O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) mobilizou a sua rede de 27 Institutos de Inovação e 60 Institutos de Tecnologia, assim como indústrias parceiras para aumentar a produção no Brasil dos equipamentos de proteção individual (EPIs)
As máscaras cirúrgicas, protetores faciais (faceshield), luvas cirúrgicas e de procedimentos, aventais e produtos antissépticos – como álcool-gel 70% e álcool glicerinado 80% – estão sendo doados às secretarias de saúde em 16 estados para distribuição a hospitais públicos e particulares. Além disso, em Santa Catarina, 14 indústrias demonstraram interesse em fabricar máscaras e aventais, e aguardam retorno da Secretaria de Saúde estadual a fim de iniciar a produção. A previsão é que, juntas, consigam produzir 1 milhão itens por mês. Os EPIs são essenciais para a proteção dos profissionais de saúde que atendem pacientes com a covid-19.
O SENAI também orienta a indústria têxtil sobre as especificações técnicas exigidas para a produção de insumos e de EPIs que utilizam materiais têxteis, a fim de ampliar a fabricação desses itens. As informações são repassadas em parceria com associações Industriais como a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), a Associação Brasileira das Indústrias de Não Tecidos e Tecidos Técnicos (ABINT) e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
A instituição pesquisa ainda, em sua rede de laboratórios, o uso de materiais alternativos, mantendo os requisitos de segurança, que possam ser usados em itens que serão fabricados. “O SENAI tem atuado em diversas frentes para ajudar a sociedade brasileira a enfrentar a pandemia de covid-19. Sem dúvida, a iniciativa de apoiar o aumento da produção de equipamentos de proteção individual é uma das mais relevantes, pois busca proteger os profissionais de saúde, os nossos heróis nesta guerra contra o coronavírus”, afirma o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi.
Máscaras caseiras
Referência nacional em pesquisa, desenvolvimento e educação na área têxtil, o SENAI-Cetiqt, localizado no Rio de Janeiro, está definindo protocolos para confecção de máscaras simples para uso doméstico, com orientação quanto a materiais, costura e uso. Acesse aqui essas informações. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sugeriu que a população utilize máscaras de tecido para permitir que os produtos industriais possam ser usados por profissionais de saúde.
Coordenada pelo SENAI de Santa Catarina e pela Associação Brasileira da Indústria da Ferramentaria (Abinfer), outra iniciativa mobilizou 50 indústrias para produzir protetores faciais. A meta é fabricar até sexta-feira 500 mil desses produtos, que devem ser usados como complemento aos demais itens de segurança, como máscaras, luvas e touca.
Centros de inovação da rede do SENAI também têm produzido protetores faciais. O Instituto de Inovação em Energias Renováveis, em Natal, confeccionou 1.500 desses itens com material próprio, que foram doados à Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte. Outro exemplo é do Instituto de Tecnologia em Automação, em Maracanaú (CE), que desenvolveu protótipo em impressora 3D, validado por comitê técnico da Secretaria de Saúde do estado. Em parceria com a empresa Esmaltec, do Grupo Edson Queiroz, a expectativa é a produção de 40 mil protetores de acetato, que serão doados ao sistema de saúde do Ceará.
Em Salvador, o SENAI Cimatec desenvolveu ainda um modelo de protetores faciais, mais confortáveis ao uso e com processo produtivo mais ágil e flexível. Esse sistema fabril pode ser implantado em empresas que tenham interesse e infraestrutura para produção desse tipo de EPI. Em cada unidade do SENAI que fizer parte da iniciativa, com parceria de empresas, será possível produzir mil protetores faciais por dia. Já foi solicitada à Anvisa a aprovação do novo modelo.
Álccol gel
A instituição também mobilizou a indústria para a produção de álcool-gel, seguindo as normas da Anvisa. Em Santa Catarina, por exemplo, a previsão é que a empresa WEG produza 100 mil litros do produto por mês. No Rio Grande do Sul, a rede de Inovação e Tecnologia produziu álcool etílico glicerinado 80%, utilizado por profissionais da área da saúde apenas como antisséptico para as mãos. Já foram doados frascos ao Hospital Tacchini, de Bento Gonçalves, à Secretaria Regional do Trabalho de Porto Alegre e ao Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) de Caxias do Sul. Os insumos foram doados por empresas industriais do estado.
O SENAI pôs sua infraestrutura a serviço do combate à pandemia de coronavírus em quatro frentes: 1) detecção e diagnóstico, por meio do apoio à maior produção de testes para detecção do vírus; 2) prevenção, com ajuda à fabricação de equipamentos de proteção individual (EPI); 3) tratamento de doentes, ao trabalhar na manutenção de respiradores mecânicos parados e apoiar a fabricação e desenvolvimento de novos equipamentos, e 4) gestão hospitalar, ao prestar consultoria para organização do fluxo, buscando otimizar o atendimento em hospitais e proteger os profissionais de saúde.
A rede de Inovação e de Tecnologia do SENAI
Os Institutos do SENAI possuem pesquisadores qualificados, equipamentos e infraestrutura de vanguarda para desenvolvimento de produtos e processos inovadores, assim como para a oferta de serviços de consultoria e metrologia. Desde que a rede de 27 Institutos SENAI de Inovação foi criada, em 2013, mais de R$ 1 bilhão foram aplicados em 1.086 projetos concluídos ou em execução. A estrutura conta com mais de 700 pesquisadores, sendo que cerca de 44% possuem mestrado ou doutorado. Atualmente, 12 centros são unidades Embrapii, e têm verba diferenciada para financiamento de projetos estratégicos de pesquisa e inovação. A rede de 60 Institutos SENAI de Tecnologia, que começou a ser implantada nos anos 1990, possui corpo técnico de cerca de 1.200 especialistas e consultores que prestam serviços buscando melhorar a qualidade de produtos e serviços, a produtividade e a competitividade dos negócios.
Clique aqui e saiba mais como o SENAI, SESI e indústrias estão se unindo para produzir equipamentos de proteção a profissionais de saúde.