quinta-feira, 14 de agosto de 2025

SUV NÃO É TUDO IGUAL, MAS PARECE. Por chicolelis*

Vinha eu, andando por uma das vias de São Paulo, com seus perigosos buracos nas calçadas e nas ruas, quando comecei a reparar um monte, mas monte mesmo de um mesmo modelo.  A cada cinco carros, dois eram SUVs. E o que vem chamando minha atenção, faz algum tempo, é que todos são muito parecidos. Quase iguais. Então, comecei a perguntar a algumas pessoas, se elas eram capazes de dizer as marcas de cada um deles, fiquei surpreso.

Falei com 18 pessoas sobre o assunto, mostrando um SUV, a uma distância de cerca de 20 ou mais metros, e todos vistos pela lateral, se elas eram capazes de identificar a marca de cada um deles. Foi assim em algumas ruas e também nos  estacionamentos em dois shoppings. Entre essas pessoas, seis eram mulheres, jovens senhoras, que desciam de uma SUV. Nenhuma delas soube reconhecer o modelo do outro lado da rua, ou a uma pequena distância no estacionamento.

Delas ouvi, praticamente, a mesma observação: “nossa como é parecido com o meu carro. Sei que é outra marca, mas parece que  só a cor é diferente”.

Mas, não creditem ao sexo feminino o desconhecimento no assunto carro, lembrando a famosa frase “o problema está na rebimboca da parafuseta”, antigamente muito ouvida por elas dos mecânicos, não lá muito sérios, para impressionar e enganar as moças nas oficinas.

Acontece que, apenas um, entre, entre os representantes do sexo masculino, conseguiu reconhecer três modelos de SUV, Os demais, 11 deles, também não conseguiram saber se o que viam, a uma distância, era Peugeot, Fiat, Citroën ou qualquer outra marca. E ele trabalhava em uma concessionária de veículos.

Palavras de um expert

Adalberto Bogsan Neto foi uma das peças chaves de um das maiores fabricantes no Brasil. Foi responsável por importantes lançamentos (Vectra, Omega e Corsa) desenhados em conjunto com o pessoal do design da fábrica alemã, a Opel, hoje controlada pela, Stellantis.

Para ele, é tudo uma questão de mercado. Se o desenho, principalmente o lateral, agrada, por que não se fazer parecido, com algumas modificações nos faróis, lanternas, principalmente as traseiras, um friso aqui e outro ali, mas a grande maioria, com um vinco na lateral. Ele lembrou que as frentes também se diferem, cada uma com a sua grade, embora os faróis também lembrem muito uns aos outros.

O que muda, quando não fazem parte do mesmo grupo, como o da Stellantis, é o conjunto mecânico, com a maioria hoje tendo motor turbo, que lhes dá mais potência e ajuda na economia de combustível. Isso quando não é elétrico, mas que parecem muito com os que possuem motores à combustão.


*chicolelis - Jornalista com passagens pelos jornais A Tribuna (Santos), O Globo e Diário do Comércio. Foi assessor de Imprensa na Ford, Goodyear e, durante 18 anos gerenciou o Departamento de Imprensa da General Motors do Brasil. Fale com o Chico: chicolelis@gmail.com.

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