Estreia acontece no dia 14 de fevereiro. Obra traz o famoso Fígaro... Fííígaro. Foto: Fabiana Stig
A temporada lírica 2019 do Theatro Municipal de São Paulo estreia com uma das mais famosas óperas cômicas: O Barbeiro de Sevilha (Il barbiere di Siviglia), de Gioachino Rossini, sob a direção musical de Roberto Minczuk, cênica de Cleber Papa e figurinos e cenários assinados por José de Anchieta. As récitas acontecem nos dias 14,15,16,19,20, e 21, às 20h, e no dia 17 às 18h.
A obra é divertida sem momentos de monotonia. Um dos trechos mais famosos, Fígaro... Fííígaro, é executado na primeira entrada do Barbeiro de Sevilha. A ária já foi parafraseada em desenhos animados, como o Pica-Pau.
No enredo, o Conde de Almaviva se apaixona por Rosina. Porém, a jovem tem um tutor, Dr. Bartolo, que a mantém presa dentro de casa, cercada por criados e músicos. Para se aproximar da amada, Almaviva passa a contar com a ajuda de Fígaro, que vende perucas para Rosina e faz o cabelo e a barba de Bartolo. A partir disso, surgem vários planos mirabolantes e hilários que divertem o público há mais de 200 anos.
O barítono Michel de Souza será Fígaro, já tendo interpretado o Conde de Almaviva pela Scottish Opera na ópera As Bodas de Fígaro, do Mozart. David Marcondes reveza com ele. Marcondes é integrante do Coro Lírico Municipal de São Paulo e, nos últimos anos, o barítono destacou-se nos papéis: Marullo, em Rigoletto (2014), Amonasro, Aida (2015), e Zurga, Os Pescadores de Pérolas (2017).
O tenor Jack Swanson (Conde de Almaviva) faz sua estreia na América Latina. Aos 26 anos, natural de Minnesota (Estados Unidos), Swanson está em ascensão no mercado internacional. Após o Sara Tucker Study Grant, ele recebeu o Study and Career Grants, da Richard Tucker Music Foundation, importante prêmio dado a jovens cantores em início de carreira.
Dentre os estreantes em ópera no Theatro Municipal de São Paulo, está Anibal Mancini (Conde de Almaviva) e as sopranos Débora Dibi e Denise Yamaoka que se revezam no papel de Berta.
Como o Dr. Bartolo, está o baixo Sávio Sperandio. Experiente no papel, já interpretou o mesmo personagem no Teatro Colón, em Buenos Aires (2005), no Festival de Ópera de Ercolano/Itália (2007) e no Teatro Real de Madrid (2008). Em noites alternadas, o cantor Saulo Javan assume o papel. Ele já se apresentou no Theatro Municipal de São Paulo nas óperas The Rake’s Progress, Don Giovanni, La Bohème, Falstaff, Salomé, entre outras.
O Barbeiro de Sevilha
A obra de Gioachino Rossini estreou em 1816. Com libreto do escritor italiano, Cesare Sterbini, é inspirada numa peça homônima do francês Pierre Beaumarchais. Esta ópera foi encenada no Municipal a última vez em 1995. Em mais de 100 anos, o palco histórico de São Paulo acumula cerca de 36 montagens. De acordo com o maestro Roberto Minczuk, o sucesso mundial da obra se deve a sua leveza. Ele também aponta algumas características sobre a composição. “A música é virtuosística e impressiona com passagens técnicas rápidas, tanto na parte dos solistas, como da orquestra. Interessante que ele utiliza os instrumentos, trompa, flauta, clarinete, de uma forma vocal e as vozes de uma maneira instrumental quando ele quer o virtuosismo, a articulação e a excitação que a história pede”, completa Minczuk.
Para o programa Ópera Curta, da Secretaria de Cultura do Estado, o diretor cênico Cleber Papa já fez uma releitura de O Barbeiro de Sevilha. Um dos diferenciais da montagem no Theatro Municipal será uma nova roupagem para alguns personagens considerados “secundários”. “Não estamos reinventando a ópera, mas criando situações que se ajustam perfeitamente à maneira de contar a história proposta pelo compositor. Trouxe a minha versão das razões que levam o personagem Ambrogio ser tão sonolento e ampliei a presença cênica da Berta, uma criada que ganha outras dimensões no espetáculo”, acrescenta.
Papa convidou o diretor, cenógrafo e figurinista José de Anchieta para esta produção. “Tenho um enorme prazer em trabalhar com ele, principalmente por ser um artista de longa história. Propus a ele que caminhássemos para uma abstração cenográfica que recriasse a atmosfera de Sevilha (tem até uma bandeira da Andaluzia), com seus altos e baixos, balcões e varandas, janelas grandes, etc”, diz. Os dois atos se dividem entre uma vila em Sevilha e a casa de Rosina.
Ao todo, são 75 figurinos nesta produção. “Na questão do figurino não procurei me ater a 1890, 1870. Eu mesclei! Trouxe um pouco mais pra trás e avancei em algumas coisas pra não ficar preso a uma época. O Cleber queria algo mais despojado, criativo, inventivo. Muito embora, eu tenho os elementos básicos da época: as casacas, os gibões, os calções, sapatos”, explica Anchieta que assina o cenário e o figurino.
A comicidade desta ópera-bufa é transferida para as roupas. Os trajes terão uma pegada até circense, como, por exemplo, meias listradas coloridas, que os artistas usarão, inclusive, os pares discrepantes no palco. “Eu estou pedindo aos visagistas para exagerarem um pouco mais na peruca, linha Tim Burton, linha Fellini. Ter um tratamento de invenção, criação, não ficar só na peruca tradicional”, completa. Alguns tecidos foram confeccionados por meio da técnica do patchwork (união de tecidos com formatos variados).
Uma das personagens com mais trocas de figurino é Rosina que chega a usar de cinco a seis trajes diferentes na produção e também mudanças de perucas. “Uma roupa básica e ela usa saias sobrepostas”, explica Anchieta. Isso porque, como “prisioneira”, as peças são uma forma dela exibir sua fortuna.
Já o visagismo terá a sua referência no alvaiade, uma estética comum na época do Romantismo para clarear e dar uniformidade à pele do rosto. O Barbeiro de Sevilha é a última ópera do período Romântico.
A produção em dois atos tem aproximadamente duas horas e 30 minutos. Os ingressos variam de R$ 20 a R$ 120.
Serviço
O Barbeiro de Sevilha, de Gioacchino Rossini
Temporada: 14.02 / 15.02 / 16.02 / 17.02 / 19.02 / 20.02 e 21.02
Terça a sábado, às 20h. Domingo, às 18h
Theatro Municipal de São Paulo
Praça Ramos de Azevedo, s/nº - São Paulo - SP
Ingresso: R$20,00 a R$120,00 - venda na bilheteria e site da Eventim
Classificação: Livre (sugerido para maiores de 7 anos)
Duração: 2h30 | 2 atos
Direção musical: Roberto Minczuk
Direção Cênica: Cleber Papa
Cenários e Figurinos: José de Anchieta
Assistência de Figurino: Emilia Reily
Regente do Coro Lírico Municipal: Mário Zaccaro
Com Orquestra Sinfônica Municipal
Coro Lírico
Elenco 1 [datas: 14, 16, 19, 21]
Fígaro (barítono) - Michel de Souza
Rosina (mezzo-soprano) - Luisa Francesconi
Conde de Almaviva (tenor) - Jack Swanson
Dr. Bartolo (baixo) - Sávio Sperandio
Don Basilio (baixo) - Carlos Eduardo Marcos
Fiorello (barítono) - Vítor Mascarenhas
Berta (soprano) - Débora Dibi
Sargento (baixo) - Andrey Mira
Ambrogio (ator) - Fabrizio Santos
Notário (ator) - Sergio Seixas
Elenco 2 [datas: 15, 17, 20]
Fígaro (barítono) - David Marcondes
Rosina (mezzo-soprano) - Luciana Bueno
Conde de Almaviva (tenor) - Anibal Mancini
Dr. Bartolo (baixo) - Saulo Javan
Don Basilio (baixo) - Matheus França
Fiorello (barítono) - Vicente Sampaio
Berta (soprano) - Denise Yamaoka
Sargento (baixo) - Andrey Mira
Ambrogio (ator) - Fabrizio Santos
Notário (ator) - Sergio Seixas
Fígaro
Michel de Souza, barítono
Michel de Souza iniciou seus estudos musicais e carreira no Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis, sua cidade natal. Em 2007 recebeu o 1º prêmio em música de câmara no concurso Maria Callas e, depois, graduou-se em órgão com nota máxima e louvor pela Escola de Música da UFRJ, onde também estudou canto. É mestre com distinção pela Royal Scottish Academy of Music and Drama e fez parte do programa Jette Parker na Royal Opera House Covent Garden em Londres. Tem atuado em diversas óperas como Le Nozze di Figaro de Wolfgang A. Mozart, A Flauta Mágica, também de Mozart, La Boheme de Giacomo Puccini, e Carmen de Georges Bizet. Participou do programa Emerging Artist da Scottish Opera na temporada 2010/2011, fez parte do Ensemble de solistas do Grand Thèâtre de Genève 2014/2015 e, recentemente, fez uma série de apresentações com a Orchestre National de Lyon.
David Marcondes, barítono
David Marcondes se aperfeiçoou em canto na Universidade Federal de Minas Gerais e hoje é cantor do Coro Lírico Municipal de São Paulo, um dos grupos artísticos do Theatro Municipal. Recebeu prêmios como o de Revelação Vocal e o 1º Lugar Masculino no Concurso Internacional Maria Callas. Nos últimos anos, o barítono destacou-se nos papéis de Quirino em Jupyra; Revolutionary Slave em Ça Ira, Alfio na Cavalleria Rusticana (2013); Escamillo em Carmem, Tom em Blue Monday, Marullo em Rigoletto (2014) e Amonasro em Aida (2015), Zurga em Os Pescadores de Pérolas (2017), Mandarim em Turandot (2018).
Rosina
Luisa Francesconi, mezzo-soprano
Luisa Francesconi fez a sua estreia internacional no Teatro Argentina, em Roma, no papel de Cherubino em Le Nozze di Figaro, de Wofgang Amadeus Mozart. Representa também com grande sucesso outros papéis, como Romeo em I Capuleti ed I Montecchi, de Vincenzo Bellini; e Orfeo em Orfeo ed Euridice, de Christoph Willibald Gluck. Canta com frequência nos principais teatros brasileiros e italianos, e tem se apresentado regularmente também em Portugal. Seu repertório de concertos inclui atuações em Rapsódia para Contralto e Missa em Si Menor de Johann Sebastian Bach; Réquiem e Missa da Coroação de Wolfgang A. Mozart; Nisi Dominus de Antonio Vivaldi; Nona Sinfonia, Missa em Dó Maior e Fantasia Coral de Ludwig van Beethoven; Stabat Mater e Petite Messe Solemnelle de Gioachino Rossini, entre outros.
Luciana Bueno, mezzo-soprano
Luciana Bueno apresenta-se regularmente como protagonista de ópera ou solista em concertos nas principais casas de concerto e teatros do Brasil. Atuou nas óperas Don Giovanni (Donna Elvira), Il Barbiere di Siviglia (Rosina) sob direção de Enzo Dara, O Mikado (Katisha), João e Maria de Humperdinck (João), Os Contos de Hoffmann (Giulietta), Falstaff (Meg Page), Cavalleria Rusticana (Lola), Otello de Rossini (Emilia), A Danação de Fausto (Marguerite), entre outras obras. Seu repertório sinfônico inclui participações como solista no Gloria (Vivaldi), Missa em Dó Menor (Mozart), Messias (Häendel), Requiem (Verdi), Missa em Dó Maior e Nona Sinfonia (Beethoven), Lobgesang (Mendelssohn), Sete Canções Populares (Manuel de Falla), além de recitais que incluem música brasileira e barroca. Apresentou-se na Royal Opera Canadá como Suzuki em Madame Butterfly. Reconhecida e requisitada intérprete de Carmen na ópera homônima, apresentou-se em montagens no Teatro Alfa, Teatro Amazonas, Palácio das Artes, Theatro São Pedro, Teatro Guaíra, Theatro Municipal de São Paulo e Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Dr.Bartolo
Sávio Sperandio, baixo
Sávio Sperandio é um dos artistas mais solicitados do Brasil. Cantou O Barbeiro de Sevilha no Colón, Festival de Ópera de Ercolano e Teatro Real de Madrid. No Festival Rossini cantou A Italiana em Argele Il Viaggio a Reims. Fez Don Pasquale no Teatro Real de Madri, Zelmira no Rossini Opera Festival e Una Cosa Rara no Palau de lês Arts Reina Sofía. Apresentou-se com Osesp, Opes, OSMG, OSM, entre outras, com destaque para Réquiem (de Giuseppe Verdi), Messadi Gloria (Giacomo Puccini), O Messias (George Friedrich Handel), Réquiem (Wolfgang Amadeus Mozart), Nona Sinfonia e Missa Solemnis (Ludwig van Beethoven), Paixão Segundo São Mateus e Paixão Segundo São João (de Johann Sebastian Bach). Recebeu os prêmios de Melhor Intérprete de Canção Brasileira no Concurso Carlos Gomes, Melhor Intérprete de Canção de Osvaldo Lacerda e Revelação do Ano no Prêmio Carlos Gomes.
Saulo Javan, baixo
Saulo Javan é reconhecido pela crítica especializada como um dos principais artistas de ópera do Brasil. Presença constante em casas de concerto e ópera como a Sala São Paulo, Sala Minas Gerais e os Teatros Municipal de São Paulo, Municipal do Rio de Janeiro, São Pedro, Teatro da Paz, Tobias Barreto e Santa Isabel. Foi solista nas operas Lo Schiavo, Manon Lescaut, Eugene Oneguin, Magdalena, O Rouxinol, Aida, O Elixir do Amor e Don Pasquale, Gianni Schicchi e La Bohème, entre outras. Integrou o elenco da Cia. Brasileira de Ópera como Don Bartolo em O Barbeiro de Sevilha e cantou a estreia mundial da ópera Dulcinéia e Trancoso. Nas temporadas 2013 e 2014 do Theatro Municipal de São Paulo, apresentou-se nas óperas The Rake’s Progress, Don Giovanni, La Bohème, Falstaff e Salomé.
Conde de Almaviva
Jack Swanson, tenor
Jack Swanson está se tornando um dos mais procurados jovens tenores no mundo da ópera. Em 2019, Jack Swanson debuta nos papeis de Nemorino na ópera L'Elisir d'Amore e Sam Kaplan na ópera americana Street Scene. Para a opereta Candide, se apresenta em Paris e Marselha. Além do Brasil, vive também o papel do Conde de Almaviva, na ópera O Barbeiro de Sevilha, em Portland nos Estados Unidos. Swanson tem 26 anos, é natural de Minnesota (Estados Unidos). Após o Sara Tucker Study Grant, ele recebeu o Study and Career Grants, da Richard Tucker Music Foundation, importante prêmio dado a jovens cantores em início de carreira.
Anibal Mancini, tenor lírico
Anibal Mancini estudou canto na Unirio, foi um dos vencedores do 11º Concurso Maria Callas em 2011. Recentemente apresentou-se no Teatro Solís, de Montevideo, como Almaviva na ópera O Barbeiro de Sevilha, no Festival Amazonas de Ópera como Acis, na ópera Acis and Galatea, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e no Theatro São Pedro com a ópera Don Quichotte. Outras participações incluem O Messias de Handel, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e no Palácio das Artes de Belo Horizonte, concerto de gala Rossini, As Bodas no Monastério (Antonio) de Prokofiev, Falstaff (Fenton) de G. Verdi, La Donna Del Lago (Uberto) de Rossini, Gianni Schicchi (Rinuccio) de G. Puccini.
Cleber Papa
Diretor Cênico da ópera O Barbeiro de Sevilha
Com formação inicial em Comunicação (FAAP), Cleber Papa estudou Pintura e Escultura, Design, Direção de Produção de Cinema e TV e Piano e Teoria Musical como atividades complementares. Possui MBA em Economia da Cultura (FGV - SP). Desenvolve permanente trabalho de pesquisa e atualização nas áreas da Música, do Teatro e Ópera, na História da Arte e nas interfaces do pensamento contemporâneo. Dos anos 1970 aos 1990, Cleber Papa dedicou-se a atividades relacionadas à publicidade e propaganda. Desde a década de 1990, dedica-se integralmente à atividade cultural, especificamente à ópera. Em 2009, foi um dos criadores da Companhia de Ópera Curta e do Programa Ópera Curta, a mais significativa ação de difusão da ópera em curso no país. Diretor cênico, cenógrafo e dramaturgo. Em 2017 foi Diretor Artístico do Theatro Municipal de São Paulo e assumiu recentemente o cargo de diretor cultural do Museu da Imagem e do Som (MIS).
Roberto Minczuk
Diretor musical da ópera O Barbeiro de Sevilha e maestro titular da OSM
Fez sua estreia internacional à frente da Filarmônica de Nova York. Depois disso, regeu mais de 100 orquestras internacionais. Foi diretor artístico do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, diretor artístico adjunto da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), diretor artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e maestro titular da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, sendo o primeiro artista a receber o Prêmio ConcertArte, de Ribeirão Preto. Venceu o Grammy Latino e foi indicado ao Grammy Americano com o álbum Jobim Sinfônico. Atualmente, é maestro titular da Orquestra Sinfônica Municipal, maestro emérito da Orquestra Sinfônica Brasileira, da qual foi regente titular de 2005 a 2015, e maestro emérito da Orquestra Filarmônica de Calgary, no Canadá.
Mário Zaccaro
Regente titular do Coro Lírico
Estudou regência com Eleazar de Carvalho e Robert Shaw, e orquestração com Cyro Pereira e Luis Arruda Paes. Foi diretor artístico da Orquestra Jazz Sinfônica e regente assistente do maestro Isaac Karabtchevsky na Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. De 1994 a 2013, foi regente do Coro Lírico Municipal de São Paulo, reassumindo a função em 2017. Procura sempre introduzir inovações nas técnicas de preparação musical do corpo artístico. Maestro, compositor, arranjador e pianista, Zaccaro foi também professor de teoria, harmonia e percepção musical na Escola Municipal de Música de São Paulo.
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo
No começo do século 20, as companhias líricas internacionais que se apresentavam no Theatro Municipal traziam da Europa seus instrumentistas e coros completos, pela falta de um grupo orquestral em São Paulo especializado em ópera. A partir da década de 1920, uma orquestra profissional foi criada e passou a realizar apresentações esporádicas, tornando-se regular em 1939, sob o nome de Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal. Uma década mais tarde, o conjunto passou a se chamar Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e foi oficializado em lei de 28 de dezembro de 1949, que vigora ainda hoje.
A história da Sinfônica Municipal se confunde com a da música orquestral em São Paulo, com participações memoráveis em eventos como a primeira Temporada Lírica Autônoma de São Paulo, com a soprano Bidu Sayão; a inauguração do Estádio do Pacaembu, em 1940; a reabertura do Theatro Municipal, em 1955, com a estreia da ópera Pedro Malazarte, regida pelo compositor Camargo Guarnieri; e a apresentação nos Jogos Pan-Americanos de 1963, em São Paulo.
Estiveram à frente da Orquestra os maestros Arturo de Angelis, Zacharias Autuori, Edoardo Guarnieri, Leon Kasniefsky, Souza Lima, Eleazar de Carvalho, Armando Belardi e John Neschling. Roberto Minczuk é o atual regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo.
Coro Lírico
Formado por cantores que se apresentam regularmente como solistas nos principais teatros do país, o Coro Lírico Municipal de São Paulo atua nas montagens de óperas das temporadas do Theatro Municipal, em concertos com a Orquestra Sinfônica Municipal, e em apresentações próprias. O Coro Lírico foi criado em 1939 e teve como primeiro diretor o maestro Fidélio Finzi, que preparou o grupo para a estreia em Turandot, em 13 de junho de 1939. Em 1947, Sisto Mechetti assumiu o posto de maestro titular e somente em 1951 o coro foi oficializado, sendo dirigido posteriormente por Tullio Serafin, Olivero De Fabritis, Eleazar de Carvalho, Armando Belardi, Francisco Mignone, Heitor Villa-Lobos, Roberto Schnorrenberg, Marcello Mechetti, Fábio Mechetti e Bruno Greco Facio.
Atualmente regido por Mário Zaccaro, o Coro Lírico Municipal de São Paulo recebeu os prêmios de Melhor Conjunto Coral de 1996, pela APCA, e o prêmio Carlos Gomes 1997 na categoria Ópera.