Este caso se passa ai pelos anos 60, lá no século passado. Nossa heroína tinha perto de 15 anos, a idade em que as moças da época conseguiam alguma liberdade em casa, mas não davam muita liberdade aos moços na rua.
Eram tempos de romantismos e sonhos da geração que passou por maus momentos, mas acreditava que o mundo lhes reservava um futuro de alegrias, de felicidade.
E ela, Laíde, era uma dessas sonhadoras, que sempre via coisas boas, nas ruins que se apresentavam na sua vida. E ela tinha razão sempre, porque era otimista e amava a vida.
Era maio, época do veranico, em que num dia qualquer, a temperatura aumenta, como se fosse janeiro/fevereiro. E, principalmente, era o aniversário de 15 anos da melhor amiga da turma, a Isabel.
Laíde, mais Antonia e Rosa, a Maria Rosa, não cabiam dentro das suas ansiedades. Um mês antes, talvez até mais, já haviam escolhido os tecidos de seus vestidos. E suas cores. Queriam “abafar” na festa. No grande dia, tinham horário marcado no salão do bairro, no meio da tarde, para não correrem o risco de se atrasarem.
Maquiadas, cabelo com laquê e o seu insuportável cheiro. Mas deixava o cabelo armado até o dia seguinte. Dizem os caras altos, que viam por cima, que tinha Bom Bril dando corpo ao penteado. Estou entre esses e era verdade: Bom Bril na cabeça.
Na casa de Laíde, de onde sairiam, falavam sem parar dos “pães” que estariam na festa. E dos indesejáveis também, aquelas caras que viviam fungando no pescoço das moças, forçavam dançar de rosto colado e outras coisas também coladas.
- Não danço com fulano. Mas se sicrano me tirar, me atiro nos braços deles. Era o pensamento geral.
Nenhum dos pais tinha carro. Por isso, um táxi foi contrato com o “seo” Elias para levá-las até o clube onde a amiga comemoraria seus 15 anos. Perto da hora da partida, aparece o motorista do táxi com a mais terrível notícia que as moças tinham ouvido: o carro quebrara ali perto. Falta de manutenção, certamente!
Antes que desabassem em choro, as três ouviram da sempre otimista Laíde que não era problema, que resolveria tudo.
Saiu de casa, atravessou a rua, bateu à porta do “seo” Shiro, explicou o drama/problema. O gentil tintureiro, que atendia a todo o bairro, pediu uns minutos e voltou com as chaves na mão.
- Vamos lá! Só não tem onde sentar.
E lá se foram, Laíde, Isabel e Maria Rosa na Kombi da tinturaria, de pé, penduradas no varal, como se fossem as roupas da tinturaria.
E estavam todas muito felizes, porque chegaram ao clube com seus vestidos sem um amassadinho que fosse.
Valeu o otimismo.
Eram tempos de romantismos e sonhos da geração que passou por maus momentos, mas acreditava que o mundo lhes reservava um futuro de alegrias, de felicidade.
E ela, Laíde, era uma dessas sonhadoras, que sempre via coisas boas, nas ruins que se apresentavam na sua vida. E ela tinha razão sempre, porque era otimista e amava a vida.
A grande festa
Era maio, época do veranico, em que num dia qualquer, a temperatura aumenta, como se fosse janeiro/fevereiro. E, principalmente, era o aniversário de 15 anos da melhor amiga da turma, a Isabel.
Laíde, mais Antonia e Rosa, a Maria Rosa, não cabiam dentro das suas ansiedades. Um mês antes, talvez até mais, já haviam escolhido os tecidos de seus vestidos. E suas cores. Queriam “abafar” na festa. No grande dia, tinham horário marcado no salão do bairro, no meio da tarde, para não correrem o risco de se atrasarem.
Ficaram lindas!
Na casa de Laíde, de onde sairiam, falavam sem parar dos “pães” que estariam na festa. E dos indesejáveis também, aquelas caras que viviam fungando no pescoço das moças, forçavam dançar de rosto colado e outras coisas também coladas.
- Não danço com fulano. Mas se sicrano me tirar, me atiro nos braços deles. Era o pensamento geral.
Cadê o táxi?
Antes que desabassem em choro, as três ouviram da sempre otimista Laíde que não era problema, que resolveria tudo.
Saiu de casa, atravessou a rua, bateu à porta do “seo” Shiro, explicou o drama/problema. O gentil tintureiro, que atendia a todo o bairro, pediu uns minutos e voltou com as chaves na mão.
- Vamos lá! Só não tem onde sentar.
E estavam todas muito felizes, porque chegaram ao clube com seus vestidos sem um amassadinho que fosse.
Valeu o otimismo.
* chicolelis - chicolelis@gmail.com Jornalista com passagens pelos jornais A Tribuna (Santos), O Globo e Diário do Comércio. Foi assessor de Imprensa na Ford, Goodyear e, durante 18 anos gerenciou o Departamento de Imprensa da General Motors do Brasil. Assina a coluna “Além do Carro”, na revista Carro, onde mostra ações do setor automotivo nos campos Social e Ambiental.