quarta-feira, 24 de julho de 2024

NISSAN PROMOVE TREINAMENTOS E ESTIMULA DEBATE SOBRE DESIGUALDADES NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER NEGRA LATINO-AMERICANA E CARIBENHA

No dia 25 de julho, é celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Sua origem remonta a 1992, quando foi realizado o primeiro Encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas, em Santo Domingo (República Dominicana), para propor a união entre elas e o combate ao racismo e ao machismo que sofrem. Desde então, a data marca um importante momento de reflexão sobre essas violências estruturais. Tendo isso em vista, a Nissan do Brasil, por meio de seu grupo voluntário de Equidade Racial e da área de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), está promovendo internamente uma série de painéis denominados "Conexões Negras". O objetivo é estimular o debate e dar visibilidade à luta e as conquistas dessas mulheres.

Além de conscientizar e sensibilizar os funcionários da Nissan a respeito dessas questões, em mais um passo da marca em sua jornada de proporcionar um ambiente cada vez mais inclusivo, a ação busca destacar trajetórias de sucesso de mulheres negras para empoderar outras a perseguirem suas metas profissionais. O debate também abre um canal para que as convidadas e participantes tenham a chance de tratar das barreiras sistêmicas e do preconceito que já enfrentaram em suas carreiras.

No total, serão 3 painéis, sendo que um deles será amanhã, dia 25, e dois já aconteceram na última sexta-feira, dia 19, no Complexo Industrial de Resende. Na sua fábrica, onde os debates foram presenciais, a marca japonesa interrompeu a produção nesses momentos em prol do treinamento. O "Conexões Negras" contou com a participação de mais de 300 trabalhadores, divididos em duas sessões, uma para atender a cada turno da manufatura.

O encontro foi conduzido por Camila Inácio, especialista em gestão de pessoas e direitos humanos e estrategista em diversidade, equidade e inclusão, e teve como convidada a dra. Fátima Oladejo, que é médica ginecologista e obstetra. Duas funcionárias da Nissan também foram palestrantes: no primeiro turno, Lucinéia Oliveira, Supervisora de Produção da Nissan do Brasil, e, no segundo, Ketheri Bruno, Inspetora de Qualidade da Nissan do Brasil.

Durante o evento, além de demonstrar com dados socioeconômicos a vulnerabilidade social das mulheres negras, Inácio abriu espaço para que as convidadas compartilhassem suas experiências. O público também foi convidado a participar e assumir responsabilidades, respondendo de que forma cada um pode contribuir para combater essas desigualdades.

Já a terceira sessão, que acontecerá nessa quinta-feira, será de maneira online para os funcionários de todos os escritórios da Nissan do Brasil. Desse debate irão participar Camila Inácio, que esteve nos painéis realizados na fábrica, a dra. Abdulay Eziquiel – médica cirurgiã plástica e membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – e Adriele Santiago, analista sênior de Marketing da Nissan do Brasil).

"Essa oportunidade me possibilita revisitar minha história e compartilhar o quanto, como mulher negra e periférica, tive que lutar para ganhar espaço nos estudos, no mercado de trabalho e na vida. Espero servir de inspiração para outras mulheres negras que se identifiquem com minha história, e que possamos juntas celebrar nossas conquistas e muitas mais que virão", disse Adriele Santiago.

Histórias de luta e conquistas na Nissan

Adriele Santiago está na equipe de Marketing da Nissan do Brasil há cinco anos. Antes disso, atuou em grandes empresas no setor de varejo alimentar. Tem uma década de experiência na área, com formação em Marketing e pós-graduação em Branded Content. Esse período permitiu que ela aprendesse a lidar com as barreiras do machismo e do racismo no ambiente corporativo, mas o caminho não foi fácil.

"Infelizmente, já passei por situações em que colegas de trabalho me interrompiam constantemente ("manterrupting") ou tentavam me explicar algo que eu acabara de dizer ("mansplaining"). Essas atitudes me traziam insegurança, parecia que a minha opinião não tinha valor, ou que eu não dominava o assunto que estava sendo discutido. O exercício de se reconhecer como merecedora de espaço e de voz precisa ser praticado diariamente, trazendo à memória nossas batalhas diárias e as vitórias que carregamos em nossa bagagem e que nos trouxeram até aqui. Somos merecedoras, como qualquer outra pessoa, de oportunidades e reconhecimento, e esse reconhecimento precisa partir de nós", avalia.

Lucinéia Oliveira, por sua vez, está na Nissan desde 2013 e é supervisora de produção do Complexo Industrial de Resende há cinco anos. É graduada em Administração de Empresas e tem formação técnica em Mecânica Industrial. Para ela, o encontro foi importante porque serviu de inspiração e motivação para outras mulheres. Pessoalmente, ela sentiu que mudou a maneira como os colegas a enxergam.

"Hoje eles me veem como uma mulher capaz de liderar e que lidera homens, mas eles não sabiam o que passei ou o que vivi para chegar aqui. Pessoas que participaram do encontro me abordam e, para muitos, me ver aqui é uma quebra de paradigma. 'Ela é mulher e ainda uma mulher preta', eles se surpreendem. E eu adoro ser desafiada", disse.

Toda essa confiança, porém, foi construída gradativamente. Apesar de o caminho ser mais árduo para as mulheres negras, que precisam provar sua capacidade ainda mais do que outros grupos sociais, Oliveira considera que a única maneira de vencer essas barreiras é derrubando-as.

"Em um episódio, um rapaz falou que não colocava fé em mim. Muitos falam até hoje, com olhares do tipo `o que ela está fazendo aqui?´ O que posso dizer é: não desista, lute até conseguir, a nossa cor exige que sejamos ainda melhores, então faça a diferença, seja excelente no que faz. O racismo não pode parar nossos sonhos", defendeu.

Já Ketheri Bruno é inspetora de qualidade na Nissan do Brasil, com mais de 7 anos de experiência no setor automotivo. Formou-se em Logística pela Faculdade Estácio de Sá, tem habilidades em processos produtivos e gestão de qualidade e busca alcançar metas e manter altos padrões de excelência. Além da carreira, tem paixão pelo canto e deixou, por meio de uma música, sua mensagem aos colegas no fim do painel: convidou o público a cantar um trecho da música "Cota não é esmola", de Bia Ferreira e Doralyce.

Nissan Brasil

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