Novos Peugeot 208. Oportunidade e coragem.
Festa e conteúdo
para recomeçar. Peugeot resolveu encarar imprevista queda de vendas – 50% maior
à perda do mercado –, revendo leque de produtos.
Em todos aplicou
atualizações estéticas europeias; a nova filosofia de ser os melhor equipados
do segmento; e, na faixa superior, criou duas versões. Uma, Sport, distinta por
decoração, com mecânica conhecida, motor 1,6, 16V e 122 cv. Outra, GT,
superior, motor THP 1,6 turbo e 173 cv.
Direção oposta,
primeiro degrau de vendas, centrou esforços trocando motor 4 cilindros, 1,4 por
um novo, o Puretech, 1,2, com 3 e iniciais 90 cv – na Europa seu turbo faz
iniciais 120 cv.
Diz, será o motor
mais econômico do país, afirmação a ser aferida ante o up! tsi e o novo Hyundai
1,0 turbo a ser lançado próxima semana.
Coisa fácil
Como produto é
fácil puxar o 208 a melhores vendas. Basta fazer o interessado dirigi-lo. O
automóvel, apesar de alguns juízos desconsideráveis, tem o melhor comportamento
de direção, suspensão e freios, e é o mais agradável de condução de sua
categoria. Quem gosta de dirigir, nele se encontra. O GT promete exponenciar
isto, com ótima relação entre a potência gerada pelo motor e o peso do carro a
deslocar, em comportamento remunerador aos sentidos, acelerar de 0 aos 100 km/h
em apenas 7,6s, com velocidade final de 220 km/h reais – a álcool.
Complementa com
detalhes visuais, mudança do desenho da tomada de ar frontal, o espaço da
antiga grade, e para choques, rodas com 17” em alumínio polido, assinatura
óptica por luzes diurnas em LED, e novas e curiosas lanternas tripartidas
traseiras. Dentro, inescapável couro negro com pesponto vermelho. Central multi
mídia, com tela de 17,5 cm.
Para entregar melhor
rendimento com o motor turbo, novos ajustes de suspensão, pneus Michelin
204x45x17, com baixo atrito ao rolamento - não é boa altura para convívio com
os mal educados e anti tecnológicos buracos nacionais. E sistema ESP de controle
de estabilidade, anti bloqueio, assistência a frenagens de emergência, função
anti derrapante, controle dinâmico de estabilidade.
No outro extremo,
versão de entrada aplica o novo motor tri cilíndrico, 1,2, 90 cv, com
modernidades, como abertura variável de válvulas, pistões leves resfriados por
jato de óleo. Usa câmbio mecânico com 5 velocidades.
Intermediária, o
conhecido motor 1,6, 122 cv, permite uso de transmissão automática com 4
velocidades – coisa antiga.
Na prática, três
opções de motores, três de câmbio, seis de decoração.
Quanto custa
Peugeot 208
|
|
Versões
|
R$
|
1.2 Active
1.2 Active Pack
1.2 Allure
1.6 Allure Auto
1.6 Sport
1.6 Griffe AT
1.6 THP GT
|
48.190
51.690 54.990 59.090 60.990 64.590 78.990 |
Ford melhora Ranger
mirando em Toyota Hilux
Semana passada, quem viu TV em Buenos Aires, Ar, terá assistido
anúncio simpático, provocativo. Da Ford, com o novo picape Ranger 2017. Dizia,
em resgate histórico, Quando não havia
picapes, nós as inventamos. E ao final encerrava: Tudo se pode superar.
Aos ligados no mercado, verdadeira declaração. Anúncios bons são
como música do Dorival Caymi, texto do Rubem Braga, filme do John Ford: sem
palavras vãs. E, aos interessados, explicação era resposta aos anúncios dos
picapes Toyota, também recém lançados e superando em venda Fords na Argentina e
no Brasil. Dizem eles, Só uma Hilux pode
superar outra Hilux.
Foco
Aqui campanha de anúncios pagos não começou, e para a imprensa,
mídia sem custo, Ford dividiu o lançamento. Alguns jornalistas uma semana
antes, os restantes, nesta. Linha 2117 marca-se por seguir a Toyota: pequenas
alterações estéticas, e maior incremento em conteúdo da versão de topo, mais
próximo do automóvel, mais distante do veículo de carga.
Alteração – leia atualização –, assistência hidráulica para
direção trocada por elétrica – não furta disposição do motor, nem cobra por
isto. Itens de automóvel na superior versão Limited – alarme de mudança de
faixa e correção automática, piloto automático, alerta de perigo de colisão,
sete almofadas de ar, incluindo – para os joelhos do motorista. Engates Isofix
para cadeira de crianças, apoios de cabeça e cintos com ancoragem de três
pontos aos cinco ocupantes. E interior com novo painel com similaridade ao sedã
Fusion quanto aos instrumentos e tela com 20 cm, no sistema Sync MyFordTouch.
No caminho toyotista, rodas aro 18”em liga leve, pneus ditos como ecológicos de
menor consumo, e garantia de 5 anos.
Pelos equipamentos eletrônicos, aparentemente a versão de topo não
se destina a uso em estrada de terra, costelas-de-vaca,
buracos, desníveis, imprevistos atemorizadores das frágeis ligações dos itens
eletrônicos.
Abertura de leque a outros clientes, por maior rendimento ao motor
diesel de entrada, 2,2 turbo, evoluindo de 150 cv e 375 Nm de torque, a 160 cv
e 385 Nm. Muitas opções: tração 4x2 ou 4x4 com redução, caixa mecânica ou
automática com seis velocidades. Cabine apenas dupla. Versão superior, motor
maior, intocado, 3,2 turbo diesel, 200 cv e 490 Nm.
Não há mais versões com motor Otto, gasálcool ou flex.
Quanto custa
Ampla gradação de
preços. Abre na versão mais simples, 2,2 tração traseira, câmbio mecânico, R$
129.900. Versão de topo, mais R$ 50 mil, motor 3,2, tração nas 4 rodas e
reduzida, transmissão automática 6M.
Iniciativa do grupo Reimpex, instalações em Luque, lindeira a Assunção,
onde monta motos e caminhões, desde início de abril abriga montagem dos
pequenos automóveis J2 da chinesa JAC Motors.
‘E o ex-quase, aqui indicado pela representação local da JAC como sendo
o futuro produto de fábrica não erigida na Bahia, motor frontal, transversal,
porém com três cilindros, 1,0 litro, 67 cv, e caixa de transmissão mecânica com
5 marchas. Direção assistida, ar condicionado, duas almofadas de ar, vidros
elétricos, fecham a aura chinesa de carros bem equipados – e baratos.
Responsável pela operação, titular do grupo, Jorge Samaniego, disse ao
lançamento cumprir compromisso assumido com Horácio Cartes, presidente da
República, de ter fábrica de automóveis equipados e acessíveis ao público. Paraguai,
país de economia plana e previsível, em três anos atraiu sensível quantidade de
fábricas de autopeças para lá produzir e exportar ao Brasil, gerando 6.000
empregos. Instalações elétricas dos Volkswagen, por exemplo, são paraguaias.
Ter fábrica de automóveis, mesmo com primária montagem de partes
importadas, é fator de prestígio político às autoridades e indicador econômico.
Mercado local é pequeno, e os J2 inicialmente não serão exportados aos colegas
de Mercosul, pois não atinge o percentual de regionalização.
Mercado pequeno, importa em média 4.000 carros O Km/mês, e volume maior
de carros usados, descartados japoneses, europeus e norte-americanos, mandados
ao Chile via Zona Franca de Iquique, e de lá migrando ao Paraguai. Nos carros
orientais magarefes mecânicos operam, mudando para a esquerda os comandos
originalmente à direita. Governo quer apagar a exceção, fomentando compra de carro
novo, gerando emprego e impostos, em lugar dos estrangeiros barrados na
inspeção veicular e mandados a países pobres.
Estatal Banco Nacional de Fomento abriu crédito a compradores,
financiando preço final de 47.000.000 Guaranis – uns R$ 31.000 -, em 48 vezes
de aproximados R$ 850, por automóvel licenciado, segurado, e primeira prestação
em maio.
Entusiasmado Samaniego disse, JAC atesta sua empresa como a melhor extra
China, e repetiu, como os cartazes, ser o J2 el primer auto paraguayo. (leia mais)
JAC J2, o
primeiro paraguaio ? ..... Não.
Memória. Quem diria, primeiro carro paraguaio era Alfa Romeo
Foi em 1967, governo do Marechal
Stroessner (1954 -1989), a instalação da primeira montagem de automóveis no
Paraguai. Na mesma Luque, o piloto-industrial ítalo-argentino Giuseppe Vianini,
importador de Moto Guzzi para a Argentina, implantou instalações para montar
automóveis Alfa Romeo por sua IAPSA – Industrias Automotoras de Paraguay SA.
Processo próximo ao praticado quase
cinco décadas após pela Reimpex nos JAC: recebia carroceria em partes,
alinhava, gabaritava, soldava, pintava e agregava mecânica, elétrica e
decoração – desta, revestimento e bancos locais. Boa gama – superior à do
Brasil, de monoproduto superado, o FNM 2000, o JK, licença Alfa Romeo, antigo
Berlina 2.000 do fim dos anos ’50 -, fazia Berlinas Giulia 1.300; 1600; e os
então novos 1.750 e 2.000. GTVs e conversíveis, não.
Durou tempo indeterminado, entre dois
e cinco anos e, por razões nunca tornadas públicas – nem no livro de seu filho Andrea sobre sua carreira de piloto -, a
operação Alfa deu lugar a uma Renault, montando-se R4.
Roda-a-Roda
Surpresa – Tesla Motors, fabricante de carros elétricos nos EUA exibiu modelo 3.
Menor ante o luxuoso S, autonomia de 500 km, e a partir de US$ 35 mil. Surpreendentes
115 mil pedidos sinalizados com US$ 1 mil no primeiro dia, para entrega em
2017. Carro rápido: 0 a 92 km/h em 6s.
Razões – Porque vendem tanto? São bonitos, performáticos e com grande autonomia.
Concorrentes não juntam as três características.
Mudança – Empresas Peugeot, Citroën e DS sob a marca PSA, novas razão social e
logo. Integra início do segundo ciclo da gestão de Carlos Tavares. Primeiro,
esforço de salvação, o Back in the Race.
Agora, respirando, o tema é Push to Pass.
Desnecessário dizer, corrida de automóveis é o esporte do CEO.
Planos – Quer ser vista globalmente por eficiência na produção de veículos e
fiel fornecedor de serviços de mobilidade. Novo nome é PSA Groupe. No logo
feito em casa, fundo azul profundo simboliza sobriedade.
Acelerador – Com pressa, Tavares surpreendeu acionistas: anunciou planos de retorno
aos EUA após 25 anos de saída traumática. Nada de abrir distribuidora, mas
devagar, com veículos para uso compartilhado. Segunda etapa, com seus próprios
produtos elétricos, como a linha DS.
Nada – Imprensa veiculou ações da Fiat para produzir jipinho – termo larga e erroneamente empregado para descrever SUV,
SAV, crossover, versões aventureiras.
Verbete generoso e ocioso - a todos acolhe e a nenhum serve.
Perguntada, FCA negou. Diz, não terá
concorrente ao primo Jeep Renegade.
Lá – Anunciou investir US$ 500M atualizando mundialmente processo
industrial da fábrica argentina em Ferreyra. Fará o Projeto X6S, em alterada
plataforma do Palio. Substituto de Grand Siena e Linea e, em versão hatch, do Punto.
Mais – Motorização 4 cilindros: 1,8 EtorQ, 16 válvulas, 128 cv – menos ante
versões hoje utilizadas no Brasil -, e 1.3 GSE, 105 cv. Neste, transmissão
mecânica 5 M. No 1,8 automática com meia dúzia.
Novo - GSE será primeiro
desdobramento da família a iniciar-se com o três cilindros 1.0. Diz-se, família
GSE se curva às duas válvulas por cilindro. 2017.
Dúvida - Jaguar Land Rover na reta final para inaugurar fábrica em Itatiaia,
RJ. Projeto de baixa nacionalização, enquadrado no regime oficial Inovar-Auto.
Enfrenta situação política, retrato do momento.
E? - Quem convidar à inauguração, logo após o
julgamento do Impeachment da Presidente pela Câmara dos Deputados? Se aprovado, ela se afasta e quem
assumirá? O vice Temer? Eduardo Cunha, presidente da Câmara? Renan Calheiros, do
Senado, todos às voltas com questionamentos judiciais?
E.2? - Espera clarear? Convida apenas o ministro do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio? Inicia a produção e faz festa posterior,
com cenário menos turvo? Mico é
explicar aos controladores indianos e à gerência inglesa.
Flex – Mercedes marca
produção nacional com motor flex no modelo C 180. Tecnologia da marca, não
alterou sistemas, nem ganhos em torque e potência relativamente ao uso do
gasálcool. C 180 vende 43% na classe. Versões 200 e 250 mantém-se não-flex.
Mercado – Mitsubishi ASX Oudoor em nova versão: 4x2 para reduzir preço e
ampliar clientes. Bem dotado de equipamentos, entre eixos grande, pneus mistos.
Iniciais R$ 108 mil – iniciais, pois hoje toda compra permite conversas.
Posição – Fechado primeiro mês cheio de vendas, picape Toro é terceiro mais vendido,
seguindo Strada e Toyota HiLux. 3.080 unidades. Quer 4.000/mês
Mercado – Citroën cerca
clientes com argumento importante: serviço bom e barato. Recém lançado Novo Aircross tem plano de
manutenção à base de R$ 1 ao dia. As revisões, com intervalo de 10.000 km,
custam R$ 365,00 em 4x. Não é promoção, diz Dercyde Gomes, novo diretor de pós
venda.
Oscar – Fiat Toro
ganhou o Red Dot Design Award, o
Oscar do design. Equipe liderada pelo
abrasileirado Peter Fassbender criou produto adequado ao mercado e demandas dos
consumidores. Design da FCA Brasil
saiu da engenharia e se reporta a Stefan Ketter, no. 1 continental e ao designer chefe Ralph Gilles.
Registro – Keko Acessórios,
do interior do RS, festeja 30 anos de fundação. Case de sucesso, é líder em personalização automotiva, fornece a
nove montadoras, exporta a 40 países.
Elétrico – Correios
testarão, por três meses, furgão elétrico chinês BYD. Capaz a 800 kg, tocado
por baterias de lítio-fosfato de ferro, autonomia de 200 km, superior à média
das entregas postais.
Meta - Aferirá
resultados de custos no transporte de cartas e encomendas, e na difícil meta de
reduzir, até 2020, de 20% nas emissões poluentes.
Ação – Proteste,
Associação de Consumidores, e Consumers
International, reunindo consumidores de 140 países, levaram jornalistas ao
Autódromo de Interlagos para demonstrar eficiência do controle eletrônico de
estabilidade.
Pressão – Querem apoio
institucional para pressionar o Conselho Nacional de Trânsito, a antecipar ao
segundo semestre de 2017 a obrigatoriedade de veículos nacionais portarem tal
equipamento. Pelo Contran obrigação é 2022.
Passado – Scorro, uma das pioneiras na produção de rodas em liga leve, fará
série especial do modelo Cruz de Malta, utilizada nos GM Opala dos anos ’70.
Apenas 250 unidades. Sem outras informações. Scorro não respondeu.
Cultura – Da Editora Alaúde
novo título histórico automobilístico: Austin-Healey, esportivo criado pelo engenheiro-piloto
Donald Healey e viabilizado industrialmente pela também inglesa Austin. Autoria
de Bill Piggott, advogado de texto fluído, 160 páginas, muitas informações. R$
82.
Clássicos – Projeto em curso com
fazer, quase à mão, nove unidades do Jaguar XKSS vendidas a US$ 1,5M cada, e do
acionista maior, indiano Ratan Tata colecionar provectos Rolls-Royces, Jaguar
Land Rover mudou nome do Heritage. Agora é Jaguar
Land Rover Classic.
Negócio – Ampliou espectro:
além de peças e conselhos, restauração. Segue caminho aberto pela Mercedes,
trilhado pela Ferrari. Texto sobre operação XKSS: www.autoentusiastas.com.br/2016/04/fenix-ingles-jaguar-xkss-ressurge-das-cinzas.
Gente – Paulo Cézar da Silva Nunes, administrador,
ascensão. OOOO Membro, agora preside
Conselho de Administração da Marcopolo. OOOO Mauro Bellini, ex, mantém-se na companhia, na holding Davos e presidirá o Conselho de
Administração do Banco Moneo. OOOO
Criação de Nissans na Argentina e Chile mudou estrutura da marca. OOOO José Roman é novo VP da N-Latam; Pós Venda
com Daniel Pelayo; José Vendramini incorpora Qualidade ao Consumidor e Expansão
da rede; Hitoshi Mano, VP de manufatura Brasil, diretor de Monozukuri - como chama o fazer carros. OOOO
* Roberto Nasser, edita@rnasser.com.br, é advogado especializado em indústria automobilística, atua em Brasília (DF) onde redige há ininterruptos 42 anos a coluna De Carro por Aí. Na Capital Federal dirige o Museu do Automóvel, dedicado à preservação da história da indústria automobilística brasileira.
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