terça-feira, 7 de novembro de 2017

EDUCAÇÃO.
Por José Renato Nalini*

O QUE INFLUENCIA O BOM APRENDIZADO? 

Após a realização da Prova PISA de 2015, a McKinsey & Company elaborou um relatório com a finalidade de apurar os fatores que influenciam o sucesso escolar na América Latina.

Os analistas chegaram a cinco conclusões, que podem servir de material de reflexão para todos os que se interessam pelo contínuo aprimoramento da educação. Na verdade, precisaria despertar o interesse de todas as pessoas, pois sem educação de qualidade, não haverá Nação próspera. Principalmente no aspecto intangível do convívio, que se pretende harmônico e fraterno, em lugar da aparente "guerra de todos contra todos", o que leva a conferir inafastável razão ao pensamento de Thomas Hobbes.

As cinco conclusões merecem análise pormenorizada. Ainda se fará a tentativa de explorá-las de forma individualizada. Mas por hoje é suficiente mencioná-las, para suscitar a curiosidade dos pensadores e dos inúmeros especialistas em educação, cada qual com seu diagnóstico e seu projeto de redimir a escola de suas evidentes máculas de anacronismo e obsolescência.

A primeira conclusão é a de que a mentalidade dos alunos afeta os resultados escolares quase duas vezes mais do que o contexto socioeconômico. A evidência empírica já permitia isso: não é a pobreza que impede o aluno provido de curiosidade intelectual de superar suas barreiras.

A segunda conclusão é a de que alunos cuja educação é um misto de investigação própria e instrução orientada por professores obtêm os melhores resultados. Ou seja: o mito de que o aluno estuda o que quiser, como quiser e quando quiser, não funciona para a obtenção de um resultado que atenda às inúmeras expectativas nutridas em relação ao ensino/aprendizado.

A terceira conclusão: embora a tecnologia possa dar sustentação ao aprendizado dos alunos fora da escola, os efeitos de sua utilização dentro das escolas são ambíguos. Os melhores resultados são obtidos quando a tecnologia é colocada nas mãos dos professores. É óbvio que as TICs constituem um instrumento. Mas não são panaceia. Não solucionam, só por si, todas as deficiências da escola.

Quarta conclusão: a ampliação da jornada escolar, para até sete horas diárias, contribui para melhorar os resultados. Mas ganhos significativos também podem ser obtidos aproveitando-se melhor o horário atual. Importante fazer com que as poucas horas dentro da sala de aula sejam otimizadas e não desperdiçadas.

Por último, a educação infantil teve impacto acadêmico positivo nos jovens que hoje têm 15 anos. Entretanto, alunos de baixa renda beneficiaram-se menos do que os de alta renda. Constatação que favorece a ideia de que os anos iniciais são essenciais para o encaminhamento adequado da criança rumo ao universo da aquisição de sabedoria de vida, projeto de toda uma existência e que não tem termo final, enquanto alguém habitar este planeta.

As cinco conclusões do relatório da McKinsey & Company serão brevemente analisadas de forma autônoma. Aguardem! 









José Renato Nalini é secretário da Educação do Estado de São Paulo, Imortal da Academia Paulista de Letras e Membro da Academia Brasileira da Educação. 
Visite o blog: renatonalini.wordpress.com.


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