Mercedes. Um sedã Classe A
Se você gosta da linha A dos automóveis
Mercedes-Benz, primeiro degrau na escala de medidas e motores da marca alemã, e
se questionava porque a dedicação exclusiva aos hatch, pode começar
a frequentar mais seu porquinho da poupança: a empresa prepara um sedã Classe
A, e não será apenas um hatch com um pedúnculo posterior, como
alguns cometimentos por aí, mas o convencimento por design de
um carro em três volumes. Mostrou o conceito em janeiro e levou-o ao Salão de
Shanghai.
Marca-o a evolução de estilo da atual geração A, incorporando a
filosofia de acupesar os sedãs, e três elementos de elevada
atração frontal: grupo óptico se estendendo em direção à Coluna A; poderosos
vincos no capô transmitindo a noção de robustez esportiva; a grade de quinze
elementos verticais, re leitura da aplicada aos protótipos enviados à Carrera
Pan Americana de 1952. Mesmo conceito, em cromado, sugerindo agressividade,
assina o estilo do AMG GT.
Não é trabalho feito sobre os atuais Classe A, mas
exercício intenso sinalizando como será a segunda geração da exitosa exitosa.
Ter um sedã no recente braço familiar foi acertado caminho no procurar nova
clientela, ampliar vendas e participação. É projeto pessoal até agora vencedor
de Dieter Zetsch, presidente mundial da Mercedes e CEO da área de
automóveis, com contrato de gestão renovado para levar e manter a Mercedes na liderança
entre as marcas alemãs. A família A agregou mais de milhão de novos
consumidores dos carros com a estrela de três pontas, e o novo sedã quer
aumentar este número. Traços gerais por Gorden Wagener, responsável pelo design da
Daimler, crê-se deva ser lançado em setembro, no Salão de Frankfurt, ocasião
para as marcas alemãs enfatizar os lançamentos em casa.
Arghh? Não, novo Fiat será Argo
Fiat definiu o nome de seu próximo produto
conhecido pelo código X6H: Argo ... Hatch para substituir
Punto, Bravo e versões superiores do Palio. Base para família, sedã a ser
produzido na Argentina; diz-se haver um jipinho – fornecedores desconhecem -, e
possivelmente station wagon substituindo Weekend.
Para cumprir missão árdua, substituir dois e meio
produtos, movimentar as hoje ociosas lojas da marca, e não ser apenas mais um,
Fiat deu-lhe trato de conteúdo, e seu sítio o trata como “o mais
completo Hatch Premium do mercado.” Ante ampla missão terá motorização
variada: 1.0, 72 cv; 1.3, 101 cv; 1,8 produzindo 135 cv com gasálcool e
139 com álcool.
Nome
Batizar produto é missão árdua, partindo de
análise, pré definição de conceitos, pesquisa, listagem e, como passo
relevante, usualmente a depuração final passa por aval superior, pois nome pode
ajudar no êxito ou colaborar no fracasso. Não consegui apurar se no caso do
Argo o caso foi este. Mas ouvi versão interessante. Essência da verdade talvez
nunca se saiba.
Fiat tem tradição de bons nomes – Mille, Uno, Punto, Prêmio, todos
fáceis, sonoridade latina, curtos, rapidamente inteligíveis. Buscava-se caminho
assemelhado. O automóvel até então indicado como Projeto 6XH é adequação
nacional do novo Tipo italiano. Mudaram capô, tampa traseira e agregados,
melhor ajustando-o ao gosto brasileiro. Aqui, com o peso de ser solução
mercadológica para a marca, prazo correndo ante a necessidade de cuidar dos
manuais técnicos e do material publicitário, o processo de delongou. A Fiat, no
Brasil o primeiro nome a ser lembrado quando se fala em FCA, tinha o prazo contra
si.
Fonte bem informada relatou o evento. Disse,
os capo dos diversos grupos se reuniram com algum capo
dei capi, autoridade para o processo, e a conversa se iniciou
taticamente. Abordagem latina, de fora para dentro, apresentando um nome para
ser execrado, facilitando agilizar o de batismo. Garante-se, o encarregado de
conduzir o final do processo, deflagrou a conversa justificando porque,
na Itália e a mercados de exportação, o novo produto adotou nome já conhecido,
Tipo. Aqui havia sido desconsiderado porquanto a experiência com veículo a
utilizá-lo, há mais de duas décadas, foi bi-polar no mercado. Iniciou-se como
um importado, adicional nas opções, e subitamente cresceu nas vendas, tornou-se
o mais vendido do país. Aí a Fiat errou ao resolver fabricá-lo no Brasil. Subiu de preço e, por desconhecidas razões a linha de fluido hidráulico do sistema de assistência de direção passava junto à tubulação de escapamento, e nos engarrafamentos, carro parado, ou após estacionar, sem dissipar o calor, o fluido se incendiava. A Fiat enfrentou conta malvada: havia recém
trocado o chefe maior; o problema não foi individualizado; não havia capacidade
de fornecimento imediato das partes para um re-call, e os carros se
incendiavam. À época, a propósito, a Coluna sugeriu mudança de
nome para Zippo - o famoso isqueiro norte-americano ...
Voltando à reunião para definir o como chamá-lo,
quando o nome Tipo foi pronunciado, um dos presentes comentou emitindo um Argggh ....
E alguém com peso teria dito: - Isto, Argo ! Um participante,
sem entender, para se situar, indagou se escolha era influência do bom
jornalista carioca Jason Vogel. A pergunta, aparentemente disparatada, tinha
coerência mitológica grega: Argus havia sido o barco construído para Jasão e
sua turma, tratados como Argonautas...
- Não, resumiu o autor, e pouco latinamente
definiu: É Argo, e pronto. Qual o segundo ponto da reunião?
Foi assim, simploriamente? Perguntei
à minha fonte. Passo a dúvida, disse-me, mas
se non è vero, è ben trovato - se não é verdade, tem coerência.
Não endosso, não garanto, apenas passo a história
a preço de custo.
EcoSport. Tapa fora, cuidados dentro, novo motor
Ford atualizou esteticamente o EcoSport,
adequando-o à nova postura de produto feito em seis fábricas mundiais – mais
recentes na Romênia e na Russia -, integrando a escala de Fords SAVs e SUVs.
Montado sobre plataforma do Fiesta, mudanças definem metade do ciclo, sem
crescer em dimensões para enfrentar os inúmeros seguidores. Entretanto, apesar
das limitações e da incômoda posição de mercado onde perdeu rumo e liderança em
vendas, terá novidades para reposicionamento no mercado, e neste pequeno degrau
instigar procura. Busca atrair pelos traços frontais, nova motorização e
conteúdo.
Mudanças serão perceptíveis pelo estilo falando a
linguagem dos demais Ford no gênero, como o Kuga e o Edge, diferenciando-se
pelo fato de manter o estepe pendurado na tampa traseira, exceção às versões
destinadas aos mercados norte-americano e europeu. Aqui, pequeno espaço para
bagagens, hábito de viajar em automóveis com necessidade de espaço para recebe-las,
incluir o estepe no habitáculo condenaria o pequeno utilitário. Sob o capô
novas opções de motor. Crê-se leque deve se abrir com o novo 1,5 3-cilindros.
Acima dele, um 2,0 L4. O 1,5 tem opção de turbo aplicada ao Fiesta no exterior,
produzindo 200 cv, mas não deve integrar a versão inicial. Versão
norte-americana, já apresentada, adotou câmbio automático. Mercado nos EUA
despreza o mecânico, e o dupla embreagem dito PowerShift – e pelos problemas
tratado como PowerShit – foi descartado. No Brasil não há indicações quanto à
mudança.
Internamente, novo trato: definição por materiais de melhor qualidade;
agregação de atrações em infodiversão e conectividade, nova mania no caminho
aparentemente sem volta de tratar automóvel como telefoninho esperto com quatro
rodas: tela grande multi função, enlaçando sistemas e facilidades de contato
externo. Lançamento maio/junho.
Roda-a-Roda
Fim – Decisão da Justiça venezuelana em
arrestar fábrica, instalações, conteúdo, veículos da General Motors, dando
ganho de causa a ex concessionário, conseguiu resultado inverso: a empresa se
retirou do país.
Como - Montagem havia parado em dezembro de 2015
ante o mau projeto industrial venezuelano – é quase igual ao nosso Inovar-Auto,
com nacionalização mínima e muitas partes importadas. Lá o desvario e a crise
econômica restringiram liberar dólares no pagamento de partes importadas, fez
todas as operações de montagem parar. GM mantinha acordo remunerando operários.
Fim – Agora, batalha jurídica. Justiça entendeu
valor da causa em US$ 4,7B! GM era mais antiga montadora na Venezuela e
fechando demite 2.718 funcionários, encerra rede de concessionários, faz o caos
na manutenção da frota. Juiz quando decide olhando suas estantes, sem saber da
realidade da rua, dá em situações como esta. Discutível vitória para um lado,
muitas perdas para outros, incluindo o país. Situação na Venezuela fez fechar
operações de Fiat, Renault, Honda, Hyundai, Fuso – Toyota de caminhões,
Mitsubishi e agora GM.
Elétrico – Volvo anunciou fazer carros elétricos
na China, sobre nova plataforma CMA, mesma para a próxima geração de veículos
de sua marca Geely. Ex sueca, agora pertence à empresa chinesa. Intenta
exportações mundiais.
Prévia - Acidente com um Argo em final de testes e Toyota Corolla numa estrada
em MG, mostrou a boa capacidade de absorver impactos dos carros atuais.
Motoristas vivos pós cirurgia em mãos e pés.
Frustração – Revendedores dos jipes Troller há anos
solicitam à proprietária Ford a opção de transmissão automática. Fábrica
promete, mas produto não aparece. Fez nova festa de aniversário e, quando se
esperava, resumiu-se a anúncio de série especial e maior atenção a test
drives e à Copa Troller.
Futuro – Nova gestão do grupo CAOA, importador dos japoneses
Subaru mudou a agência de publicidade. DM9 assumiu a conta para elaborar
estratégias e implementar ações publicitárias. Subaru é das marcas pior
exploradas no mercado, vivendo aos saltos e gangorra nos preços.
Regulamento – Câmara Federal criou sub comissão para
regulamentar o re call de veículos. Na prática aplicar um
filtro para evitar revenda de carros com defeitos de fabricação, e criar
mecanismo obrigatório aos clientes atender à chamada para reparos. Atualmente
menos de 50% o fazem, significando manter rodando veículos defeituosos.
Lidera-a o deputado Alexandre Valle, PR-RJ.
Frota – Casa Rosada, o palácio presidencial
argentino, lançou concorrência para comprar 20 veículos destinados a serviço.
Sedãs compactos.
Concorrência – Baixou parâmetros: motores de 1,4
litro, 140 cv de potência, transmissão com 5 ou 6 marchas, vidros coloridos em
tom médio, e cores prata, cinza escuro, preto ou branco. Há peculiaridades não
explicadas tecnicamente como rodas leves com 16” ( em tal serviço que
diferença fazem se com aros 15”, ou 17”?), e porta malas com 470 litros de
capacidade - funcionário público viaja de carro e com grandes malas?
Concorrentes – Conta o jornal El Cronista,
negócio complicou à abertura dos envelopes, e carros argentinos – Renault Fluence,
Peugeot 408, Chevrolet Cruze – ficaram de fora. Na concorrência, brasileiro
Toyota Corolla – sem dispor de motor 1,4 -, e mexicano Volkswagen Vento – aqui
o Jetta 1,4.
Confusão – Como lá dizem, a Cochera
Presidencial, frota da Casa Rosada, supera 200 veículos mistos em
marcas e modelos, alguns com 20 anos de uso.
Mais uma – Royal Enfield, mais antiga marca
mundial de motos em produção, volta ao Brasi. Esteve aqui ao início da década
de 50. Inglesa na origem foi assumida por industriais da Índia, mantendo-a em
produção e iniciando exportar.
Aqui – Loja e escritório em S.Paulo, maior mercado
nacional, modelos com motores monocilíndricos de 535 cm3 de cilindrada: Bullet
500, desenho do pré Guerra; Classic 500, pós Guerra; e Café Racer 535,
inspirada nas motos com decoração francesa da década de 70. Potência de
engenharia antiga, 27,2 e 29,1 cv.
Questão – Tecnologia de décadas, pontualmente
atualizada por injeção de combustível, ignição eletrônica, chassis incorporando
o motor como elemento estrutural. Incógnita na questão qualidade, marca não
divulgou preços.
Cultura – Assessoria de Imprensa do Detran/SP
mostrou serviço paralelo: aproveitou o festejar de meio século do lançamento do
Ford Galaxie e resgatou informação: há no estado 922 veículos da marca
registrados. Boa ideia, venham outros com as demais marcas pioneiras.
Verdade – Denatran, o órgão nacional de
trânsito, poderia aproveitar e rever sua base de dados quanto aos antigos. É
eivada de erros e imprecisões, incluindo recuar paternidade de veículos.
Futuro – Paulistano Alberto César Otazú, 16,
com paitrocínio e auxílio de empresas Braspress, Alpie,
Cazarré-MasterMidia, tem sedimentado carreira. Vitórias em Kart geraram convite
de Wilsinho Fittipaldi a conduzir monoposto Formula Vee.
Começo – Foi bem e participação gerou convite
adicional: dirigir na Copa ECPA, no circuito de Piracicaba. Surpreendeu subindo
no podium duas vezes, como segundo e terceiro nas duas etapas,
fechando a semana na vice liderança.
E? - Garoto é um arraso. Em 12 meses no kart
amador conquistou 25 vitórias e 57 podiums. No estéril panorama dos sucessores
dos brasileiros na Fórmula 1 é de ser olhado com esperança.
História – Gostas de Simca, Dodge,
Chrysler, histórias? Ex funcionários da francesa marca Simca e
sucessora Chrysler, repetirão almoço anual, com direito a muitas lembranças,
conversas, resgates históricos, exposição de carros das marcas.
Junto – No restaurante Florestal, av Maria Servidei
Demarchi 2998, em São Bernardo do Campo, SP, dia 29, sábado, próximo às antigas
instalações industriais, hoje insosso depósito de eletrodomésticos.
* Roberto Nasser, edita@rnasser.com.br, é advogado especializado em indústria automobilística, atua em Brasília (DF) onde redige há ininterruptos 42 anos a coluna De Carro por Aí. Na Capital Federal dirige o Museu do Automóvel, dedicado à preservação da história da indústria automobilística brasileira.