up!, segunda edição, revisto e melhorado
Quem vir o Volkswagen up! com vendas a partir
do próximo feriado, terá clara noção de maturidade de automóvel. Ícone da
marca, atrevido em estilo e performance, a primeira revisão estética indica
novos traços frontais e posteriores, para dar sensação de largura, frente com a
atual assinatura familiar da maior das marcas alemãs. Para choques em maior
porte, novo grupo óptico, friso cromado entre os faróis e equivalente assinando
a fímbria inferior da tampa do porta malas. Mudanças nos anteparos geraram mais
8 cm em comprimento, agora 3,68m. Nova arte conseguiu tirar a cara de carrinho
de brinquedo e deu-lhe mais personalidade.
Geral
Juristas usam expressão típica, própria,
peremptória, para definir coisas: Prima Facie, dizem. Na prática do
pé no chão é o “tá na cara”. Do tipo viu, entendeu.
O verbete dos juristas é claramente aplicável
a esta 2a edição do up! Nela perceptível o ganho de qualidade por
materiais, delicadezas tecnológicas para atender a novo padrão de exigência de
consumidores jovens, maioria dos clientes do up!. Querem conectividade, e a
Volkswagen criou solução muito interessante para combinar condução com o uso do
celular, é o Composition Phone –que coisa cansativa este
uso desenfreado de expressões em inglês para descrever automóvel feito no
Brasil ... Todos os up! portam apoio sobre o painel para atracar o
celular. Baixado um programa, o Maps+More enlaça rádio, up! e
SmartPhone, cuja tela passa a ser a do sistema de som e adicionalmente permite
controlar funções do celular via comandos do som; mostrar atalhos para agenda;
fazer e receber ligações; escutar música arquivada; utilizar aplicativos como
Spotify e Wase, e chamada para o Volkswagen Service, para serviços de apoio.
Tem mais: navegação, com procura por desenho de uma letra na tela; condução
econômica; computador de bordo; espelhar mostradores como o conta giros e o termômetro;
busca de endereços, contatos, músicas salvos no telefone.
Up! grading
Com desculpas aos leitores pelo irrefreável
trocadilho, o salto maior para o up! foi a agregação de tecnologia,
conectividade, refinamento no interior, com itens inusuais em carros desta
categoria, como o painel de mostradores maiores, a composição com uma faixa no
painel, sem revestimento externo e a superior almofadada, um fio de luz
percorrendo toda a extremidade inferior. Além deste item de luminosa presença à
noite, há sensores indicativos para a abertura individualizada de portas,
alerta sonoro de faróis acesos.
Virá apenas com 4 portas, em três versões de
decoração e composição – take up!, move up!, e high up!,
além da fugaz Connection. Duas opções de motores, ambos de 3-cilindros,
1,0 litro de deslocamento, 12 válvulas. Um, dito MPI, com aspiração atmosférica
e 82 cv com álcool e 75 cv consumindo gasálcool. Outro, TSI, turbo, mesma
conformação, mas gerando 101 cv.
Clientes
Insuspeitado marqueteiro, festejado Milton
Nascimento canta, o artista deve ir onde o povo está. É a base
do marketing ir atrás do cliente. Assim, indo, além
da demanda por design, preço, condições, conectividade, VW percebeu
outro item na conta de exigências dos compradores: recorde de consumo. É importante
ser o mais econômico no mercado. Por isto implementou a nova geração,
submetendo-a a nova avaliação do Inmetro para tê-la, ao momento, como de menor
consumo no país.
Há adições importantes como vir equipado com
engates Isofix e Top-Tether para retenção de cadeirinhas para crianças. Acima
da versão de entrada, bancos traseiros com cintos retráteis, três apoios
para cabeça – coisa inexplicável: gente com renda menor pode ser expor
a danos maiores em caso de acidente?
Atração lógica é o custo de conserto, dito
Índice de Reparabilidade. O up! é o de consertos mais baratos no país.
Área de comunicação da Volkswagen ter-se-á
inspirado em algum manual de aviamento de remédios homeopáticos, tratando
lançamentos e apresentações em doses pequenas, contidas, como seriadas gotas e
bolinhas. No up! está sendo assim. Nesta semana exibiu a nova versão Connect e
os dados comuns às demais, conseguindo bom espaço de divulgação. Dia 17,
apresentação das demais, e mais espaço gracioso sobre o produto. Após, test
drives e mais cobertura sem custos. Fonte da marca prometeu versão
inesperada, outro gerador de espaço sem ônus para divulgação.
Quer conhecer Renault Kwid e Amarok V6?
Vá ao Salão de Buenos Aires, 10-20.junho
Exposição será nas instalações múltiplo uso
de La Rural, cujo pico é, como o batismo esclarece, exposições de semoventes.
Na variedade dos cavalos de potência, dentre as novidades, duas serão
antecipação ao mercado brasileiro: Renault Kwid e picape VW Amarok 3,0 V6.
Sétima edição de segunda fase, mercado local
em recuperação, quer atingir 500 mil visitantes e superar os 270 veículos
expostos na edição de 2015.
Renault Kwid será novidade da marca francesa,
passo de entrada no mercado brasileiro, plotando tê-lo como o carro nacional
mais barato do mercado, como foi o antecessor Clio. Mantido o foco, disputará
com o sino paulista Chery QQ, a improváveis R$ 29.990. É hatch mas
chama-lo-ão indevidamente suv ou simploriamente jipinho, mania
da imprensa não especializada.
Pequeno, motorização 1,0 tri-cilíndrica, 75
cv. Tem a seu favor peso contido, pouco superior a 800 quilos, cabendo a cada
cavalo deslocar poucos quilos. Consequências físicas, boa disposição e
respostas com consumo reduzido. Não é o mesmo já em produção na Índia, porém
com muitos reforços estruturais para passar na prova de impacto do LatiNCAP.
Será produzido no Brasil, mas o Salão
portenho é ótima ocasião para apresentá-lo ao desejado mercado argentino.
Lançamento local em julho.
Topo
O picape VW Amarok deveria surpreender o
mercado com atualização estética, pois já na hora. Mas VW não o fará. Entende,
criar opção com motor V6, diesel, por si só será atrativa à aquisição.
Motor é comum ao VW Touareg, Audi Q7 e
Porsche Cayenne: diesel, seis cilindros em V, 3.000 cm3 de cilindrada, injeção
direta, turbo, produz 220 cv e monumentais 55 m-kgf de torque. Dúvidas quanto à
transmissão, com seis ou oito velocidades, automática. Será o picape deste
porte com maior capacidade de aceleração, buscando clientes de topo do agro
negócio, tipo usuários de botas sob medida, relógio Rolex Daytona, chapéu
Stetson.
É argentino, mas tem no Brasil seu maior
mercado.
Roda-a-Roda
Ambiente – Decisão legal do Dieselgate, irônico apelido do caso
das emissões extra normas dos motores VW 2,0 diesel, criaram problema
insolvível: Justiça dos EUA obrigou VW recomprar Golfs e Passats com tal motor.
Lixo de luxo – Enorme frota se acumula aos milhares, e VW não decidiu solução:
vender a países sem ou com menores restrições a emissões poluentes, montando
estrutura assistencial; ou desmontá-los a céu aberto, gerando poluição
ambiental muito superior às emissões?
Papéis – Nissan iniciou construir escritórios de administração da marca
na Argentina, dentro da pioneira fábrica de veículos implantada em 1955 pela
IKA – braço da Willys-Overland – em Córdoba, 710 km de Buenos Aires.
Missão - Gerirá produção, vendas internas e externas do picape NP 300
Frontier, invulgar por apresentar-se como: Nissan, Renault e Mercedes-Benz.
Parafusos – Produção será na área da fábrica atualmente da aliada Renault, a
partir de 2018. Fará 12ª geração de picapes Nissan, ora trazida do México.
Equipe posa na área para escritórios Nissan,
e deixa dúvidas: Porque só os japoneses usam crachá ? Os outros, argentinos,
começarão a obra com simplórias pás?
Gol fica – Com o anúncio
pela Volkswagen em relançar linha Polo no Brasil, marca enfatiza ser novo
produto, e não substituto do Gol. Família própria terá hatch até
o final do ano; sedã Virtus ao início de 2018; sav T Cross ao final. VW mostrou-o como
conceito no Salão do Automóvel ano passado.
De novo – Toyota vende nova geração do RAV4,
conhecido sav da marca. Cortou a tração nas 4 rodas e
simplificou mecânica para tração dianteira, motor 2,0, transmissão CVT,
batizando-o RAV4 4x2 CVT Top. A R$ 159.290.
História – RAV4 factibilizou o uso urbano dos
veículos com atributos de off road, e abriu caminho aos fabricantes
ocidentais. Inspirou-se no Lada Niva, bem bolado jipinho russo, inventor do
segmento.
Outra – Fosse feito por empresa com
responsabilidade construtiva, o Niva teria passado o rodo no mercado. Mas na
vigência e nos eflúvios da cabeça comunista da União Soviética, sem compromisso
de qualidade com o mercado, mostrou a fórmula, o caminho, inspirou a quase
todas as marcas no mundo.
Antigos - 8a edição do Auto
Argentino, encontro a veículos de produção no vizinho país, organizada
pelos sítios Autohistoria e Coche Argentino,
e o Rotary Club de Francisco Álvarez. Neste ano,
comemorações de 60 anos da Peugeot na Argentina e de lançamento da Willys
Rural, lá a IKA Estanciera.
Efervescência – Rumor no mercado de assessoria de comunicação profetiza mudanças
em duas marcas. Lugares poucos, candidatos muitos.
Gente – Rogério Louro, carioca, jornalista, promoção. OOOO
Novo Diretor de Comunicação da Nissan. OOOO Fez o impossível com
equipe pequena: lançou o Kiks em meio à esmagadora e diuturna atividade de
promover os Jogos Olímpicos e acompanhar a tocha símbolo. OOOO Mila
Poli, executiva, ascensão. OOOO Gerente de Comunicação Externa da
Nissan. OOOO Estrutura de comunicação
Nissan instiga pesquisa de administração. OOOO Escritórios
espalhados pela América Latina, consultas, palpites e anuências em três cidades
diferentes, idiomas diversos, burocracia com a lógica cartorial lusitana.
OOOO Cauã Reymond, ator, negócio. OOOO Embaixador da
linha Range Rover no Brasil. OOOO Registro. 4.abril marcou a
passagem de Karl Benz,
factibilizador do automóvel, em 1929. OOOO
* Roberto Nasser, edita@rnasser.com.br, é advogado especializado em indústria automobilística, atua em Brasília (DF) onde redige há ininterruptos 42 anos a coluna De Carro por Aí. Na Capital Federal dirige o Museu do Automóvel, dedicado à preservação da história da indústria automobilística brasileira.