sexta-feira, 26 de julho de 2024

CLEIDE SILVA, UMA DAS REPÓRTERES PIONEIRAS NA COBERTURA DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA. Por Luiz Carlos Secco*

Foto: AutoData/Divulgação

Uma das rainhas do jornalismo automobilístico brasileiro, símbolo de competência e seriedade, nos surpreendeu ao estrear, em abril passado, como apresentadora do seminário Megatendências 2024, promovido pela AutoData, dividindo a direção do evento junto com Marcio Stéfani, principal diretor da editora.

Depois de 35 anos de trabalho na cobertura de um setor que sempre foi dominantemente masculino, Cleide, uma profissional que transmite calma mesmo num ambiente de agitação, como as greves ou protestos, trocou o dia a dia do jornalismo econômico por um estilo de vida mais calmo e com mais tempo para se dedicar a novos e diferentes desafios.

Cleide uma das primeiras mulheres a trabalhar num ambiente que era absolutamente masculino, mas se adaptou tão bem e construiu uma imagem de competência e seriedade que sua presença em eventos no setor era exigida pelos próprios diretores das empresas. Em reuniões preparativas dos eventos o nome de Cleide era invariavelmente conferido se constava da lista dos profissionais convidados.

Sua carreira como jornalista especializada no setor automobilístico surgiu por acaso. O seu primeiro emprego foi no jornal Diário do Grande ABC, em 1989, onde foi designada para a cobertura da atividade sindical e, pela sequência de movimentos reivindicatórios, acabou sendo escalada para acompanhar a indústria automobilística.

Para a indústria foi um presente porque se tornou setorista titular, até receber convite para assumir a editoria de economia do jornal Diário do Povo, em Campinas, onde permaneceu por três anos.

A oportunidade de trabalhar em Campinas ampliou sua experiência, mas estava divinamente previsto que sua carreira era mesmo o setor automobilístico. E, em 1997, mudou seu endereço profissional para a Avenida Engenheiro Caetano Álvares, 55, às margens do Rio Tietê, onde é produzido o tradicional e importante jornal O Estado de S. Paulo.

Para ela, a fase inicial nessa atividade representou um sacrifício porque, em eventos de lançamento de novos veículos em que era convidada a fazer um test-drive no novo modelo, sentia receio por não possuir CNH e recorria a alguma desculpa para não confessar que não podia dirigir.

Cleide divide o pioneirismo com algumas colegas de profissão e ressalta as virtudes de Alzira Rodrigues, atualmente no site Auto Indústria; Marli Olmos, do Valor Econômico e Helena Coelho, assessora de Imprensa do Sindipeças, mas afirma que existem várias outras profissionais de muita experiência que se dedicam com grande talento.

Como reconhecimento a suas virtudes de competência, seriedade, simplicidade e forte rigor profissional foi a jornalista do setor automobilístico mais premiada do Brasil, pelos próprios colegas de profissão. Entre os títulos, foi eleita várias vezes como a melhor do País no setor automobilístico e também conquistou os prêmios Top 50 e Top 100 de economia, negócios e finanças do País.

Guarda gratas lembranças de sua carreira como as coberturas importantes que a emocionaram, entre as quais a greve dos metalúrgicos quando a Ford demitiu trabalhadores às vésperas do Natal e os funcionários atingidos foram readmitidos; os aposentados que voltaram a trabalhar na linha de montagem da Kombi;  a viagem à Afuá, ilha do Pará onde é proibida a entrada de veículos, mas a população improvisou um carro unindo duas bicicletas, e a primeira visita de Lula como presidente da República à fábrica da Volkswagen.

Sempre presente nos principais eventos automobilísticos foi eleita entre os Top 50 – em 2014 – e os Top 100 – em 2015 – dos +Admirados Jornalistas Brasileiros 2014 e ficou entre os Top 10 dos +Admirados da Imprensa Automotiva. Também em 2016 foi classificada entre os Top 50 dos +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças 2016 e, segundo apuração do J&Cia e do J&Cia Imprensa Automotiva, sempre em parceria com a Maxpress, também distinguida como A +Admirada Repórter da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças do Brasil.

>> Esta e outras histórias vividas e narradas pelo jornalista Luiz Carlos Secco você pode ouvir no podcast Muito Além de Rodas e Motores
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*Luiz Carlos Secco trabalhou, a partir de 1961 até 1974, na empresa S.A. O Estado de São Paulo e Jornal da Tarde, além da revista AutoEsporte. Posteriormente, transferiu-se para a Ford, onde foi responsável pela comunicação da empresa. Com a criação da Autolatina, passou a gerir o novo departamento de Comunicação da Ford e da Volkswagen. Em 1993, assumiu a direção da Secco Consultoria de Comunicação.

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