Evento gratuito acontece domingo, 10 de setembro, às 18h, na área externa do Auditório Ibirapuera.
Estreia no Rio levou mais de 15 mil pessoas à Praia de Ipanema. |
Na linguagem da música erudita, suíte é o nome que se dá à sequência de obras, movimentos ou andamentos diferentes tocados sem interrupção, mas na mesma tonalidade. No universo da música eletrônica, mashup é uma composição criada a partir da mistura de duas ou mais canções pré-existentes. É entre esses dois modelos de criação musical que se situam as peças que compõem o repertório da primeira edição do Sinfonia Samsung Rock, evento que une a Orquestra Juvenil Heliópolis a um grupo de músicos de rock e quatro guitarristas consagrados para celebrar a bem-sucedida história do gênero. O concerto, gratuito e ao ar livre, acontece no dia 10 em São Paulo (no Auditório Ibirapuera, voltado para o Parque). O evento teve sua estreia neste domingo (03), no Rio, reunindo mais de 15 mil pessoas, na Praia de Ipanema.
O projeto compõe uma das atividades previstas no calendário 2017 do Samsung Conecta, iniciativa que tem por objetivo oferecer experiências únicas na música e no esporte, gerando inclusão, oportunidades e acessibilidade aos brasileiros.
“O Sinfonia Samsung Rock é mais uma oportunidade de conectar o público a coisas incríveis, mostrando que a Samsung tem muito mais a oferecer dos seus produtos inovadores e de alta tecnologia. Ao unir o clássico e o Rock, interligando as décadas e artistas como Nirvana e Renato Russo, que inclusive já fazem parte do calendário 2017 de eventos musicais patrocinados pela Samsung, queremos mostrar que a cultura vai muito além do erudito e que pode se apresentar de muitas formas. Nosso objetivo é tocar o emocional das pessoas, evocando memórias e sentimentos. E a música tem um poder enorme para isso”, afirma Andréa Mello, Diretora de Marketing Corporativo e de Consumer Electronics da Samsung Brasil.
Concebido por Monique Gardenberg, Jeffrey Neale e Lourenço Rebetez (com colaboração da cantora e compositora Marina Lima), o espetáculo tem roteiro e curadoria de Marcus Preto e contempla as fases mais importantes do rock and roll e dos gêneros que dele derivaram. O diretor musical Ruriá Duprat convocou outros grandes nomes da música – como Nelson Ayres, Wagner Tiso, Thiago Costa e o próprio Rebetez– para criarem com ele os arranjos orquestrais. A regência ficou a cargo do maestro Edilson Ventureli, titular da orquestra.
O show dá protagonismo à figura do guitarrista, peça-chave em qualquer banda de rock. Para tanto, traz quatro convidados se revezando nesse posto: Luiz Carlini (da banda Tutti-Frutti, surgida nos anos 1970), Edgard Scandurra (do Ira!, que estreou nos 1980), Lucio Maia (da Nação Zumbi, anos 1990) e o caçula Tim Bernardes (da banda O Terno, 2000) - figuras de grande relevância nas últimas quatro gerações do rock brasileiro.
O roteiro se desenvolve sobre critérios estritamente musicais. Algumas peças foram construídas a partir de uma seleção prévia de clássicos do gênero – algo em torno de quatro canções que, entregues aos arranjadores, foram reorganizadas por eles, em processo de corte e costura, até se tornar uma nova composição, em suítes e mashups. Mas também há espaço para canções inteiras, integrais, como foram imaginadas por seus compositores originais.
Uma programação de videoartes – especialmente concebidas para o evento – irá acompanhar os 18 números musicais do concerto. Os trabalhos levam a assinatura de alguns dos principais videoartistas do país, incluindo Ana Paula Carvalho, Batman Zavareze, Eder Santos, Grima Grimaldi, Gringo Cardia, Richard Luís e Muti Randolph.
“Para construir o roteiro, partimos de cerca de 500 canções ‘que não podiam faltar de jeito nenhum’, diverte-se o curador Marcus Preto. “Como critério para organizar conceitualmente o repertório, dividimos as canções a partir da representação visual da atitude musical de cada fase, desde a atmosfera ‘paz e amor’ do Rock Psicodélico, até o colorido geométrico da New Wave, passando pelo brilho do Glam Rock e as calças rasgadas e os alfinetes do Punk, e assim por diante. Com muito sofrimento, chegamos, então, a dez canções para cada um dos 18 subgêneros do rock, que foram arranjadas em mash ups, duelos, suítes, solos etc, até chegar no set list do espetáculo”, explica.
A linha do tempo parte da década de 1960, contemplando clássicos dos Beatles, dos Rolling Stones e dos Beach Boys. E chega até a geração brasileira dos anos 1990 e 2000, cruzando pontos fundamentais das obras dos Titãs e Legião Urbana.
Há peças dedicadas a gêneros específicos, como o folk (colando clássicos de Bob Dylan e Simon & Garfunkel), o rock psicodélico (com Jimi Hendrix, Cream, The Mamas & the Papas e Jefferson Airplane) e o indie (com The Verve, White Stripes, Franz Ferdinand) e o punk (Ramones, Sex Pistols e The Clash). No mesmo espírito, o “Mashup Synthpop” junta New Order, Depeche Mode, Eurythmics e outras bandas do rock eletrônico dos anos 1980.
Alguns artistas falam por todo um gênero. Pink Floyd representa o rock progressivo. David Bowie, o glam-rock. Rita Lee é a mais completa tradução do rock brasileiro, dos anos 1960 aos 2000. E não é preciso muito mais do que os quatro singles do álbum Nevermind (1991), da banda Nirvana, para explicar do que é feito o grunge: uma peça foi escrita especialmente para cada um desses quatro casos.
Orquestra Juvenil Heliópolis
Criada em 2009, a OJH é formada por 60 músicos de 14 a 25 anos de idade. Sob a batuta do maestro Edilson Venturelli, a orquestra já se apresentou em algumas das principais salas de concerto de São Paulo, como o Theatro São Pedro, Sala São Paulo, Auditório MASP, Centro Cultural São Paulo, entre outros. Mantida pelo Instituto Baccarelli – organização sem fins lucrativos voltada para o ensino musical, formação artística e inserção social –, a Orquestra Juvenil Heliópolis participou de eventos como o Criança Esperança (2011) e a III Conferência Global Sobre o Trabalho Infantil, realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Brasília. O Instituto conta com a direção artística do maestro Isaac Karabtchevsky e o patronato do renomado regente indiano Zubin Mehta, que se encantou com a instituição ao visitá-la em 2005.
Guitarristas
e/d: Luiz Carlini, Edgard Scandurra, Tim Bernardes e Lucio Maia. Foto: Felipe Panfili. |
Luiz Carlini
Um dos maiores nomes do gênero no país, acompanhou Rita Lee durante a década de 70 na banda Tutti-Frutti. Ali, foi coautor de clássicos como Agora Só Falta Você, Corista de Rock e Com a Boca no Mundo. É dele o mitológico solo de Ovelha Negra, um dos mais famosos da cultura pop nacional. Quando Rita se casou com Roberto de Carvalho, Carlini seguiu com o Tutti-Frutti.
Edgar Scandurra
Guitarrista e principal compositor do Ira!, também integrou o Smack e a banda punk paulistana As Mercenárias (como baterista). À parte do Ira!, tem seis álbuns solo. Três deles fazem parte do projeto Benzina, de música eletrônica. Também é instrumentista no grupo infantil Pequeno Cidadão. Foi eleito pela revista Rolling Stone como um dos 100 músicos mais importantes da MPB em todos os tempos.
Tim Bernardes
Com apenas 26 anos, é o caçula da turma. É compositor e líder da banda paulista O Terno, que fundou aos 16 anos, e por onde já lançou três álbuns muito elogiados pela crítica, além de participar de dois trabalhos de Tom Zé. Entre seus projetos paralelos, tem a dupla Pereirinha e Pereirão junto do pai, o músico Mauricio Pereira (Os Mulheres Negras). E a banda cover Juscelino e os Kubitschekers, com a qual faz o Baile do Juscelino. Tim se prepara para a estreia solo, com um álbum a ser lançado ainda em 2017.
Lúcio Maia
Integrante-fundador da banda pernambucana Chico Science & Nação Zumbi, marco zero do movimento Manguebeat, que se mantém ativa e prepara o décimo álbum. Em carreira solo, compôs dois trabalhos, sempre sob o codinome Maquinado. Também toca guitarra no projeto Almaz, que une o baterista Pupillo, o baixista Antônio Pinto e o cantor Seu Jorge. Compôs as trilhas sonoras dos principais filmes do novo cinema de Recife, como Baile Perfumado e Amarelo Manga.
Serviço
Sinfonia Samsung Rock
Com Orquestra Juvenil Heliópolis e os guitarristas Edgard Scandurra, Luiz Carlini, Lucio Maia e Tim Bernardes
Concepção: Monique Gardenberg, Jeffrey Neale e Lourenço Rebetez, com colaboração de Marina Lima
Curadoria e roteiro: Marcus Preto
Direção Musical: Ruriá Duprat
Regência: maestro Edilson Venturelli
Dia 10 de setembro, domingo, 18h
Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer
Plateia externa.
Entrada franca.
Livre para todos os públicos
Informações
3629-1075
info@auditorioibirapuera.com.br
Desde 2011, o Auditório Ibirapuera é gerido pelo Itaú Cultural, em parceria com a Prefeitura de São Paulo
Av. Pedro Alvares Cabral, s/n – Portão 2 do Parque do Ibirapuera
(Entrada para carros pelo Portão 3)
Capacidade: 15.000 pessoas
Estacionamento do Parque Ibirapuera, sistema Zona Azul: R$ 5.00 por duas horas.
Dias úteis, das 10h às 20h; sábados, domingos e feriados, das 8h às 18h
Transporte / Ônibus:
Linha 5154 – Terminal Sto Amaro / Estação da Luz
Linha 5630 – Terminal Grajaú / Metrô Bras
Linha 675N – Metrô Ana Rosa / Terminal Sto. Amaro
Linha 677A – Metrô Ana Rosa / Jardim Ângela
Linha 775C/10 – Jardim Maria Sampaio / Metrô Santa Cruz
Linha 775A/10 – Jd. Adalgiza / Metrô Vila Mariana
O Auditório Ibirapuera não possui estacionamento ou sistema de valet. O estacionamento do Parque Ibirapuera é Zona Azul e tem vagas limitadas. Recomenda-se o uso de táxi ou transporte público.