segunda-feira, 12 de setembro de 2016

DIFERENCIAL COMPETITIVO COMEÇA PELA SELEÇÃO DE MATERIAIS.
Por Sergio Rodrigues*

Desde o início dos tempos o homem busca novos materiais para fazer utensílios mais eficientes e fáceis de serem produzidos. Esse processo se tornou muito mais intenso depois da Revolução Industrial quando passamos a ter mais conhecimento sobre o comportamento das matérias-primas e maior quantidade de processos de produção. De lá para cá evoluímos até chegar aos dias de hoje em que engenheiros e projetistas contam com enorme quantidade de alternativas para o desenvolvimento de produtos eficazes para atender aos mais diversos requisitos.

Ao mesmo tempo, a competitividade nunca foi tão importante. Sabemos que o que for decidido na fase de projeto definirá o sucesso do produto no mercado. Produtos mais resistentes, com design inovador, e de baixo custo, são desejados por todas as empresas. Particularmente no Brasil de hoje, tais características se tornaram indispensáveis à sobrevivência dos negócios.

Mais que a conquista pura e simples de novos mercados dentro e fora das nossas fronteiras que sempre fez parte do universo empresarial, essa corrida se tornou uma obsessão no Brasil, na proporção direta da estagnação da economia. Mas como fazer a diferença em um mundo globalizado?

Uma coisa é certa: é preciso fazer mais do que surfar na onda da variação cambial ou da localização de componentes. Sem dúvida alguma, ambas geram oportunidades para processos de inovação baseados no estudo de alternativas de projeto relacionadas a materiais e processos fabris, com melhorias na redução de custos e produtividade. Porém, o desafio desses novos tempos inclui, e como nunca, a necessidade de se fazer tudo num prazo bastante curto para largar à frente da concorrência.

O caminho para o salto competitivo nunca é fácil. Mas os cientistas tem produzido respostas tecnológicas, que passam pela adoção de novos materiais e de processos de fabricação não conflitantes com as restrições ambientais, cada vez mais presentes em nosso dia a dia. Um verdadeiro arsenal tecnológico de ferramentas de simulação computadorizada está à disposição para exploração de alternativas de materiais e processos de manufatura com enorme potencial para aumentar a competitividade de produtos.

Alguns exemplos de aplicações:

Design - Materiais e processos produtivos alternativos aliados ao uso de softwares avançados de modelagem, colaboração, e gestão do ciclo de vida de produto, viabilizam, por exemplo, a criação rápida de perfis mais arrojados de design e, em muitos casos, a troca de material permite a redução de etapas de manufatura e montagem;

Banco de dados – Softwares facilitam a escolha entre centenas de opções de materiais aquela que melhor se adapta ao projeto, considerando parâmetros de custo e disponibilidade local, com informações completas sobre os materiais, suas propriedades, custos relativos e impacto ambiental, e mecanismos de busca que indicam em ordem de relevância os materiais que atendem condições estabelecidas pelo engenheiro, oferecendo ferramentas para auditoria e gestão das informações em projetos;

Novos materiais - Softwares de simulação possibilitam a seleção e projeto de determinadas moléculas, analisando e refinando sua aplicação para criar materiais de revestimento mais resistentes, compostos mais leves e com melhor comportamento estrutural e polímeros mais sustentáveis, sendo que em breve teremos materiais como uma variável de projeto e não mais como restrição;

Análise térmico-estrutural e otimização - A evolução tem sido continua e hoje se pode reproduzir praticamente qualquer tipo de situação com simulações realistas, substituindo ensaios físicos na fase de projeto reduzindo de maneira significativa o tempo de desenvolvimento de produtos.

Manufatura aditiva – A simulação permite a fabricação de peças com geometrias proibitivas para outros processos sem necessidade de construção de moldes, o que favorece a produção de pequenos lotes e a criação de produtos customizados. Outra grande vantagem desse sistema é que o material resultante pode apresentar estruturas com organização molecular (lattice structure), gerando composto de massa reduzida com excelente resistência estrutural; 

Processos de manufatura & projeto robusto – A ciência mais uma vez responde com poderosas tecnologias de simulação dos processos de manufatura, como injeção de plásticos, forjamento, estampagem, sopro e usinagem onde se pode observar o que acontece durante a transformação do material e se o produto final estará conforme o esperado, reduzindo o try-out físico e tornando a janela de processo mais robusta para absorver as inevitáveis variações encontradas no dia a dia em nível de processo, dimensional, ou inerentes ao próprio material.

Enfim, opções de melhoria não faltam, basta escolher por onde começar, sem medo de ser feliz.











*Sergio Rodrigues é engenheiro e vice-presidente da SMARTTECH.


Companhia de Imprensa 
Maria do Socorro Diogo
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