sexta-feira, 8 de julho de 2016

COMUNICAÇÃO.
Por Renato Acciarto*

O CONTO DO MACAQUINHO DO ZÉ DAS COUVES.


Quando seo João chegou à empresa pela manhã, antes de começar a limpeza, encontrou um macaquinho no canto da sala da área de Relações com os Clientes. Não sabia o que fazer, então esperou o restante do pessoal chegar. Às 8h, quando o Sr. Roberto, responsável pelo departamento adentrou à sala, não encarou aquele macaquinho como problema.

Deu comida para ele, e por mais que as pessoas de outros departamentos como Jurídico, Marketing e Vendas, insistissem para que uma destinação correta fosse dada ao pobre animal, o Sr. Roberto preferiu esperar.

“Vamos monitorando ele, por enquanto, deixem o macaquinho aí”, dizia o Sr. Roberto. O macaquinho foi ficando, virou parte da paisagem e já não assustava mais ninguém com seus gritos e pulos de vez em quando.

Um dia, após as férias de final de ano, seo João chegou pela manhã e percebeu que a empresa inteira estava bagunçada, impactada pelas travessuras incontroladas do macaco. Seo João ficou bravo e começou a procurar aquele macaco, que era problema apenas do Sr. Roberto.

De repente, o seo João sentiu seu coração bater em ritmo acelerado. Seus olhos não podiam acreditar no que viam. O macaquinho havia se transformado em um King Kong. Fora do cercadinho do pessoal de Relações com o Cliente, o gorila afetara toda a empresa, inclusive arranhando aquele logo bonito da companhia, que ficava na entrada do prédio, perto da recepcionista.

Quando todos chegaram, começaram a se perguntar por que deixaram aquele pobre macaco sem um cuidado correto. A estratégia, ou a falta de, havia falhado. O “vamos monitorando” do Sr. Roberto havia impactado a imagem da empresa e havia bagunçado todos os departamentos. Uma procrastinação e uma falta de cuidado com o macaco, que resultaram em rebeldia. A tevê local publicou reportagem e os influenciadores digitais fizeram postagens em favor do macaco.

Agora tente substituir esse macaco pelo cliente com problemas que você tanto despreza ou posterga sua solução. Não demonstra cuidado.

Ou substitua o macaco por uma ação que sua empresa precisa tomar para evoluir, se desenvolver, por mais difícil e trabalhosa que essa ação possa ser. Em ambos os casos, a falta de atitude, a omissão de um líder faz com que o problema que era pequeno, se agigante.

Não importa se o macaquinho é do Zé das Couves. Com as mídias sociais, ele também tem voz e se você não se preocupar com o problema dele, o cliente pode de uma hora para outra bagunçar sua empresa, arranhar sua imagem, com razão. Hoje ele é Sr. José dos Vegetais, ou Dr. José, ou até Mr. Joseph Green. Todo cliente merece ser tratado com relevância.

Lembre-se: hoje em dia, a palavra procrastinar se transformou em um antônimo perfeito para a digitalização, evolução e construção de imagem de uma empresa.












Renato Acciarto é jornalista e especialista em Comunicação Empresarial.


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