ESCOLA NÃO É PRISÃO
Nada obstante, não é incomum constatar-se o retrocesso. Alunos chegam às aulas desprovidos de educação de berço. Não cumprimentam professores e funcionários. Não se portam como pessoas polidas, cordiais, amistosas. São às vezes violentos. E chegam a depredar o ambiente que foi construído para seu uso e para melhorar o seu destino.
As nefastas ocorrências de vandalismo em escolas são frequentes. Costuma-se atribuir à poli crise brasileira esse imenso prejuízo causado à nacionalidade. Não é apenas o aspecto financeiro que está em jogo. É um patrimônio muito mais valioso, intangível e que justifica ser invocado como índice civilizatório: o respeito à coisa comum.
O prédio e equipamentos de um estabelecimento de ensino público são de todos. Só estão ali, prontos para uso, porque as pessoas pagaram seus tributos. É com o resultado da arrecadação tributária que o governo faz funcionar todas as repartições e atende a todas as demandas.
Quando é necessário reformar uma escola porque foi maltratada, destruída, incendiada, faltará recurso financeiro para outra urgência.
Melancólico o pedido de alguns educadores para que a altura dos muros seja elevada, os gradis reforçados, offendicula ameaçadora utilizada para afugentar os malfeitores.
Quantas vezes já não se repetiu que uma escola a mais representaria algumas prisões a menos? Paradoxal que se queira redesenhar a unidade escolar aproximando-a, esteticamente, de um presídio. Não é essa a educação de que o Brasil precisa.
* José Renato Nalini é secretário da Educação do Estado de São Paulo, Imortal da Academia Paulista de Letras e Membro da Academia Brasileira da Educação.
Visite o blog: renatonalini.wordpress.com.
Leia> O Brasil Sobre Rodas.
Assista> TV Coisas de Agora.
* José Renato Nalini é secretário da Educação do Estado de São Paulo, Imortal da Academia Paulista de Letras e Membro da Academia Brasileira da Educação.
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