CENÁRIO
PROMISSOR PARA A JUSTIÇA
A posse do Ministro RICARDO LEWANDOWSKI
na chefia do Judiciário brasileiro prenuncia um período promissor para o
sistema de Justiça. Experiência e erudição ele possui. Advogou, integrou a
Administração Pública, foi Juiz Criminal no extinto TACRIM, depois
Desembargador no Tribunal de Justiça Paulista. Sempre atuou no associativismo,
dirigindo entidades de classe da Magistratura, conheceu o funcionamento da
Justiça em todo o mundo, pois é cosmopolita e fluente em vários idiomas. Tudo
isso, a par de uma exitosa carreira no Magistério superior. Assistente do
legendário Prof. DALMO DE ABREU DALLARI, figura de proa na Democracia
Brasileira, galgou todos os postos reservados a docente na USP e mesmo hoje não
abandonou a Cátedra.
Saberá presidir o STF e, melhor ainda,
fazer com que o CNJ - Conselho Nacional de Justiça, atue prioritariamente
naquilo que lhe é reclamado: órgão de planejamento do Poder Judiciário. Terá
ali a figura emblemática da Ministra FÁTIMA NANCY ANDRIGHI, primeira
Corregedora Nacional de Justiça oriunda do Judiciário Estadual, aquele que
carrega a imensa maioria das ações deste caótico demandismo pátrio e,
paradoxalmente, subrepresentado nesse colegiado.
A esperança dos que já estavam quase
descrentes é grande. E ela recebe um reforço ante a manifestação de Ministros
que participaram do Encontro "Justiça & Imprensa", realizado na
sede da Academia Paulista de Letras na última sexta-feira, 5 de setembro. Número
considerável de magistrados e advogados ouviram a mensagem auspiciosa dos
Ministros Luis Roberto Barroso e José Antonio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal
Federal e dos Ministros Ricardo Villas Boas Cueva, Paulo Dias de Moura Ribeiro,
Sebastião Alves dos Reis Júnior, Paulo de Tarso Sanseverino e Sidnei Berneti,
do Superior Tribunal de Justiça.
Todos eles concordam que a Justiça
precisa acordar e responder a tempo e a hora à reivindicação da sociedade.
Instrumentos normativos já existem e estão disponíveis. A reforma ainda
necessária é a de mentalidade. A cultura do conflito precisa ser substituída
pela ideia de pacificação. O advogado como arquiteto de soluções negociadas, o
juiz atento ao consequencialismo e decidindo com sensatez, ante a complexidade
contemporânea.
Há muito a ser feito. O Tribunal de
Justiça de São Paulo está desperto e consciente de sua responsabilidade como o
maior colegiado do Planeta. E fará a sua "lição de casa" para tornar
a Justiça mais eficiente. Conta com a colaboração e compreensão de todos.
* José Renato Nalini é desembargador, preside o Tribunal de Justiça de São Paulo e é integrante da Academia Paulista de Letras. Visite o blog: renatonalini.wordpress.com.
* José Renato Nalini é desembargador, preside o Tribunal de Justiça de São Paulo e é integrante da Academia Paulista de Letras. Visite o blog: renatonalini.wordpress.com.
Nenhum comentário:
Postar um comentário