendas de carros novos tem caído à média de 20%, a dos usados sobem em número
assemelhado. Carros com até três anos de uso são os queridinhos da vez. Ilídio
do Santos, presidente da Fenauto, federação setorial, feliz. Deveria buscar
facilidades de financiamento com governos. Usados significam serviços e peças –
e empregos e impostos.
Compensação –
Legisladores de Portugal criaram conta ao contrário: em vez de perder pontos
por infrações de trânsito, motoristas podem ganhá-los assistindo aulas sobre o
Código de Trânsito e procedimentos, para abate-los de outras penalidades.
Espécie de banco de pontos.
Tecnologia – Para se harmonizar
com o Mustang Shelby GT350R, o mais potente em cinquenta anos, Ford equipou-o
com pioneiras rodas em fibra de carbono. Mais leves, melhoram o trabalho da
suspensão. Para isolar o material do calor gerado pelos freios, aplicou
revestimento em plasma cerâmico utilizado nos ônibus espaciais.
Adicional – Sistema de
rastreamento 3T lança assistência técnica 24 horas: guincho, mecânico,
chaveiro, borracheiro para automóveis ou motos.
Negócio – Enquanto os
aficionados enxergam a Fórmula 1 como disputa esportiva, a bilionária
movimentação não passa de atividade comercial bem explorada pela detentora de
seus direitos, incluindo transmissão.
Interesse - Empresário
norte-americano, Stephen Ross, 75, investidor e dono do time de futebol Miami
Dolphins, associado à Quatar Sports, quer comprar 35,5% das cotas da CVC
Capital Partners, e os 5% detidos por Bernie Ecclestone, 84, mandão da
Fórmula 1. Valor da proposta, 6,2B Euros.
Fangio – Restos
mortais de Juan Manuel Fangio, primeiro penta campeão mundial de automobilismo,
serão exumados após 20 anos de sua morte. Há dois candidatos a herdeiro
buscando comprovação através de exame de DNA. Fangio nunca se casou ou teve
filhos reconhecidos, e seus herdeiros foram os sobrinhos.
Explicação – Diz-se em
círculos argentinos, receio dos atuais herdeiros levou-os a vender patrimônio –
como o Torino Gran Routier usado pelo penta.
Gente – José
Eduardo Luzzi, engenheiro, presidente da MWM, novo presidente e CEO da Navistar
International. OOOO Sucede Waldey Sanchez, referência de
longevidade no setor. OOOO Armando Rodriguez Borda,
executivo da Cummins, motores diesel, promovido. OOOO Diretor de
fornecimento. OOOO Fez bom trabalho de racionalidade e redução de
custos ocupando a área de logística nos EUA. OOOO Adriano Silva,
engenheiro, promoção: gerente de desenvolvimento da rede assistencial da FPT
Industrial. OOOO Cledorvino Belini, presidente da FCA America
Latina, homenagem. OOOO Presidirá o SIMEA, encontro internacional
de engenharia automobilística. OOOO
* Roberto Nasser, edita@rnasser.com.br, é advogado especializado em indústria automobilística, atua em Brasília (DF) onde redige há ininterruptos 42 anos a coluna De Carro por Aí. Na Capital Federal dirige o Museu do Automóvel, dedicado à preservação da história da indústria automobilística brasileira.
* Roberto Nasser, edita@rnasser.com.br, é advogado especializado em indústria automobilística, atua em Brasília (DF) onde redige há ininterruptos 42 anos a coluna De Carro por Aí. Na Capital Federal dirige o Museu do Automóvel, dedicado à preservação da história da indústria automobilística brasileira.
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